CampanhaFundos202206

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EDITORIAL

Inflação

Para o operário a inflação é o racionamento, a subalimentação, a fome.

Para o pequeno burguês é uma mais cuidada contenção nos gastos.

Mas para a média burguesia proprietária a inflação cria a ilusão de enriquecimento pois se uma propriedade valia 50 000 euros poderá passar rapidamente para 100 mil ou mais!

Para a burguesia detentora de maiores capitais a inflação é uma oportunidade de crescimento económico e de acumulações relâmpago em carteira.

Para o Estado é um maná mas também um problema pois ao directório do capital se cabe afrontar o protesto e a luta das massas trabalhadoras não deixa por isso de poder em pouco tempo multiplicar recursos, com o financeiro e o policial/militar à cabeça.

Mas o que é inflação, o que a origina, quem perde e quem ganha com ela??

Inflar significa encher de ar, inchar.

A inflação não engorda balões, mas engorda os preços e engorda quem enriquece com o aumento dos preços.

A inflação tem origem numa desordem da produção, desordem típica e cíclica do modo de produção burguês, tanto no multiplicar excessivamente ou adulterar o produto posto à praça como no chantagear o que no mercado está em falta. Com a inflação a burguesia procura novo acerto do valor de troca e do valor de uso das mercadorias – sempre na salvaguarda e optimização do seu regime de saque e de opressão do homem pelo homem.

Sendo o preço a expressão monetária do valor de troca de uma mercadoria, sendo o valor de troca de uma mercadoria a quantidade de trabalho nela incorporado, o que a burguesia faz com o processo inflacionário é aumentar o preço dos produtos consumidos pelo trabalhador que vive da venda da sua força de trabalho – sem que tenha havido prévia alteração da quantidade de trabalho neles incorporado – com a simultânea contenção dos salários, isto é, do custo da mercadoria força de trabalho em acção. Reduz assim – camufladamente – o número de horas pagas ao trabalhador, faz, às ocultas, subir a taxa da mais-valia (razão da mais-valia com o capital variável, isto é, salários) e ardilosamente logra o sucessivo abaixamento da taxa de lucro (razão da mais-valia com o capital variável e o capital constante) com lucros fabulosos. É, pois, uma ocasião formidável para a progressão do capital, que acumula em rapidez e dimensões sem precedentes não só pelo aumento da exploração de cada assalariado como pelo número dos que vai proletarizando com o seu desenvolvimento.

O capital progride, pois, proletarizando, isto é, esbulhando e submetendo massivamente as populações à condição assalariada.

Como progride o proletário?

O proletário progride emancipando!

Emancipação é responsabilidade e libertação!

A burguesia fez a sua revolução. O extraordinário desenvolvimento das forças produtivas que a revolução burguesa originou não só não acabou a exploração do homem pelo homem como hoje, contra-revolucionariamente, ao criar obstáculos ou mesmo destruir brutalmente forças produtivas, ameaça perigosamente a salvaguarda das condições de vida no nosso Planeta

Quem trabalha deve controlar qualitativa e quantitativa as mercadorias, sejam as produzidas, sejam as comercializadas, em oposição e como oposição à chantagem inflacionária da burguesia!

E deve centralizar e divulgar publicamente toda essa informação!

Contra a alienação assalariada!

Pela emancipação proletária!

4Jul2022

Pedro Pacheco

Ao Director do Luta Popular online

Camarada João Pinto

Solicito a alteração do antepenúltimo parágrafo do texto sobre a inflacção.

Ao contrário do que afirmei em resposta às tuas observações verifiquei que tinhas razão e que estava subvertido o sentido que considerava inequívoco. Está inequívoco mas oposto ao que ocorre actualmente.

Assim, de “A burguesia fez a sua revolução. O extraordinário desenvolvimento das forças produtivas que a revolução burguesa originou não só não acabou a exploração do homem pelo homem como ameaça perigosamente a salvaguarda das condições de vida no nosso Planeta.” Peço para ficar “A burguesia fez a sua revolução. O extraordinário desenvolvimento das forças produtivas que a revolução burguesa originou não só não acabou a exploração do homem pelo homem como hoje, contra-revolucionariamente, ao criar obstáculos ou mesmo destruir brutalmente forças produtivas, ameaça perigosamente a salvaguarda das condições de vida no nosso Planeta.”

Saudações Comunistas,

9Jul2022

Pedro Pacheco


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