EDITORIAL
Fora com a Tróica!
Arnaldo Matos
A Tróica – colégio de tecnocratas representantes da Comissão Europeia (Bruxelas), do Banco Central Europeu (Francoforte) e do Fundo Monetário Internacional (Washington) – – voltou a Portugal. Está cá com o único objectivo de impor ao governo de António Costa um novo projecto de orçamento geral do Estado para 2016. A Tróica quer um orçamento que intensifique a política de austeridade servida nos últimos quatro anos pelo governo de traição nacional Coelho/Portas: mais impostos sobre os rendimentos, mais redução de salários, mais aumento da jornada de trabalho, mais desemprego, mais cortes nas pensões e reformas.
Esta política suicidária imposta pela Tróica, alegadamente para obter a redução da dívida externa e a diminuição do défice orçamental, conduziu precisamente ao inverso: ao aumento desmesurado da dívida e do défice, à falência do País, à miséria extrema da Nação.
A Tróica tem-se comportado como aquilo que é e sempre foi: o comité de negócios dos credores externos parasitários. A nossa dívida, com as receitas da Tróica, aumentou exponencialmente, o orçamento afundou a nossa economia, o país deve mais e está mais pobre.
Os portugueses devem unir-se e escorraçar a Tróica de Portugal. O governo português, qualquer que ele seja, deve opor-se a negociar com os tecnocratas da Tróica e, sobretudo, deve rejeitar ser comandado por um comité de papalvos cujo único objectivo é roubar Portugal e os portugueses.
A União Europeia, à qual pertencemos sem que o povo português tenha sido chamado a pronunciar-se sobre tal matéria, é governada por instituições constituídas na base de tratados, muito embora nunca referendados.
De qualquer modo, não há nenhum tratado que imponha o comandamento de um país por comissões de tecnocratas, que não foram nunca eleitos pelos povos da Europa e que representam interesses obscuros, não transparentes e de legitimidade mais que duvidosa, mas nunca democrática.
Portugal, assim como os demais países da União Europeia, não aderiu a essa organização política, económica e social para receber ordens de tecnocratas politicamente analfabetos e de bandidos como aqueles que, expedidos de Bruxelas, Francoforte e Washington, chegaram segunda-feira passada a Lisboa para nos imporem políticas que nós não aceitamos, que rejeitamos frontalmente e que espezinham os nossos interesses políticos, económicos e sociais de base.
A Tróica não manda em nós e nós não admitimos a Tróica no nosso território.
A Tróica deve ser imediatamente posta na rua. Os portugueses devem exigir a expulsão da Tróica do nosso País.
Em resultado da política suicida de José Sócrates e suicidária de Passos Coelho e Paulo Portas, Portugal é chamado a pagar aos credores externos, em bancos estrangeiros, a quantia de 45 mil milhões de euros até ao ano de 2019, isto é, dentro de quatro anos.
Depois de pagar esses 45 mil milhões de euros, a nossa dívida externa continuará na linha dos 180 mil milhões de euros; qualquer coisa como 105% do produto interno bruto.
Esta dívida colossal e incomensurável é a consequência da política austeritária e de rapina que caracteriza a actuação da Tróica durante quatro anos em Portugal.
Uma tal dívida não pode ser paga e não foi contraída pelo povo português, mas pelos gatunos proprietários dos bancos nacionais (de que, aliás e agora, já não há nenhum) e estrangeiros.
Com uma economia impedida de desenvolver-se e de crescer, ditada pelos tecnocratas da Tróica, com aumento contínuo de impostos, desemprego e redução dos direitos laborais, o nosso País perdeu a sua independência e a sua liberdade de acção.
A Tróica deve, pois, ser banida de Portugal. Escorraçada à paulada e por todos os meios ao nosso alcance. Não há aqui lugar para os ladrões da Tróica! Portugal quer ser livre, democrático e independente. Devemos, por todos os meios, perseguir os tecnocratas e ladrões da Tróica até os meter no avião que os deve levar a Bruxelas, a Francoforte e a Washington, sem regresso.
O governo de Portugal deve exigir negociar directamente com as instituições europeias criadas pelos tratados que assinou: a Comissão, o Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional. Deve, além disso, submeter ao referendo popular esses tratados nunca discutidos perante o povo. Mas deve, sobretudo, defender a independência do país e a liberdade da nação portuguesa, não aceitando ordens de ninguém. Portugal deve exigir falar única e directamente com Junquer, Dragui e Lagarde, não com os seus criados de quarto.
A classe operária e o povo português devem organizar-se numa frente política e patriótica única, cuja finalidade será expulsar e escorraçar a Tróica definitivamente do nosso país.
Fora com a Tróica!
Independência Nacional!
02.02.2016