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PAÍS

A Louca Corrida de Ana Gomes ao Tacho Ministerial
Publicado em 21.08.2015 

Atendendo ao PS reaccionário e cinzentono que temos, não se pode negar que Ana Gomes seja, dentro dele, uma mulher de esquerda. Serão ainda tiques que lhe ficaram dos tempos em que estagiou na organização estudantil do MRPP, a gloriosa Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas (FEML) de Ribeiro Santos e Alexandrino de Sousa, heróis do nosso Partido e do nosso Povo.

Ana Gomes, de súbito, saltou agora para o espinhaço do preso da cela 44 da cadeia de Évora, em declarações ao jornal i, um daqueles múltiplos pasquins que o dinheiro do petróleo de Angola e da camarilha corrupta de José Eduardo dos Santos mantêm em Portugal.

A propósito da carta de José Sócrates ontem publicada no Jornal de Notícias, diz a Passionária do PS, eurodeputada e tudo, no pasquim angolano que “a preocupação dele não é o PS. É ele próprio”, acrescentando que as declarações do ex-primeiro ministro podem prejudicar os objectivos eleitorais do partido socialista.

Ana Gomes, escolhida por Sócrates para deputada ao parlamento europeu, nunca teceu, durante os seis anos do governo Sócrates, a mais leve crítica ao actual preso político de Évora.

Agarrou-se mais tarde a Seguro, com unhas e dentes, ganhando um novo lugar de eurodeputada em Estrasburgo e Bruxelas, e contribuiu decisivamente para mandar pela borda fora das eleições europeias de 2014 o cabeça de lista do PS nas eleições anteriores, o Dr. Vital Moreira.

Agora escoiceia Sócrates, agarrando-se ao homem do momento no PS, o inefável António Costa.

Toda a gente vê o que pretende Ana Gomes com estes golpes: um tacho ministerial no eventual futuro governo de António Costa.

Só que esse governo não apenas não está garantido, como está mesmo cada vez menos certo. Uma chatice! Vai ter que agarrar-se a outro homem… ou a outra mulher.

A corrida ministerial de Ana Gomes enfrenta o sério risco de ter começado cedo de mais. E de ter começado com o pé torto: com um ataque a Sócrates, em vez de uma defesa, corajosa e clara, do preso eborense.

Ana Gomes, tal como António Costa, mostra estar convencida de que Sócrates terá metido a mão na massa. Mas a questão não é essa. Se meteu a mão onde não devia, mais cedo ou mais tarde irá ser responsabilizado pelo caso, mas exigimos todos que o seja através de um processo justo e equitativo, e não por meio de um processo político destinado a reforçar a direita e a extrema direita, que é o que está acontecer.

A questão é que Sócrates foi irregularmente detido e está a ser ilegalmente perseguido por uma magistratura de extrema direita que ocupou os órgãos decisórios fundamentais da sistema português de justiça.

A cobardia de Ana Gomes e António Costa em compreenderem esta situação e em lutarem corajosamente contra ela é que poderá contribuir definitivamente para uma eventual próxima derrota eleitoral do PS e de toda a esquerda democrática e patriótica portuguesa.

Ana Gomes e António Costa manifestamente não aprenderam nada com o tenebroso Caso Casa Pia.


Arnaldo Matos

 

 

 

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