EDITORIAL
18 DE JULHO DE 1975 E 18 DE JULHO DE 2022:
OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS MAS A MESMA LUTA!
O 18 de Julho de 1975 brilha ainda em 18 de Julho de 2022!
Em 1975 a luta de classes em Portugal progredia impetuosa nas apertadas fronteiras portuguesas.
A burguesia entretanto internacionalizou fronteiras, traficou indústrias e globalizou o comércio gerindo o movimento de massas de maneira a reduzir-lhe os ímpetos e direccionar-lhe as forças.
Neste ano de 2022 a luta de classes em Portugal confunde-se com a luta de classes em França, em Inglaterra, em Espanha, nos Estados Unidos, na Rússia, na Ucrânia, na Síria, na Líbia, no Canadá, na China, e nos demais países do mundo com todos os seus povos cada vez mais sujeitos à planetária dominação capitalista.
Os Estados Nacionais são hoje meros agentes locais do Estado Mundial do Capital em desesperada gestação.
É que todas as deslocalizações, terciarizações, anexações, migrações, guerras, ao contrário de eliminarem, extremaram as contradições e os antagonismos de classe e em vez de complexificar simplificaram o confronto.
Há cada vez menos ricos, mas os ricos são cada vez mais ricos e há cada vez mais pobres sendo os pobres cada vez mais pobres. E tanto os portugueses como os ucranianos, tanto os russos como os franceses, é uma única a entidade a quem prestam obediência e de quem sofrem sonegação: o Capital. Sem rosto, sem pátria, sem pudor, sem compaixão.
O capital que não progride se não se concentrar e não se concentra se não proletarizar massiva e indiscriminadamente.
O genocídio e destruição sucessivamente nos Balcãs (ex-Jugoslávia), no Afeganistão, no Iraque, na Síria, na Líbia, etc., agora na Ucrânia, não são mais do que acertos nesse processo mundial de proletarização massiva e de imparável concentração do capital.
Mesmo quando usa a bandeira do nacionalismo é a eliminação das fronteiras que o capital impõe ostentando-se como a única pátria para quem trabalha ou quer trabalhar.
E os governantes, sejam eleitos, sejam príncipes ou tiranos, justificam-se pela mesma sebenta: a contabilidade burguesa. A contabilidade burguesa é uma contabilidade assassina! A contabilidade burguesa valoriza a depredação e a depreciação, seja humana, patrimonial, laboral ou ecológica.
É o planeta Terra que a burguesia não cessa de agredir. É a cultura que a burguesia não cessa de subverter. É a trabalho que a burguesia não cessa de malbaratar. É a humanidade que a burguesia não cessa de desumanizar!
Para a burguesia a luta de classes serve para impor-se como incontestada classe dirigente mas segundo ela a luta de classes em nada ilumina o devir histórico.
Para a burguesia a guerra é que é o motor do progresso e sem guerra a civilização não pode existir!
Para a burguesia o trabalho só tem consistência na iníqua relação de assalariado e assalariador tendo este total discricionariedade quanto ao que àquele cabe fazer e usufruir.
Para a burguesia a Terra é, pois, mero terreiro seu de gáudio e de saque!
Se em 18 Julho de 1975 ficou confirmada a justeza da linha política e ideológica assumida pelo Partido, células, comités, comité central e secretário-geral, gerando uma onda entusiástica de solidariedade e empatia operárias e populares – de que o Comício no Campo Pequeno em Lisboa é um dos testemunhos –, em 18 de Julho de 2022 cabe-nos não ceder face à duplicidade do inimigo, não ceder face à acção psicológica que a liderança burguesa exerce sobre o povo português, não ceder face às dificuldades científicas teóricas e práticas no seio da classe operária e do Partido, não ceder face à deserção, à capitulação, à desonestidade e à liquidação e, com redobrado ânimo, identificar com exactidão e responder adequadamente aos ataques contra a vida no planeta, contra o proletariado internacional, contra os trabalhadores portugueses e contra o Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses.
Viva a fantástica diversidade natural e cultural!
Viva quem trabalha!
Viva a classe operária!
Viva o PCTP/MRPP!
18Jul2022
Pedro
Dar Voz a Quem Não Tem Voz
Oeste
Um exemplo de liquidação do SNS
Recebemos de um nosso leitor a carta que expressa a preocupação quanto ao previsível encerramento do hospital de Torres Vedras e que, abaixo, transcrevemos na íntegra
Exmos Srs,
Meu nome é Patrick Francisco, tenho 46 anos, e sou residente em Torres Vedras.
Tomei a liberdade de deixar aqui uma reflexão sobre uma questão fundamental para os cuidados de saúde na Região Oeste de Portugal.
Um dos temas que tem suscitado grande preocupação entre os torrienses e em toda a Região Oeste, está relacionado com o acesso aos serviços hospitalares. Até agora, a Região Oeste tem sido servida por 3 Hospitais, nomeadamente em Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche.