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A Miséria Moral de um Patife
Publicado 09.04.2015 

plagio-01No número 984 (Março/Abril 2015) da Revista de Marinha, vem publicado, nas páginas 30 e 31, um texto intitulado Bruxelas proíbe a pesca da gata da autoria de um tal Dieter Dellinger.

Acontece que afinal o referido artigo constitui um tão descarado quanto inefável plágio do texto da autoria do Camarada Arnaldo Matos intitulado Contra a Proibição de Pescar Peixe Gata!, publicado no Luta Popular Online de 21 de Janeiro deste ano de 2015.

Assim, e a título de mero exemplo, do 5º parágrafo da “obra” do escriba Dieter Dellinger consta:

“Na Madeira, peixe gata começou por ser o nome popular apropriado para designar uma espécie de peixes de profundidade, com o nome científico de Dalatias licha, e generalizou-se depois e progressivamente às lixas (Centrophorus squamosus e granulosus) pata-roxas (Apristuris spp) cações, (Centroscyllium fabricii) sapatas, (Deania calceus) e xaras (Centroscymnus coelolepis) etc, em suma, generalizou-se aos tubarões de profundidade”.

O que é, pura e simplesmente, uma cópia integral, com as vírgulas e tudo, do 2º parágrafo do referido texto do Camarada Arnaldo Matos!

E, logo a seguir, o 6º parágrafo da “criação” do mesmo “especialista” Dieter Dellinger refere:

“Sabe-se que, de um modo geral, os peixes de profundidade crescem lentamente, vivem longamente e multiplicam-se parcimoniosamente, mas não há, em Portugal, estudos científicos concretos sobre as populações das espécies dos nossos peixes de profundidade. Ou seja: não sabemos nada de concreto sobre o nascimento, vida, comportamento e morte dos peixes gata da região autónoma da Madeira, para além da circunstância de que os conhecemos, os trazemos das profundidades e comemo-los.”.

O que é novamente uma cópia integral do 3º parágrafo do texto do Camarada Arnaldo Matos, apenas com uma habilidosa alteração da última linha, ou seja, enquanto no original se lê “de que conhecemos os bichos, comemo-los e os trazemos das profundidades bênticas.”, no artigo do Dieter este “inovadoramente” tratou de escrever “de que os conhecemos, os trazemos das profundidades e comemo-los.”!?...

Mas, mais! Também os parágrafos 9º, 10º, 11º e 12º, e último, da “obra” do Dieter correspondem praticamente ipsis verbis aos parágrafos 9º, 10º, 11º, 12º (segunda parte), 13º e 14º do texto do Camarada Arnaldo Matos, com a única e muito significativa particularidade de deles o escriba Dellinguer ter tratado de retirar todas as denúncias e referências explícitas ao Governo Regional da Madeira e aos seus membros cobardes e traidores, apontados expressamente pelos respectivos nomes no texto publicado no Luta Popular Online!

Ou seja, quando se trata de tentar exibir conhecimentos que não são seus, Dellinger não hesita em fraudulentamente copiar o texto do Camarada Arnaldo Matos linha a linha, palavra a palavra, letra a letra, mas quando se trata de denunciar os cobardes e traidores Alberto João, Manuel António e quejandos, já o valente do escriba em questão rapa do lápis azul e elimina da sua “criação” tudo o que possa beliscar a sua boa relação com os tais governantes que precisamente traíram e apunhalaram pelas costas os pescadores madeirenses!

Esta autêntica miséria moral provém de um patife que, ainda por cima, se auto-identifica como ex-jornalista, ex-deputado e socialista, com intervenções públicas e publicadas em congressos do PS, que é presentemente membro do Conselho Redactorial da Revista de Marinha, e que coroa toda esta sua grotesca e lastimável fraude referindo como suas fontes as seguintes: “Governo Regional da Madeira, Diário de Notícias da Madeira, esclarecimentos do Prof. Thomas Dellinger (Universidade da Madeira) e wikipédia” (sic)!?

Ora só há uma razão para um trapaceiro como este copiar desta forma um texto alheio apresentando-o como obra sua e depois, nas respectivas fontes, não indicar sequer o artigo publicado no Luta Popular Online. E essa razão é, simplesmente, o nome do autor do texto copiado: Arnaldo Matos.

Tudo isto mostra também o “grau zero” a que se chegou neste País nos mais diversos campos de actividade, do jornalismo à política, passando pela pseudo-ciência, em que alguém que, inclusive, é membro do Conselho Redactorial de uma revista como a Revista de Marinha se permite dedicar-se, e da forma mais descarada e provocatória, à trapaça e à fraude!

Mas esta deplorável história – disso pode estar o trapaceiro seguro! - não irá terminar aqui!...


António Garcia Pereira




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