EDITORIAL
A Autoeuropa Persiste em Querer Ditar Ordens aos Operários
Preparemos desde já a Segunda Greve de Resposta
Os trabalhadores da Autoeuropa estão a receber da administração da empresa uma carta com indicação das alterações nos horários, modelo e condições de trabalho que os patrões imperialistas alemães lhes querem impor a partir de 29 de Janeiro.
A carta da administração é entregue ao trabalhador pelo líder da equipa de trabalho, com a indicação de que o trabalhador deve assinar a recepção e leitura da carta, mesmo quando não concorde com ela.
Desrespeitando totalmente os trabalhadores e os representantes do governo de lacaios do imperialismo, que com eles têm estado reunidos nestes dias, os patrões germânicos estão por este modo a sabotar as negociações tripartidas em curso e, ao mesmo tempo, estão a forçar os trabalhadores a assinar compromissos de trabalho fora da mesa das negociações e com os quais não concordam.
Os trabalhadores da Vokswagen Autoeuropa devem rejeitar e devolver as cartas que estão a receber da administração, não as assinando e expressando a sua discordância frontal, remetendo o assunto para discussão nas reuniões dos representantes dos trabalhadores, do governo e do patronato ainda em curso.
A contradição principal que existe entre a administração da Volkswagen Autoeuropa da fábrica de Palmela e os 5 500 operários da fábrica é muito clara e precisa: a administração quer executar o projecto do imperialismo germânico de construir naquela fábrica, com o mesmo investimento em instalações e capital constante e o mesmo número de operários (capital variável), durante o ano de 2018, duzentos e oitenta mil (280.000) viaturas da marca Volkswagen, do modelo T- Roc.
Ou seja: quer produzir em Palmela, numa fábrica e com uma massa operária que nunca produziu mais do que 138.890 unidades de viaturas no ano de 1998, duzentas e oitenta mil unidades do modelo T-Roc, obrigando os operários (5 500) a trabalhar 17 turnos por semana em laboração contínua, onde presentemente só trabalham 15 turnos, e ainda por cima sem pagamento das horas extraordinárias previstas na lei, impondo o trabalho ao sábado, que os operários nunca tiveram em geral em Palmela, e apenas com dois dias de folga por quatro sábados trabalhados.
Ora, os operários da fábrica Volkswagen da Autoeuropa em Palmela estão dispostos, através dos seus representantes como é óbvio, a negociar com a administração da empresa, mas já disseram alto e bom som:
- que não aceitam trabalhar ao sábado;
- que devem trabalhar apenas 35 horas por semana, distribuídas por cinco dias (segunda a sexta);
- que a administração deve fazer os investimentos que permitam à fábrica produzir as 280.000 unidades do modelo T-Roc;
- que deve recrutar mais operários e operárias para perfazer os turnos de trabalho necessários à produção das 280.000 unidades do T-Roc;
- e que devem ser garantidos os vinte e cinco dias úteis de férias anuais.
A administração deve sentar-se com os representantes dos operários à mesa das negociações, devendo ser discutidos também os níveis salariais, tendo em vista o aumento do salário mínimo nacional já aprovado para o ano de 2018.
Os operários e operárias da fábrica da Volkswagen Autoeuropa em Palmela devem ser respeitados nos seus direitos e na sua dignidade de trabalhadores e não devem nunca aceitar, de modo nenhum, ser tratados como coisas pelos imperialistas alemães nem aceitar as suas imposições de nazis.
Não trabalhamos nem aos sábados nem aos domingos!
Exigimos a semana das trinta e cinco horas (sete horas por dia, cinco dias por semana)!
Queremos 25 dias úteis de férias anuais!
Responderemos com a greve a todas as manobras do patronato imperialista germânico para aumentar a nossa exploração!
Não irão produzir os 280.000 T-Rocs com a nossa pele, o nosso sangue e os nossos ossos!
20DEZ17
Espártaco