INTERNACIONAL
O eco-histerismo e as teorias neo-malthusianas
Em 1972, U Thant, então Secretário Geral das Nações Unidas (ONU), inaugurou a era das Cimeiras da Terra. Quase meio século depois de conferências e cimeiras ao que é que assistimos? A uma mão cheia de nada quanto a soluções para os problemas que os seus patrocinadores não se cansam de nos repetir.
Como de costume, o sistema dominante rodeou-se de um batalhão de especialistas – muito poucos ou nenhuns em climatologia – e decidiu evoluir de uma situação em que se atribuia sobretudo ao carvão, ao petróleo e à energia nuclear todas as agressões que tornavam – com tendência a agravar-se ao ponto de “não retorno” – a vida no planeta, para uma descarada culpabilização dos comportamentos desviantes deste mundo... à humanidade!!!
Os eco-histéricos que com a ciência não querem ter nada a haver, alinharam prontamente com esta tese e assumiram-na como a mais políticamente correcta. Prestam-se, pois, apesar de muitos deles ostentarem discursos de esquerda – e até de extrema-esquerda ou anarquista – a servirem de capacho ao jogo das grandes potências capitalistas e imperialistas e, em muitos casos, a aceitarem prebendas e subsídios dos grandes mecenas do mundo – as grandes corporações industriais e petrolíferas!
Quando foi inaugurado o ciclo das Cimeiras da Terra, U Thant não escondia que o seu principal objectivo era o da luta contra a guerra que o imperialismo americano levava a cabo contra o Vietname, utilizando um arsenal de armamento químico, mormente o famigerado gás laranja, que provocou estragos irreversíveis na floresta e na agricultura daquele país e é, ainda hoje, responsável por dramáticas malformações em centenas de milhar de vietnamitas.
Hoje, dominadas pela teoria neo-malthusiana que propugna o controlo demográfico activo, o imperialismo mudou a agulha ao discurso, pretendendo fazer crer que a humanidade, essa sim, é que é a verdadeira responsável pela crise climática que afirmam assolar o planeta, indicando serem necessárias medidas urgentes para reverter a situação.
Propositadamente – para o que contam com os movimentos eco-histéricos – tudo fazem para, com o contributo de uma comunicação social vendida aos seus interesses, confundir alteração climática com poluição. Isto porque, o que de facto desejam são as trevas que possibilitam essa manipulação.
Para que a mentira, tantas vezes repetida, passe a, pelo menos, soar como verdade, afirmam que devemos dar ouvidos aos especialistas. Mas, quando nos dispomos a ouvi-los começamos a perceber que de clima não entendem rigorosamente nada e que aqueles que entendem e não confundem clima com poluição são liminarmente isolados e é-lhes imposto o silêncio.
E o que têm eles, os verdadeiros cientistas – não os palhaços e as marionetas vendidos ao sistema capitalista e imperialista – para nos dizer? Que o contributo da humanidade – positivo ou negativo , como o comprova a história de muitos milhões de anos do planeta – para que alterações climáticas ocorram é diminuto, pelo que o problema que temos de identificar e combater assenta noutros pressupostos.
Desde logo, temos de combater a tese neo-malthusiana que assenta na atribuição da responsabilidade pelas alterações climáticas e da poluição – misturando questões que não se devem misturar – à humanidade. Em nosso entender, esta estapafúrdia tese tem por objectivo justificar a eliminação física daquela parte da humanidade que, no entender do modo de produção capitalista e imperialista, é responsável por aqueles fenómenos.
Depois, combater o medo e a manipulação que perpassa todas as Cimeiras da Terra até hoje realizadas, bem como a denúncia dos autores dessa campanha de medo e manipulação, e os objectivos que visam.
Se quisermos levar uma luta coerente, justa, eficaz e duradoura contra a poluição, temos de nos focar na luta contra o modo de produção capitalista e imperialista – esse sim, único responsável pela poluição – que assenta, como o denunciava Marx e Engels, no uso e abuso dos recursos humanos – mormente da classe operária – e no impiedoso esgotamento dos recursos da terra.
Focarmo-mos nessa figura apresentada como sendo etérea e híbrida como é a humanidade é aceitarmos que, nesta sociedade de classes, interesses de classe e luta de classes, TODOS somos – de forma igualitária – responsáveis por uma excrescência natural da ganância e do lucro que é a poluição!
Convencer o proletariado internacional que deve pagar pela reconversão económica e industrial dos seus patrões e empregadores, que os despedirão, é a missão da pequena burguesia histérica reunida em Madrid num carnaval burlesco, mascarado de preocupação "climática", antes de se preparar para partir para o Chile, em 2025. Sejam destemidos, os bravos proletários chilenos esperam por vós!
07DEZ2019
LJ