EDITORIAL
VIVA O 8 DE MARÇO,
DIA INTERNACIONAL DA MULHER TRABALHADORA!
A LUTA DAS MULHERES TRABALHADORAS E COMUNISTAS , CONTRA O CAPITALISMO E O IMPERIALISMO NO NOSSO PAÍS E NO MUNDO
Desde o dia 8 de Março de 1857 - o dia mais marcante da luta das mulheres trabalhadoras, dia em que as tecelãs de Nova York lutaram heroicamente pela redução do horário de trabalho das mais de 16 horas de trabalho diário para 10 horas e por melhores condições sanitárias e de segurança - a mulher trabalhadora não tem parado de lutar contra a exploração capitalista, actualmente, contra o imperialismo no mundo inteiro.
Em 8 de Março de 1908, trabalhadoras do comércio de agulhas de Nova Iorque fizeram uma manifestação para lembrar o movimento de 1857 e exigir o voto feminino e fim do trabalho infantil. Este movimento foi igualmente reprimido pela polícia.
Passados mais de 160 anos, na actual fase de grande crise do capitalismo, este continua a lançar mão da força de trabalho de mulheres e crianças.
O trabalho remunerado das mulheres sempre interessou à burguesia, que lhes abriu as portas a toda e qualquer actividade económica, transformando-a desse modo em proletária.
Na realidade, o salário que lhes paga representa um custo que o capitalista subtrai ao salário do operário homem, o qual pode, desta forma, continuar a alimentar a sua mulher e os seus filhos.
Por outro lado, o trabalho doméstico e o dos cuidados com os filhos - não remunerado - é menos um custo da força de trabalho do operário que o capitalista não precisa de pagar.
Este trabalho não remunerado, esta sobrecarga de trabalho da mulher e mesmo o trabalho remunerado, ainda assim inferior ao do homem em valores consideráveis e somados às diversas formas de violência contra as mulheres, constituem verdadeiros factores de revolta que induzem à milenar força das mulheres.
No mundo da globalização, tal como o denunciámos o ano passado, nesta data, existem demasiadas formas de violência:
- Continuam os casamentos forçados de meninas menores: Segundo a UNICEF mais 150 milhões de meninas podem ser obrigadas a casar até ao ano 2030;
- A organização Comércio Justo chamou a atenção para a utilização de menores "em situações de trabalho forçado e de exploração" nos sectores da alimentação e têxtil, destacando a necessidade de se conhecerem as condições de fabrico dos produtos para evitar a "violação dos direitos das crianças;
- Interessa particularmente às empresas multinacionais que exploram recursos mineiros de grande valor, como diamantes em África recrutar crianças de 9 anos para descer aos poços profundos para os extrair.
- As guerra inter- imperialistas, nomeadamente na Síria têm levado a condições desumanas de muitos milhares de refugiados.
- A ONG de defesa da infância Plan International destaca que dez milhões de crianças, 67% das quais meninas, trabalham no serviço doméstico em condições de escravidão, escondidas nas vivendas dos seus empregadores sem que estas atividades possam ser controladas.
A luta das mulheres operárias e trabalhadoras é a luta pelo fim da exploração e por uma sociedade comunista e não deve nem pode ser reduzida a meras reivindições feministas. É uma luta conjunta de operárias e operários, de trabalhadoras e trabalhadores contra as injustiças e as desigualdades que se continuam a verificar.
De acordo com um Estudo da Universidade Nova de Lisboa, em 2017, quase 2 milhões de pessoas faltaram às consultas, 549 mil consultas externas ficaram por dar; um em cada 10 doentes não compra medicamentos, e em todos os casos, por falta de recursos económicos para custear deslocações e taxas moderadoras.
Por outro lado, o Observatório das Desigualdade do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa ( ISCTE ) diz-nos que os portugueses são aqueles, cujo horário de trabalho é superior à média na EU.
Os portugueses trabalham cada vez mais horas por semana- 40H, 41H semanais- mais 77 horas anuais que a média da União Europeia (EU); gozam apenas 22 dias úteis de férias por ano, quando na EU a média é de 25 dias úteis. Os alemães têm 30 dias de férias por ano e os holandeses 25 dias.
Como se isto não bastasse, e é mesmo por estas razões que os imperialistas alemães da Autoeuropa, quais nazis vêm impor aos trabalhadores portugueses daquela fábrica mais um dia de trabalho semanal, roubando-lhes descaradamente o sábado, enquanto dia de descanso, roubo tanto maior, quanto o trabalho por turnos, 3 diários, requer mais tempo de descanso.
A luta dos operários da Autoeuropa é a luta de toda a classe operária do nosso país e do mundo, contra o capitalismo no seu estado supremo, o imperialismo!
As mulheres comunistas do PCTP/MRPP solidarizam-se com esta luta tal como o fizeram com a dura e corajosa luta das operárias de outra multinacional alemã, a antiga Triumph e das operárias têxteis da Ricon, também vítimas de despedimento colecivo.
Em 1916, a disparidade salarial, entre homens e mulheres, no total de todos os sectores de actividade económica era de 17,5% depois de ter sido de 8,5% em 2007, segundo dados da Pordata.
No entanto, o nível de disparidades salariais aumenta, se considerarmos o nível de qualificações académicas. Em 2015, no grupo dos licenciados, a remuneração média mensal da mulher era de 70,7% da remuneração média mensal do homem.
Acresce que a discriminação das mulheres ao nível salarial leva a que a proteção da chamada Segurança Social na 3.ª idade seja inferior à dos homens quer se trate da sua própria pensão, quer da pensão de sobrevivência. Segundo o relatório da OIT as mulheres constituem 65% das pessoas acima da idade da reforma (60-65 anos ou mais).
Dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que tem apoiado as vítimas de violência doméstica, no seu relatório sobre criminalidade registada entre 2013 e 2016, aponta-nos um total de 29.619 processos de apoio a vítimas de violência doméstica que se traduziram por 71.098 factos criminosos. As mulheres, em número de 25.341 ( 85,56%), são as vítimas principais.
O abuso sexual de crianças registou um número crescente de vítimas: de 31 em 2013 para 35 em 2016, num total deste período de quatro anos de 120 casos.
Também se destacam os números de maus tratos psíquicos que em 2013 causaram 6.403 vítimas , tendo passado esse número para 7.325 em 2015 e 6.729 em 2016.
As Mulheres Comunistas do PCTP/MRPP, neste dia 8 de Março, dia Internacional da Mulher Trabalhadora:
Defendem como principal bandeira de luta de toda a classe operária:
35 HORAS SEMANAIS, 2 DIAS DE DESCANSO SEMANAL E 25 DIAS ÚTEIS DE FÉRIAS POR ANO.
- Consideramos que esta luta é a mais ajustada para que ambos, homens e mulheres trabalhadores tenham maior disponibilidade para o trabalho doméstico e cuidados com os filhos, outros familiares ou pessoas com deficiência;
- Defendemos ainda na luta contra o imperialismo, o fim do trabalho infantil;
- Defendemos o fim de todas as formas de violência contra as mulheres, o assédio sexual no trabalho e o fim da violência doméstica;
- Defendemos o fim dos abusos sexuais de crianças e menores;
Solidarizamo-nos com todas as lutas das mulheres no mundo, contra a exploração imperialista e contra as guerras inter - imperialistas!
Viva o 8 de março, dia Internacional da Mulher Trabalhadora!
Viva o Internacionalismo Proletário!
07MAR18
As Mulheres Comunistas do PCTP/MRPP