PAÍS
- Publicado em 13.03.2023
Os Bandidos dos Bancos
Em 2022, os 6 maiores bancos a operar no país alcançaram, no seu conjunto, um resultado líquido superior a 2,5 mil milhões de euros, o que, comparando com os 1,5 mil milhões de 2021, representam lucros de cerca de 70%, enquanto continuam a despedir trabalhadores e a fechar balcões. Isto num ano marcado pela guerra, pela inflação galopante e pela inversão da política monetária por parte do Banco Central Europeu (BCE). Uma das maiores subidas coube aos ladrões do Novo Banco (204%), que triplicaram os ganhos de 184,5 para 560,8 milhões de euros. A maior subida ocorreu no Montepio: o mais pequeno dos 6 bancos conseguiu quintuplicar o resultado líquido, passando de 6,6 milhões de euros em 2021 para 33,8 milhões no ano passado, avançando 412%. Já os bandidos do governo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) atingiram lucros históricos de 843 milhões de euros, ficando a uma distância de “apenas” 13 milhões de 2007- o seu melhor ano de sempre.
O aumento das taxas de juro decretado pelo BCE, que fez disparar a margem financeira em 28% e as comissões bancárias cobradas pelos bancos contribuíram sobremaneira para os 2,5 mil milhões de lucros.
Millenium BCP, BPI, CGD, Novo Banco e Santander Portugal despediram 655 trabalhadores em 2022 e fecharam 97 balcões. Só a Caixa Geral de Depósitos despediu, em 2022, 208 trabalhadores. Os 5 bancos referidos fecharam numa década 1536 balcões e contam hoje, em conjunto, com 1879, contra 3415 de há 10 anos.
Eis o capitalismo no seu esplendor. Os bancos, com a cumplicidade do BCE, da União Europeia e do governo Costa despedem trabalhadores, insultam a pobreza e as dificuldades inerentes ao aumento do custo de vida dos portugueses e exibem lucros pornográficos. Os bancos, a UE e o governo roubam descaradamente os portugueses. É a Hora!
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