PAÍS
- Publicado em 06.11.2020
Parlamento Burguês Aprova a Abolição dos Direitos, Liberdades e Garantias
O primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, conluiados e em plena sintonia pediram e tiveram o voto do Parlamento burguês para executarem a declaração do estado de emergência, que supostamente deverá vigorar entre 9 e 23 de Novembro, mas que Costa já se apressou a esclarecer, de forma aparentemente displicente, que “no limite pode durar o tempo que durar a pandemia!”, ou seja, até que o capital precise desse “instrumento” para a sua própria reconfiguração.
Será, então, proclamado o estado de emergência, para que a prepotência possa vigorar livremente, sempre que o governo e o presidente da República o queiram!
Ao proclamar o estado de emergência, governo e presidente da República querem fazer crer que só procedem assim, porque a população é irresponsável e só aprende à força do “cacete”. É então necessário a imposição da “ordem”. Foi porque não cumpriram que estão a ter o castigo! Eles, presidente e governo, é que sabem o que é melhor para a população!
Mas não, não é a saúde, nem o bem-estar da população o que preocupa governo e presidente da República! Isso já todos percebemos.
Este governo que, ao longo de todo o período que tem durado a pandemia e tal como tem sido amplamente denunciado no Luta Popular online não definiu nem aplicou as medidas necessárias para garantir a segurança à população, esta sim, a sua principal função, e que tem às suas costas a responsabilidade do autêntico genocídio ocorrido nos lares, que mantém duas representantes da saúde, incompetentes e descredibilizadas que todos os dias fazem afirmações contraditórias, sem rigor ou qualquer base de cientificidade, vem agora desafiar a inteligência dos portugueses, ao fazer crer que o vírus fica à porta das escolas e dos transportes públicos, que o recolher obrigatório, com salvo-conduto para se ir jantar, ao cinema ou ao teatro, resolverá o problema da falta de resposta do Serviço Nacional de Saúde, ao mesmo tempo que subsidia os serviços privados de saúde. E que perversamente promete que se os portugueses se portarem bem, talvez possam ter um Natal em família!
Em coro, o ministro da administração interna afirma melosa e candidamente que está proclamado o estado de emergência, mas a democracia não está suspensa!!!
Não está suspensa? Então para que é o estado de emergência? O que significa ter “as garantias reforçadas da segurança jurídica de medidas adoptadas ou a adoptar pelas autoridades competentes para a correspondente prevenção e resposta, em domínios como os da convocação de recursos humanos para rastreio, do controlo do estado de saúde das pessoas, da liberdade de deslocação e da utilização de meios dos sectores privado e social ou cooperativo” senão ter as mãos livres para se aplicar as medidas que se quiser? Talvez a necessidade do “controlo do estado de saúde” volte a trazer à luz do dia a famosa e desejada “aplicação”.
Uma coisa é certa, ao aprovar o estado de emergência, o parlamento burguês abre a porta à repressão e aplicação de todas e quaisquer medidas, em primeiro lugar, aos operários e trabalhadores, mas que recairão, mais tarde ou mais cedo, sobre outros sectores da burguesia. É isso que a história nos ensina.
E o primeiro-ministro pode ter a certeza de que os portugueses farão a sua avaliação!
Abaixo o estado de emergência!
06Nov2020