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EDITORIAL

TRAIÇÃO
A Semana Azul ou a Entrega do Mar Português à União Europeia?
Publicado em 04.06.2015 

A ministra Cristas, com acções como a Semana Azul, que está a decorrer esta semana, afirma que a sua intenção "é tornar Lisboa a capital dos oceanos, a capital do mar, trazer as pessoas ao País e mostrar o que temos do muito bom que é feito na nossa área económica, científica e inovação", mas estas palavras mais não são do que uma tentativa de esconder do povo português o que se está a preparar em Bruxelas, ou seja, o roubo do Mar Português.

Depois da liquidação da nossa marinha mercante e frota de pesca e de tudo o que está ligado ao mar, o governo de traição nacional de Coelho/Portas está a preparar a entrega à União Europeia (U. E.) do Mar Português e dos fundos marinhos, que abrangem 4 milhões de Kms quadrados de área, ou seja, uma área superior à de toda a União Europeia.

Na Europa está a ser construído e desenvolvido o conceito de Mar Azul, que mais não é do que a criação do Mar Europeu.

Ora, o Mar Europeu só pode ser feito com o Mar Português. Por isso, os abutres de Bruxelas estão já a preparar o saque das nossas riquezas marinhas como aconteceu, anteriormente, com as pescas. Não podemos esquecer que, apesar de sermos o segundo consumidor per capita de peixe do mundo, temos de importar dois terços do peixe que comemos e que, desses dois terços, 80% vêm de Espanha, mas que são pescados nas águas da Zona Económica Exclusiva Portuguesa (ZEE).

A União Europeia prepara-se, então, para usurpar o Mar Português, de acordo com um plano, nos termos do qual deixa de haver mares nacionais, passando a haver um único mar europeu, dirigido pela Alemanha, com a circunstância de as divisões desse mar europeu não serem nacionais, mas regionais, o que significa que passará a haver um mar ibérico, cuja gestão ficará sob a alçada espanhola.

O governo está, portanto, hoje a cozinhar, nas nossas costas, a entrega do nosso mar depois da liquidação dos nossos portos, que poderiam ser a principal porta de entrada do grande tráfego marítimo.

Mas porque é que a Europa está tão interessada no domínio do mar?

Hoje é com os mares que se fazem os grandes negócios do comércio e se desenvolve a economia mundial.

Neste momento, estamos a assistir ao controlo dos mares através do contentor, o qual está a reduzir os custos de produção de tudo o que é produzido e precisa de ser transportado.

Os custos actuais e futuros do transporte de um contentor por via marítima faz com que não haja diferenças significativas nos custos de produção, quer a mercadoria seja fabricada na Ásia, na América ou na Europa. Os custos de produção continuarão a baixar à medida que os navios porta-contentores que actualmente transportam 12.000 contentores, através do Canal do Panamá, passarem a transportar no futuro 18.000 contentores, quando o canal em construção na Nicarágua, vier a permitir passagem destes navios gigantes.

O contentor é, pois, a arma desta globalização e está a provocar uma transformação na economia como a que ,no passado, os vagões dos comboios tiveram na redução dos custos e do tempo de transporte das mercadorias. Só que o comboio limitava-se ao país ou ao continente. Agora, o contentor está a fazê-lo ao nível do globo terrestre, daí a colossal importância do nosso mar e do porto de Sines, que é o único de águas profundas na Europa e por onde passam os maiores porta-contentores do mundo vindos dos países das grandes economias emergentes do Oriente, que preferem utilizar uma rota directa ao continente Americano, atravessando o canal do Panamá em direcção à Europa.

Hoje, Portugal é o país central no mundo global e, dentro de algumas dezenas de anos, o Atlântico Central (Região Autónoma da Madeira, Região Autónoma dos Açores, Canárias e Cabo Verde) será a nova centralidade estratégica, militar e económica de cinco continentes: a Eurásia, a Africa, e as três Américas. Portugal fará parte de um dos centros de toda a economia mundial: o Atlântico Central.

O nosso País deve desde já tomar como rumo essa estratégia fundamental de desenvolvimento, investindo nas ciências e tecnologias da comunicação e na economia do mar.

Para além das pescas, a economia do Mar visa uma nova fileira de indústrias produtoras de bens e serviços que têm na própria coluna de água e nos fundos das plataformas continentais e das placas tectónicas as suas matérias-primas e meios de produção.

Claro, que este governo de traição nacional não tem nem nunca teve no seu horizonte a defesa dos interesses do País, bem antes pelo contrário, entregou Portugal aos grandes interesses estrangeiros, controlados pelo imperialismo. O que aliás ficou bem claro na intervenção do fariseu instalado em Bruxelas, Carlos Moedas, que descaradamente se exprimiu, a este propósito, do seguinte modo: "o mar é de grande importância para a União Europeia", acrescentando que "a economia azul na Europa representa cinco milhões de empregos e é grande objectivo da União para 2020 conseguir aumentar esse número de empregos até sete milhões. Isso vai depender do esforço de investimento dos privados, do público e de todos aqueles que vão contribuir para que esta economia azul seja realmente aquilo que nos diferencia em relação a outros continentes".

Em oposição a esta política de vende pátrias do Moedas, recordemos que uma das razões para a Islândia e a Noruega não terem aderido à Comunidade Europeia foi precisamente, porque recusaram o saque dos seus mares.

O Partido e os democratas e patriotas devem compreender as consequências para o País deste autêntico roubo e lutar contra a concretização deste plano da União Europeia, começando pela sua denúncia e repúdio.


A Redacção



 

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