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INTERNACIONAL

América em Primeiro

https://chappatte.com/sites/default/files/styles/thumb/public/2023-04/L230426c-small_0.jpg?itok=m5unIYrRNo próximo dia 5 de Novembro irão ter lugar as 60.as eleições presidenciais nos Estados Unidos da América, potência imperialista que luta desesperadamente por manter a sua hegemonia, no momento em que se desenha uma nova ordem internacional com papel dominante para a China que integra os BRICS em alargamento crescente, e o chamado Sul Global.

É neste cenário de grande conflitualidade e tensões efectivas e latentes em várias áreas do mundo, a escalar perigosamente para uma terceira guerra mundial, que os EU têm de escolher qual dos dois candidatos – Joe Biden ou Donald Trump – serve os seus interesses de momento.

Sob a presidência de Joe Biden, os Estados Unidos, apesar da derrota sofrida no Afeganistão ao terem sido obrigados a sair desordenada e apressadamente do país que ocupavam, justificando que isso se devia a uma alteração de política, que passava pela rejeição de guerras prolongadas, continuaram, como não podia deixar de ser, a sua política belicista, trazendo a guerra para a Europa, desta vez, por procuração, através da Ucrânia a qual, nesta fase, dura há quase dois anos e meio, ao fim dos quais não se verificou qualquer vitória militar ou política nem para os EU, nem para a Europa, nem para a Ucrânia. Pelo contrário. As sanções económicas aplicadas à Rússia não a enfraqueceram e tiveram um efeito nefasto na economia dos EU, com o dólar, inclusivamente, a perder poder, correndo o risco de deixar de ser moeda de reserva, e sobretudo na da Europa, ao mesmo tempo que gerou novas alianças e alinhamentos, como preparação de novos confrontos.

Nos últimos meses o frenesim de reuniões, cimeiras, conferências, acordos e memorandos não tem parado. Nas duas últimas semanas, assistimos a um conjunto de decisões e medidas de apoio à Ucrânia, que parecem traduzir o nervosismo de uma derrota eminente e inevitável. Daí o enorme apoio financeiro, logístico com envio de armamento de toda a espécie, que a Ucrânia poderá usar de acordo com a táctica definida.

Também em Portugal a Ucrânia foi o assunto do último conselho de ministros. As conclusões não as conhecemos, mas parece que não houve divergências e certamente que vão estar de acordo com o que os EU decidirem e o papel reservado à União Europeia.
O que sabemos, para já, é que uma parte das verbas destinadas a apoiar a Ucrânia ficam, por cá, uma vez que serão aplicadas na retenção e recrutamento de pessoal das Forças Armadas e na aquisição de equipamento variado. Afinal não é só António Costa que é habilidoso! Quanto a verbas, o governo português comprometeu-se com um aumento de seis mil milhões de euros a investir na defesa, até 2029 Portanto, os governantes portugueses assumem compromissos que nos envolvem cada vez mais na guerra!


Em paralelo, assistimos ao desenrolar da campanha eleitoral com Joe Biden a representar o papel de palhaço num circo montado, para concluirmos que o seu partido não tem melhor candidato, uma vez que continua na corrida, apesar dos vários pedidos para a sua substituição!

Ou será que afinal os senhores do poder decidiram que o candidato Trump é o que serve melhor os seus interesses?

Na verdade, repentinamente, no espaço de uma semana, parece que os astros se alinharam para a eleição de Donald Trump. E assim se começa a fabricar uma nova personagem Trump, que até escolheu de forma ajuizada e inteligente o seu vice-presidente!
Também os problemas judiciais deixaram de ter peso! E Trump é, sobretudo, o único candidato que, sem perder a face, pode dizer que a guerra na Ucrânia é uma guerra da Europa, não é uma guerra dos Estados Unidos.

Por isso, na Cimeira da celebração dos 75 anos da Nato, em que se debateu a segurança euro-atlântica, mas também a segurança do indo-pacífico, Stoltenberg fala do “reforço de parcerias para contrariar o crescente alinhamento da Rússia, China, Irão e Coreia do Norte, assim como o reforço da indústria de defesa.”

Como dizia o camarada Arnaldo Matos, numa das suas últimas intervenções: “ a todas as festas vai um tonto, mas a necessidade de um tonto na festa é que as pessoas têm de saber qual é. E, portanto, o tonto que pensamos que é tonto, não é tonto! “
 
Logo, o tonto tem uma função. Neste caso, sabe que o capitalismo americano já não é o mais forte do mundo e não tem a força do imperialismo asiático, ou seja, o chinês, por isso muda as forças para o Índico e para o Pacífico, porque é lá que se vai travar a próxima guerra, embora também aconteça noutras partes do mundo.

Tudo isto explica a volta de 180 graus de Zelensky quando afirma que a Rússia deverá estar presente na próxima conferência da “Paz”, ao mesmo tempo que refere que não terá problemas em reunir com Trump!

Não à guerra inter-imperialista!

Pelo Internacionalismo Proletário!

pctpmrpp

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