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EDITORIAL

Uma saída que é uma derrota - O resgate do Partido

O último congresso, tal como referimos no comunicado publicado no Luta Popular on-line, espelhou de forma muito evidente a luta travada dentro do Partido para que a sua linha política e o seu programa não fossem alterados, aspecto que se veio a traduziu na apresentação de duas listas para o Comité Central, sendo uma delas encabeçada por João Castro, plenamente confiante de que iria vencer, pelo que até já tinha encomendado a cobertura do congresso a um seu amigo que, naturalmente, foi convidado a suspender de imediato tal acção abusiva e a sair, uma vez que não era nem é militante do Partido, apesar de estar, tal como outros, incluido no grupo dos desfiliados!! Talvez para parecerem mais…
 
Neste contexto, a chamada desfiliação é uma consequência da forma como correu o II Congresso Extraordinário e uma derrota de  uma linha que quis tomar a direcção do Partido e alterar o seu programa e princípios.

Efectivamente, derrotados no Congresso, ainda tentaram fazer crer que iriam trabalhar com a nova direcção, aspecto que, por experiência, esta sabia de antemão que não iria acontecer, embora tanto o João Ponte como o Edgar Ferreira, há três semanas tivessem afirmado, na estrutura a que pertenciam, aceitaras tarefas que lhes foram atribuídas.Também o João Castro e o António Maurício, este secretário de Lisboa, tentaram apresentar justificações para não estarem presentes nas reuniões do Departamento Sindical a que pertenciam, tal como o Alexandre Elias que também arranjou forma de não estar na reunião do Departamento de Finanças.
 
Era apenas mais uma táctica “ inteligente”, como tantas outras que utilizaram para tomar a direcção do Partido, convencidos de que a deserção e o abandono de vários oportunistas e cobardes (alguns dos quais se recusaram a estar presentes no congresso, como todos sabemos),abria o campo a entradas disruptivas como a sua, especialmente, na ideia do seu mentor. É esta derrota que os obriga a sair. Sabiam que se não saíssem de uma forma sairiam de outra.
 
Numa carta a Liebknecht, Engels referia-se aos “jovens” que constituíam a oposição no partido como o resultado da entrada para o partido de um conjunto de “estudantes, literatos e outros jovens burgueses “deslassados” fracos no aspecto teórico, mas distinguindo-se por uma presunção incomensurável e por pretensões infundadas a um papel dirigente. Só a título de informação, acrescentemos que estes “jovens” ao fim de um ano, acabaram por ser expulsos do Partido Operário Socialista Alemão.
 
Poderíamos dizer que o mesmo se passou no nosso Partido, quando estes, chamemos-lhes “jovens” tentaram criar uma ilusão pensando que bastava a sua juventude, grandes “tácticas” e uma linguagem pseudo-marxista para tomar a direcção do Partido. Achavam que um Partido como o nosso, forjado na luta, enfrentando os ataques de toda a burguesia antes e depois do 25 de Abril não percebia e se vendia a troco de meia dúzia de entradas que pretendiam fazer dele uma barriga de aluguer, uma organização já constituída que lhes permitisse, como diziam, obter dinheiros públicos? Na liberdade de crítica existente no Partido permitiu-se-lhe que discutissem todas as ideias, mas nunca se abdicou dos princípios, nem da defesa do marxismo e do comunismo, que alguns deles desconhecem e outros não aceitam.

Na sua incoerência acusam a direcção de estudar e honrar o legado do camarada Arnaldo Matos! Nem vamos discutir tal afirmação! Ela encerra em si uma divergência insanável entre o Partido que existe há53 anos e aqueles a quem agora chamámos “ jovens” que tiveram a veleidade de pensar que o mudariam em três anos.
 
E sim, nem os restantes membros da direcção anterior, nem os da actual estiveram ou estão dispostos a entregar o Partido para que este mude de cor!
 
São estas as razões para a sua saída. Saíram porque não conseguiram impor a sua linha, porque discordam da linha do Partido, porque não reconhecem os contributos do camarada para a construção de um verdadeiro partido comunista. E esta é uma vitória do Partido, que travando a luta ideológica, sem fugas e mesmo numa situação de grande fragilidade afastou os elementos que lhe eram estranhos.
 
Há um aspecto que parecendo de somenos importância, é, contudo, revelador do desespero que este grupo ou alguns elementos deste grupo sentiam por não estarem a conseguir o seu intento e que se revelou num telefonema anónimo, na véspera do congresso, ameaçando quem ousasse apresentar uma lista de oposição à sua. Com este mail, fica agora claro quem o fez e que métodos seguem.
 
Foram três anos de tentativas para mudar e tomar o Partido, mas acabaram por sair derrotados ao não conseguirem esse seu objectivo estratégico, apesar das tácticas“ brilhantes e “inteligentes”, sendo efectivamente obrigados a regressar às origens, ou seja, à dita PLP, que já existe há, pelo menos, sete anos sem qualquer sucesso e que ao que tudo indica estava guardada na algibeira de alguém que rapidamente a desembrulhou, e assim passaram a seguir as passadas e as escrituras do seu ideólogo, o tal Francisco Martins Rodrigues. Interessante. Também um dos energúmenos que desertou do Partido, depois de ter destruído o Departamento da Juventude segue o mesmo ideólogo. Teias do revisionismo.
 
Viva o Comunismo!
 
Viva o Partido!

O Comité Central

pctpmrpp

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