CampanhaFundos202206

IBAN PT50003502020003702663054   NIB 003502020003702663054

PAÍS

Colocação de Professores - Pagar a dívida ou optar pelo direito à educação?!

2012-07-12-manif-professores-01Aos anos que, por esta altura, os professores são encaminhados para o “matadouro” das colocações e sujeitos à mais vil das humilhações por parte do ministério da “educação” que atira para o desemprego milhares destes profissionais.

Aos anos que, quer PS, quer PSD, criam as condições para que o “ensino público” seja liquidado, ao mesmo tempo que uns patetas alegres, ditos de esquerda, que afirmam ser a educação um direito conquistado pelo povo em Abril de 1974, de pactuação em pactuação, muito têm colaborado na sua destruição, permitindo que o governo crie as condições que levem à facilitação da acumulação capitalista que tem promovido em outros sectores da economia.

Aos anos que ouvimos as mesmas ladainhas e queixumes quanto às “políticas” que os governos do “bloco central” – do PS e PSD – têm prosseguido, como se essas medidas fossem uma fatalidade inultrapassável.

E, se é certo que a FENPROF, a maior organização sindical dos professores, e o seu dirigente Mário Nogueira, aquando da manifestação do passado dia 12 de Julho, em Lisboa, manifestação que reconhecidamente teve um significado político muito relevante para o futuro da luta e das condições de vida e de trabalho deste sector profissional, levou muito tempo a reconhecer que os professores não podem fugir à luta e que têm consciência de que, a existirem diferenças entre as políticas levadas a cabo por Nuno Crato em relação àquelas que Maria de Lurdes Rodrigues implementou, elas foram para pior, tem, agora que o processo de colocação de professores configura o maior despedimento colectivo da história do mundo do trabalho em Portugal, de ser consequente com a autocrítica que efectuou e com o programa de luta que então esboçou e avançar com formas de luta e soluções organizativas e de mobilização que abram caminho à inversão, a favor dos professores, alunos e pessoal discente, da situação.

Como afirmávamos no artigo publicado na edição do dia 14 de Julho do corrente ano do LUTA POPULAR, intitulado “Uma importante manifestação dos professores portugueses”, “…efectivamente, hoje ninguém tem dúvidas de que ambos – Crato e Rodrigues, Coelho e Sócrates – queriam e querem uma escola em que os professores sejam reduzidos ao mínimo em número e ao máximo na carga de trabalho, em que todos os direitos lhes são sonegados, em que o direito dos alunos a um percurso de aprendizagens de qualidade é completamente liquidado e em que o objectivo da máxima produtividade empresarial, com a consequente e pretendida concessão a prazo da gestão das instituições educativas públicas a interesses capitalistas privados, se tornou no leitmotiv de todas as medidas decretadas.”

Para que não mais seja possível que a corrente derrotista e capitulacionista volte a controlar a luta dos professores, torna-se vital que estes e as suas organizações sindicais compreendam qual o contexto ideológico e económico em que se processa a actual política de destruição do ensino gratuito e universal que o governo de traição PSD/CDS, a mando da tróica germano-imperialista, pretende levar a cabo.

Quando afirmamos que a luta dos professores se deve unir à luta dos estudantes e às preocupações dos seus progenitores, que deve estar integrada na luta mais geral do povo português contra o pagamento de uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa, afirmamo-lo porque a realidade confronta-nos com as opções que este governo de traição, serventuário dos interesses da tróica germano-imperialista, tem abraçado, política e ideologicamente, que consistem em afectar a riqueza produzida pelos trabalhadores e pelo povo português ao pagamento de uma dívida que não contraíram, nem dela retiraram qualquer benefício, em vez de os afectar ao direito à educação, à saúde, aos transportes, à alimentação, ou seja, a um projecto de vida digno e independente.

Aos anos, e este ano não será diferente, antes se agravará, que todo o povo se vê confrontado com uma drástica diminuição da qualidade do ensino, com uma cada vez maior dificuldade de os seus filhos acederem à educação. A única saída para a luta de professores, alunos e todos os que trabalham no espaço escolar, passa pela compreensão de que esta é uma luta que se tem de integrar no quadro do derrube deste governo, pois não são apenas as medidas que ele aplica, mas quem as aplica – e ao serviço de quem – que está em causa.

E para que tal possa acontecer é necessária vontade política para os mobilizar, organização forte, coerente e decidida para os conduzir nos combates que é preciso travar contra o ministério de educação e o governo que integra. É necessário OUSAR LUTAR para OUSAR VENCER!


Partilhar

Adicionar comentário


Código de segurança
Actualizar

Está em... Home País EDUCAÇÃO Colocação de Professores - Pagar a dívida ou optar pelo direito à educação?!