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PAÍS

PCTP/MRPP Não Participa na
Farsa Eleitoral para o Parlamento Europeu

A posição do Partido relativamente aos diferentes actos eleitorais estão definidas há muito tempo e foram claramente apresentadas em 2017. Evidentemente que as mudanças políticas podem exigir tácticas diferentes.

O contexto geopolítico em que vão ter lugar as eleições para o Parlamento Europeu no próximo dia 9 de Junho alterou-se de forma gravosa e profunda relativamente às eleições de 2019.

O dito projecto europeu de coesão e justiça social cujo falhanço já se vinha anunciando e que o partido sempre denunciou, foi decididamente substituído pelo projecto de militarização da Europa, com destaque para alguns países da Europa, dirigido pelos Estados Unidos/Nato e que a Inglaterra, a Alemanha e a França lutam por encabeçar. Macron, corrido dos países que ocupava como colónias, esqueceu completamente o seu tão proclamado projecto de Renascimento europeu e trabalha afincadamente por ser um dos senhores da guerra e até já coloca a hipótese e enviar tropas para a Ucrânia. Por seu lado, o Chanceler Scholz fala em estratégia europeia para a indústria de defesa e ainda há dias defendeu que o pilar europeu da Nato tem de ser reforçado.

Na verdade, a eclosão da guerra inter-imperialista a decorrer na Ucrânia, assim como outros conflitos locais e regionais, nomeadamente, o do Médio Oriente vieram pôr a nu, se é que alguma dúvida existia, que o capitalismo global e mundial já não encontra outra saída para a sua sobrevivência a não ser através de uma guerra mundial.

A Alemanha, que em matéria de segurança, após a 2.ª Guerra Mundial, ficou impedida de se armar e dependia essencialmente dos Estados Unidos, conseguiu, "finalmente", militarizar a sua economia, aumentar a produção de armamento, abrindo ou reabrindo as fábricas de produção de armamento e começar a armar-se para a próxima guerra mundial de agressão, arrastando os pequenos países da Nato para a mesma em conjugação com os seus aliados e co-agressores EUA, Reino Unido, França e Japão, todos também em desenvolvimento acelerado de militarização da economia. A economia de guerra entrou em processo imparável.

Em Portugal, onde nunca foi dada a possibilidade ao povo português de se pronunciar quanto a adesão à Nato, à Europa ou ao euro, com as consequências que o PCTP/MRPP nunca deixou de denunciar, assiste-se, hoje, a uma degradação crescente da vida da população e a um aprofundamento gritante das desigualdades ao mesmo tempo que a corrupção parece governar o país. Os salários são baixos, mas a carga fiscal é um garrote constante. O direito à saúde e à habitação existem na Constituição, mas, 50 anos depois do 25 de Abril, estão cada vez mais longe. Os dinheiros da Europa, os dinheiros do famoso e desejado PRR não chegam nem vão chegar ao povo português, ficam-se nos bolsos das grandes empresas e monopólios capitalistas.

Quanto ao exército português, falaremos sobre esse assunto num próximo artigo, salientando também a nossa posição quanto ao serviço militar obrigatório.

Neste quadro, Portugal não tem soberania económica, financeira, orçamental, nem política. Portugal é, como sempre dissemos, uma colónia da Europa, ou melhor do capital financeiro internacional.

A União Europeia é a guerra! A União Europeia sabe que pode implodir, dadas as contradições económicas e políticas existentes entre os seus membros. A União Europeia sabe que os povos dos diferentes países não estão mobilizados para lhe darem o seu apoio, nem através do voto. Aliás, foi exactamente esse medo que trouxe a Portugal (Portalegre), há duas semanas, a vice-presidente da comissão europeia, Věra Jourová. Veio, pois, com o objectivo de mobilizar os jovens portugueses para a chamada democracia e “discutir como reforçar a resiliência da democracia, nomeadamente contra a desinformação, a manipulação da informação e a interferência estrangeira”, ou seja, traduzindo para a verdade: com o objectivo de desinformar, manipular a informação e interferir na política portuguesa enquanto representante de uma potência estrangeira. A esse respeito, lembramos que nas últimas eleições, em 2019, o nível de abstenção subiu, situando-se a taxa de abstenção em 70%.

Neste contexto de guerra, com todas as misérias que lhe estão associadas, em que o capitalismo lança os povos, só há uma resposta: lutar.

E lutar, na situação concreta, não é através de eleições burguesas.

Assim, o Comité Central do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) tomou a decisão, com dois votos contra e uma abstenção, de não se candidatar às Eleições burguesas para o Parlamento Europeu de 9 de Junho de 2024.

O Comité Central

pctpmrpp

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