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PAÍS

Trabalhadores da Talaris Portugal: Consideram fazer greve contra os despedimentos

Os trabalhadores desta empresa, que antes de ser adquirida por um grupo japonês se chamava Papelaco, ameaçam fazer greve se for para a frente a intenção dos novos patrões de deslocalizá-la para outro país.

Os trabalhadores da fábrica da Talaris Portugal em Torres Vedras reúnem-se esta tarde em plenário, em frente à fábrica, para tomar posição sobre o plano de encerramento desta unidade, que é também a única na Europa a produzir máquinas ATM (conhecidas por multibanco).

O Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI), afirma que a fábrica tem condições para continuar, adiantando que não exclui recorrer à greve para travar o processo, se for essa a vontade dos trabalhadores, e “ se essa medida evitar o despedimento de 37 trabalhadores.”

O SIESI reafirma que não vê razões para o encerramento da fábrica de Torres Vedras e teme pelas consequências do fim da unidade de produção, que considera a antecâmara para “a morte da empresa em Portugal”, nomeadamente pelo facto de se manterem serviços e investigação “sem ao lado existir uma linha para fazer protótipos e a experimentação”, diz Paulo Ribeiro. E em causa, acrescenta, está saber acumulado “há cerca de 20 anos da antiga Papelaco, que desenvolveu soluções técnicas para este sector”.

Com esta medida a empresa quer encerrar os escritórios em Sintra, concentrando tudo em Torres Vedras, isto é, pretende manter os serviços administrativos, mas encerra a unidade de fabrico. Segundo o sindicato, a empresa emprega em Portugal cerca de 200 trabalhadores permanentes e tem ainda 40 subcontratados.

A intenção da administração da empresa vem na sequência do propósito do encerramento das poucas unidades fabris existentes no nosso país, uma política de terra queimada com o conluio do governo, seguindo as directrizes da UE, que consistem a continuar a transformar o nosso país, num país periférico e de mero fornecedor de serviços terciários, intensivos, de baixa qualificação e baratíssimos no aspecto salarial. Os pequenos nichos de qualidade tecnológica ainda existentes no país desaparecem assim com a sua deslocalização para países onde haverá mão-de-obra ainda mais barata e que melhor satisfaça os interesses do grande capital, situação bem demonstrativa da globalização capitalista.

A luta justa destes trabalhadores tem de se juntar ao caudal de contestação a este governo vende-pátrias, que aceita passivamente estes ataques do grande capital. Luta que se deve exprimir em greves gerais sectoriais e nacionais, tendo como objectivos fundamentais o derrube do governo Coelho/Portas e a constituição de um Governo Democrático Patriótico que nunca permitirá uma situação deste tipo, porque terá como programa o desenvolvimento tecnológico e do conhecimento como alavanca transformadora, único programa que nos habilitará a viver num país independente e próspero.


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