CampanhaFundos202206

IBAN PT50003502020003702663054   NIB 003502020003702663054

INTERNACIONAL

A luta pela libertação da Palestina: sionistas sofrem derrota sem precedentes


É um facto incontestável, bem à vista de todos, que a Faixa de Gaza é um campo de concentração a céu aberto, rodeado por uma muralha de 69 Kms para onde foram empurrados  e exilados cerca de dois milhões de palestinianos, que  têm sido vitimas de um sistemático genocídio por parte de Israel. Basta recordarmos a terceira e última ofensiva Israelita, em  2014, chamada Barreira de Protecção , autêntico massacre em que foram mortos dois mil e trezentos palestinianos, número  que inclui  153 crianças! O massacre durou cinquenta dias com bombardeamentos e invasão ! Este sim, foi um verdadeiro acto terrorista! E o imperialismo ianque ficou em silêncio! E o Ocidente ficou calado!

Nessa altura, Benjamin Netanyahu afirmava, sem qualquer pudor, que o seu objectivo era liquidar definitivamente o povo palestiniano. Mas, este resistiu até ao cessar fogo!

Na madrugada do  passado sábado,  dia 7, o Hamas, partido que está no poder desde 2007,   desencadeou uma ofensiva, sem precedentes,  em Israel, e, numa acção muito bem  planeada, por mar, ar e terra,  conseguiu  destruir o “invencível” sistema de vigilância israelita, atingir 20 cidades  e ocupar uma base militar,  fazendo cerca  uma centena de reféns.  

Israel, o Estado inexpugnável, com a melhor defesa anti-aérea, com um dos mais poderosos exércitos afinal tem brechas e fragilidades?  Tudo indica que sim!  E perante este ataque surpreendente, revelador da iniciativa organizada por parte dos  palestinianos,  logo se levantou um coro de defensores de Israel, ainda perplexos e atordoados com esta ofensiva, exigindo-lhe  vingança e uma resposta à altura! Enfim, verdadeiros discursos de ódio!

Ao mesmo tempo, o chamado quarto poder, ou seja, os media ocidentais já começaram a trabalhar  na criação de uma opinião pública, legitimando toda e qualquer acção levada a cabo por Israel, que pode até ser, como dizia Netanyahu a liquidação definitiva do povo palestiniano, como forma de acabar com o Hamas.

Ainda há alguns aspectos a esclarecer sobre este ataque, mas uma coisa podemos já dizer: constitui  uma derrota dos sionistas de Israel e uma vitória política do povo palestiniano. Uma vitória que, a ter em conta os vários apoios que está a obter  pode voltar a unir os povos Árabes e todos os que defendiam e simpatizavam com a causa palestiniana. É também uma derrota do governo de Netanyahu que não conseguiu garantir a segurança aos civis israelitas.

Passados dois dias, os combates continuam. O Hamas lançou um contra-ataque no sul de Israel, em várias cidades e atacou o aeroporto internacional de Ben-Gurion, a quinze kms de Telavive. O número de mortos ultrapassa os 900  em Israel e os 300 em Gaza.


Por outro lado, todo este conflito regional acontece numa situação de alterações da ordem mundial, em que se desenham novas alianças e uma nova configuração no Médio Oriente.

Efectivamente, em 2022, sob a liderança dos Estados Unidos,  são assinados os acordos de Abraão, que estabelecem  a chamada normalização, ou seja, o estabelecimento de relações políticas, diplomáticas e comerciais entre  Israel   e nove países árabes: Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão, Líbano, Jordânia, Koweit, Iraque, Síria, Marrocos e Argélia. Apesar de normalizarem as relações com Israel, estes Estados mantêm  a exigência da retirada de Israel dos territórios ocupados desde 1967 e a garantia da criação do Estado Palestiniano.

Ora, nem Netanyahu, nem os partidos da oposição pretendem ceder na criação do Estado Palestiniano, ou seja, os Acordos de Abraão não são para cumprir!

Como não pode deixar de ser, este conflito regional  integra-se  no conflito inter-imperialista  que  se desenvolve na guerra por procuração na Ucrânia e que tem levado à formação de novas alianças como o grupo dos  BRICS, que decidiu incluir, a partir de 2024 o Irão, Arábia Saudita, Argentina, Egipto, Emirados Árabes Unidos e Etiópia, o que, por sua vez,  pode conduzir a novas unidades no Médio Oriente, as quais irão retirar poder  aos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

Se os Estados Unidos perdem poder no Médio Oriente, a China pretende ganhar  cada vez mais influência nesta  zona de conflitos e tensões. E  é exactamente com esse objectivo que, depois de mediar a aproximação entre o Irão e a Arábia Saudita, propôs, no passado mês de Junho, a realização de uma conferência para a paz entre Israel e a Palestina, quando Abbas - Presidente da Autoridade Nacional da Palestina -  esteve na China, apresentando como proposta para a questão palestiniana  o estabelecimento de um estado independente palestiniano com retorno às fronteiras de 1967.


É a causa palestiniana, a criação de um Estado Palestiniano que mobiliza os palestinianos e o Hamas, mas essa luta pela sua liberdade e independência, ao infligir uma derrota a Israel, mesmo que seja apenas no plano político, vai pôr (ou já pôs) em causa o domínio de Israel e consequentemente dos Estados Unidos e do Ocidente, deixando espaço para a China. É por essa razão, que os Estados Unidos s já enviaram ajuda para Israel, constituída por  um porta-aviões, cinco navios de guerra e vários aviões de combate.  E, naturalmente que toda esta movimentação  vai mais longe do que a eliminação do Hamas e do povo palestiniano.

Mas, como refere o camarada Arnaldo Matos, num dos seus artigos sobre a Palestina “ … não há no Universo nenhuma força capaz de derrotar um povo que quer  ser independente e livre”.

O Povo Palestiniano Vencerá!

pctpmrpp

Partilhar
Está em... Home Internacional A luta pela libertação da Palestina: sionistas sofrem derrota sem precedentes