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INTERNACIONAL

Indústria “verde”, poluente e assassina, arregimenta 40 000 crianças africanas para trabalhar nas minas de cobalto

Foi publicado recentemente um que denuncia o facto de 40.000 crianças estarem a ser exploradas, todos os dias, em minas de cobalto artesanais na República Democrática do Congo, um minério classificado como "vermelho brilhante" pelo Fórum Mundial de Materiais devido ao risco de ruptura de aprovisionamento e pela sua importância para a indústria - especialmente a indústria automóvel – onde se tornou uma matéria-prima estrategicamente importante para as multinacionais da indústria “verde” poluente.

Eis como o grande capital imperialista tira proveito da pequena burguesia histérica e tonta que “batalha” contra os “moinhos de vento” quixotescos da poluição e da ecologia, escamoteando que, sendo o modo de produção capitalista o gerador destes fenómenos, só o seu desmantelamento total resolverá as questões com esses fenómenos relacionados.

Classe constantemente ameaçada de proletarização, sem futuro e, ainda por cima, desprezada pela grande burguesia que está a romper com a aliança secular que com ela mantinha, a pequena burguesia tem contribuído para uma campanha absolutamente eco-histérica que levou o grande capital a convidar os mais lídimos representantes daquela classe a frequentar e a “botar discurso” nos seus fóruns internacionais – desde a ONU, passando por Davos, até à Real Academia Sueca, onde a infante Greta foi premiada com o Nobel da Paz de 2019.

Ou seja, o grande capital usa estes “cães de fila” para caucionarem o seu “Green Deal”, parte da sua estratégia mundial e global de reinicialização do sistema capitalista (o famigerado “Big Reset”), e dar-lhes um estatuto de “bons capitalistas”, de “rosto humano” e preocupados com o esgotamento de recursos a que leva o seu modo de produção, que é o responsável único pela poluição a que o mundo está sujeito.

Aí está o que é a “economia verde” tão propalada pelos imperialistas e que deixa inebriados os “ambientalistas”. Porém, ser “verde”, sob modo de produção capitalista, implica que são criminosas e críticas – quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista ambiental – as condições de extracção do cobalto. Parte deste minério é fornecido pela R. D. do Congo onde, cerca de 20% provêm de minas artesanais onde o trabalho infantil é abundante.

Trabalhando em condições extremamente perigosas, em troca de pouquíssimo dinheiro e equipamentos inadequados de segurança, trabalham estas 40.000 crianças, nas minas do sul da província de Katanga. No supramencionado Relatório da ONU, é dito que as crianças estão expostas a múltiplos riscos físicos e violações psicológicas e abusos, apenas para ganhar um rendimento escasso, necessário para a subsistência da sua família.

De facto, estas atrocidades maculam a alma "soft green" (verde suave) da pequena burguesia ao serviço das novas indústrias ambientais multinacionais de energia verde assassina em busca de subsídios governamentais.

Apesar de reconhecer o problema do trabalho infantil (assassino – insalubre – inseguro – sobrexplorado) nas minas, o governo da República Democrática do Congo limitou-se a afirmar que iria adoptar políticas que incentivam a educação primária gratuita e proíbem o uso de crianças para trabalhos perigosos.

O governo deste país africano espera, ainda, que até 2025 o trabalho infantil seja eliminado das minas. Disparates e insensatez por parte de um Estado colonizado em falência técnica, dilacerado há 75 anos pelas guerras tribais-clãs-étnico-nacionalistas mantidas pelos bilionários multinacionais mineiros, "ecologistas verdes", sedentos de valor acrescentado.

Porém, apesar do uso generalizado de trabalho infantil na mineração de cobalto poder ter implicações para o fornecimento global, uma vez que a origem do fornecimento de minerais extraídos por meio do trabalho infantil começar a tornar-se cada vez mais inaceitável para os consumidores dos materiais derivados destas matérias primas, o que é certo é que, em termos práticos, não existe “alma verde” que resista ao “bezerro de ouro” que esta mineração representa.

Finalmente, o relatório da ONU alerta sobre a poluição ligada a essas extracções de mineração. A drenagem de ácidos de mineração contamina principalmente os rios e, às vezes, até a água normalmente adequada para o consumo. Pura hipocrisia por parte da ONU, que chora pela poluição da água e da flora, mas não pelo assassinato dos proletários, nossos irmãos congoleses.

07Dez2020

pctpmrpp

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