PAÍS

SETÚBAL - HOMENAGEM A NUNO PIRES ASSASSINADO PELA PSP
Não Esquecemos! 
Publicado em 08.03.2015 

Numa pungente e indignada manifestação, cerca de duas centenas de amigos próximos, vizinhos e companheiros de trabalho de Nuno Jorge Pires, bem como dezenas de democratas de Setúbal, prestaram uma comovida homenagem ao operário assassinado por bandidos da PSP no passado dia 19 de Fevereiro.

A manifestação de homenagem fez o percurso que Nuno Pires – conhecido pelos seus amigos mais íntimos como Fantasma – realizou na noite em que sofreu os golpes cobardes das bastonadas dos assassinos da polícia, de que veio a sucumbir três dias depois, tendo sido fixada uma faixa e acesas dezenas de velas no preciso local em que o corpo foi recolhido pela ambulância do INEM.

O sentimento de revolta e, especialmente, a determinação em não baixar os braços até se caçarem os marginais da PSP que agrediram mortalmente o Nuno e o abandonaram foi dominante nas declarações que vários dos jovens promotores fizeram ao Luta Popular Online jornal do PCTP/MRPP - único partido político presente – e nas intervenções feitas por amigos mais próximos no início e no final da homenagem.

Nós saímos à rua para lamentar a morte de mais um jovem, um dos mais pacíficos que caminhava pela nossa cidade. Não queremos chorar nem mais uma morte sem sentido! Não queremos sofrer a dor de ver os nossos filhos os nossos irmãos a serem assassinados. Até hoje esperámos por uma resposta. Podemos não saber nada mas na realidade cá dentro todos sabemos o que aconteceu.
Estamos aqui Fantasma e não vamos deixar que este crime seja silenciado. Não esquecemos. Somos todos fantasma.

Foi com estas palavras que um amigo do Nuno encerrou a manifestação junto à porta da casa onde ele viveu.

Pela nossa parte, tivemos oportunidade de exprimir aos que promoveram esta acção de homenagem e simultaneamente de revolta e de luta contra a repressão policial assassina que tudo faremos para apoiar todas as iniciativas que levem a perseguir os bandidos que agiram desta forma, sem deixar de exigir a demissão de um director nacional da polícia e de uma ministra que recruta bandidos marginais para a PSP.

Também nunca esqueceremos este e outros crimes praticados contra quem trabalha por um regime e um governo de facínoras e traidores.