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PAÍS

18 de Setembro de 1970 - Fundação do MRPP
53 anos de luta pela defesa do marxismo e emancipação dos trabalhadores

A fundação do MRPP (Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado) em 18 de Setembro de 1970 constituiu um marco na história política do nosso país e um decisivo contributo para o desenvolvimento do movimento popular, revolucionário e comunista português e internacional.

O MRPP afirmou-se logo como uma organização que rompia com o oportunismo e o revisionismo em todos os campos, destacando-se por uma combatividade e métodos de luta contra o regime fascista que cedo o levou a obter um crescente apoio, primeiro, dos jovens e progressivamente dos trabalhadores, e a ser apontado pela PIDE como o inimigo número um e simultaneamente atacado pelo P“C”P que via escapar à sua influência oportunista o sector mais esclarecido e avançado que era a juventude.

Revelando uma capacidade de mobilização e de combatividade que surpreendeu o regime e as polícias fascistas, o MRPP depressa passou a constituir o principal inimigo, não apenas daquele regime ditatorial, como do próprio P“C”P, que via permanentemente desmascarada a sua linha política capituladora e pacifista e a sua táctica de traição, designadamente, a respeito da luta anti-colonial e das farsas eleitorais.

O povo vota na rua! Transformemos a guerra colonial-fascista numa guerra civil revolucionária! Desertemos em massa e com armas! - estas foram algumas das consignas do MRPP que deixaram em pânico fascistas e revisionistas em busca de um entendimento para um desfecho pacífico da ditadura, sob a ilusão da chamada primavera marcelista.

A 12 de Outubro de 1972, no que viria a traduzir-se no princípio do fim do regime ditatorial marcelista, o militante da FEM-L e do MRPP José António Ribeiro Santos é assassinado pela PIDE quando, à frente dos estudantes numa assembleia estudantil contra a repressão, enfrentou corajosa e heroicamente dois bufos que ali permaneceram com a colaboração de dirigentes associativos do P“C”P.

Mas, ao contrário do que na altura era a prática de grupelhos neo-revisionistas parisienses, para os então fundadores do MRPP esse partido verdadeiramente comunista teria de fundar-se no calor da luta de classes em Portugal e dotar-se de uma linha política revolucionária, em ruptura com a linha revisionista perfilhada pelo partido de Barreirinhas Cunhal que, embora reclamando-se de comunista, comportava-se como um partido conservador.

O MRPP, embora apoiando-se de início na juventude estudantil revolucionária que tomou temporariamente a vanguarda do combate contra a ditadura fascista, rapidamente alargou a sua propaganda, influência, organização e direcção aos sectores operários mais avançados, bem como aos soldados e marinheiros, penetrando, deste modo, no bastião mais sensível da burguesia colonial fascista, o seu aparelho militar.

No 25 de Abril de 1974, o MRPP foi a única organização política que, em comunicado emitido às primeiras horas daquele dia, se demarcou das ilusões criadas pelo P“C”P e antepassados do BE sobre a verdadeira natureza do que não passara de um golpe de Estado desencadeado por um sector da burguesia para impedir o triunfo do movimento revolucionário em ascensão – ficaram na memória de todos as declarações de Otelo de que a data escolhida para o golpe fora aquela para não coincidir com o 1º de Maio Vermelho que nessa altura era amplamente convocado pelo MRPP para manifestações de rua.

Sob a palavra de ordem Pão, Paz, Terra, Liberdade, Democracia e Independência Nacional!, o MRPP intensificou a sua acção política pela mobilização dos operários, trabalhadores rurais, jovens, soldados e marinheiros e democratas para, aproveitando as novas condições criadas pelo golpe de 25 de Abril, prosseguirem a luta pela Revolução Democrática e Popular em direcção ao Socialismo e o Comunismo.


Com a intervenção activa de um P“C”P que tratou logo de se apoderar do aparelho de Estado fascista, mantido no essencial intacto, trocando a aliança operária-camponesa pela aliança povo-MFA, Movimento este formado pelos quadros das Forças Armadas colonialistas, o MRPP continuou a ser um alvo a abater pelos novos detentores do poder, num regime dominado por uma verdadeira ditadura militar que reprimia as greves operárias, as ocupações de terras e das casas devolutas, a luta contra os embarques para as colónias e se opunha à independência imediata dos povos das colónias.

O primeiro e o único jornal a ver a sua edição proibida, o seu director preso e vítima de pesadas multas foi o Luta Popular, órgão central do MRPP.

Mais de quatro centenas de militantes e simpatizantes do MRPP, incluindo o Secretário-Geral Arnaldo Matos, foram presos, espancados e torturados pelos democratas do P“C”P e do MFA (o tal da aliança com o povo), escapando de ser liquidados fisicamente, em razão do poderoso movimento operário, popular, anti-fascista e anti-social-fascista que se desencadeou de norte a sul do país e a solidariedade de povos de outros países – isto, enquanto iam sendo libertados os pides, entre os quais o assassino de Ribeiro Santos.

Mais tarde, a 9 de Outubro de 1975, numa acção de propaganda para assinalar o assassinato de Ribeiro Santos, o intrépido e abnegado jovem comunista, militante da FEM-L Alexandrino de Sousa é assassinado por um bando da UDP.

Hoje, só os oportunistas que tentam escamotear a sua vergonhosa participação reaccionária nos acontecimentos ocorridos antes e depois do 25 de Abril de 1974 é que vêm desesperadamente distorcer a verdade dos factos a respeito do papel determinante e decisivo do MRPP na luta pela liberdade e democracia – evitando que o país fosse subjugado por uma sanguinária ditadura social-fascista – e pela independência nacional.

Acossado por todos os inimigos da classe operária e dos trabalhadores, objecto de toda a espécie de ataques e calúnias e de várias tentativas de liquidação física dos seus dirigentes e principais quadros, afastado de participar numas eleições supostamente democráticas por ser certa a eleição de deputados revolucionários, o MRPP, ancorando-se numa permanente e profunda ligação às massas e nunca deixando de se ater aos princípios do marxismo, tornou-se numa organização temível para o poder opressor e repressivo dos trabalhadores mas, em contrapartida, respeitada e acarinhada pela classe operária e por todos os democratas sinceros, pela sua determinação, disciplina, criatividade, firmeza e força ideológica que a caracterizou.

O PCTP/MRPP, herdeiro e continuador do MRPP, prosseguiu a luta elevando-a a um novo patamar consubstanciado nas Teses da Urgeiriça formuladas pelo camarada Arnaldo Matos, seu fundador e primeiro secretário-geral. A luta é hoje, no nosso seio contra o liquidacionismo e o oportunismo e, na sociedade, pela revolução proletária comunista sendo, a nossa estratégia o Marxismo que devemos aprofundar.

VIVA O PCTP/MRPP!
VIVA O COMUNISMO!
GUERRA À GUERRA INTER-IMPERIALISTA!

pctpmrpp

(texto actualizado e reeditado)

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