PAÍS
LISBOA - LARGO DE SÃO DOMINGOS
Jornada Contra a Violência Policial Racista
Publicado em 23.03.2015
Promovida por um grupo de associações - Vidas Negras Importam – teve lugar neste sábado, dia 21 de Março, em Lisboa, no Largo de São Domingos, uma jornada de denúncia e luta contra a violência policial racista em Portugal, assinalando o Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial.
Para além da exibição de várias bandas dos bairros suburbanos de Lisboa onde se concentram as comunidades africanas mais numerosas, esta acção teve como ponto principal a luta contra a última investida policial do passado dia 5 de Fevereiro no Bairro da Cova da Moura, no concelho da Amadora, que aqui denunciámos.
Investida essa que se traduziu na brutal agressão e espancamento racistas por parte da PSP contra vários cidadãos portugueses de origem africana residentes naquele bairro.
Acontece que até agora nenhum dos esbirros da psp, provocadores e criminosos que, para além da brutalidade das sevícias praticadas, fizeram questão de exibir o seu ódio racista, nenhum deles foi objecto de qualquer medida disciplinar ou judicial, continuando totalmente impunes e preparados para repetir as suas façanhas.
A única medida que os responsáveis políticos e agentes directos desta violência fascista tomaram foi mais uma provocação e tentativa de escamotear a sua responsabilidade – criar uma comissão pidesca designada por Comissão de Alerta Precoce para, segundo os lacaios do ministério da administração interna do governo de traição nacional Coelho/Portas, identificar as situações que possam estar na origem de conflitos com as autoridades, alertar as entidades e autoridades competentes para essas situações e garantir o diálogo e cooperação com todas as forças de segurança (!!).
Ora, a única medida imediata que os moradores do Bairro da Cova da Moura e em particular as vítimas da violência fascista da polícia esperavam e exigem é a punição exemplar dos autores daqueles actos terroristas , a demissão do comandante da esquadra de Alfragide, do director nacional da PSP e da ministra da administração interna, responsáveis por este e outros crimes praticados pelos seus subordinados, e a proibição de qualquer operação policial no bairro.
Em lugar disto e para já não falar em medidas efectivas de apoio e criação de condições de vida dignas para estes cidadãos portugueses mais discriminados e vítimas do racismo policial, o governo pretende neutralizar as associações locais, envolvendo-as em acções de intimidação e repressão de qualquer movimento de protesto e revolta legítimos contra a miséria, discriminação e opressão de que as comunidades africanas e outras são objecto nestes bairros suburbanos.
A única forma de prevenir conflitos é perseguir e punir exemplarmente os bandidos racistas da polícia e pôr termo às acções de ocupação e agressão policiais terroristas nos bairros – nisso, as associações estarão seguramente dispostas a colaborar.
