PAÍS
- Publicado em 07.11.2023
A Corrupção Governa a República Portuguesa
Hoje, dia 7 de Novembro, na sequência de um processo-crime, no âmbito da corrupção que dominou o processo de transição energética, o primeiro-ministro, António Costa, demitiu-se e o presidente da República aceitou a demissão.
Ainda o escândalo do favorecimento do presidente da República na intervenção cirúrgica das duas gémeas brasileiras dominava a discussão política no país, pondo em foco o suposto abuso de poder por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, descredibilizado também pelas declarações relativamente à Palestina, quando novo escândalo se vem sobrepor e abafar o primeiro.
Na base da operação desencadeada pelo Ministério Público está a teia de corrupção que dominou todo o processo de transição energética (concursos e direitos de exploração dadas pelo Estado), nomeadamente, no caso de exploração de hidrogénio e de lítio (Montalegre e Boticas) aspecto que o PCTP/MRPP já denunciou em vários artigos, como: A Economia Verde: uma nova oportunidade para o capitalismo.
Nesta megaoperação estiveram envolvidos 140 agentes da PSP e vários elementos da AT. Foram feitas 40 buscas, incluindo a residência oficial de Costa e ministério Foram constituídos sete arguidos, cinco dos quais detidos: Vítor Escária, Chefe de Gabinete do primeiro-ministro; Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines; Afonso Salema, presidente executivo da Start Campus; Rui Oliveira Neves, director jurídico e da sustentabilidade da Start Campus; e Lacerda Machado, empresário grande amigo do Costa e consultor da Start Campus. João Galamba, enquanto secretário de Estado do ambiente e da energia e Nuno Lacasta, Presidente do conselho directivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ainda não detidos serão, tal como os anteriores, ouvidos, amanhã.
Uma operação desta envergadura, que decorre há anos, permitiu, certamente, que o Ministério Público juntasse as provas suficientes para desencadear esta acção que foi sancionada pelo presidente da República, após as informações que lhe foram dadas pela Procuradora-geral da República. Ou tudo vai terminar com suspeições, como já estamos habituados?
Há dois anos, aquando da implosão da assembleia da República, por demissão de António Costa, o PCTP/MRPP denunciou que na sua base estavam, entre outras causas, os milhares de milhões que estavam para chegar a Portugal para a implementação do chamado Plano de Recuperação e Resiliência.
Esta foi também a razão para a aliança inicial entre Marcelo e António Costa, que se foi degradando, apesar da apregoada fiscalização à execução do PRR anunciada por Marcelo. O que e como falhou a dita fiscalização apertada de Marcelo?
A corrupção é inerente ao sistema capitalista. Evidentemente, que não se vai resolver com novas eleições, como se está já a apregoar, na tentativa de salvar a democracia burguesa., ou para abocanhar o poder.
E não se venha agora fazer crer que o que aconteceu hoje é surpresa e que a democracia tem mecanismos para solucionar as crises políticas.
Depois de tantos casos de corrupção praticados por vários membros do governo, de membros de autarquias de norte a sul do país, envolvendo elementos de vários partidos políticos, ainda temos dúvidas de que este sistema é o sistema de Ali Babá e os quarenta ladrões, com acesso directo ao tesouro?