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Maquinistas da CP – Um ano de luta dura e firme a servir de exemplo no combate pelo derrube do governo!

(do nosso correspondente na CP)

Vai fazer neste mês de Dezembro, mais propriamente no próximo dia 23, um ano que os maquinistas da CP se encontram em greve contínua. Mais do que assinalar um qualquer recorde, importa fazer um balanço, ainda que sucinto, sobre o que levou a uma luta tão prolongada, os objectivos a atingir e o que já foi conseguido neste período de tempo.

A assinatura do acordo de traição com a Tróica, a exigência desta para que sejam os trabalhadores a pagar uma crise e uma dívida que não contraíram, nem dela beneficiaram, levou a que todo o movimento sindical se tivesse erguido e clamado contra as medidas celeradas que o governo tentou impor, a mando daquela Tróica e do imperialismo germânico. Os maquinistas, outros ferroviários assim como todo o sector dos transportes, estiveram desde sempre na primeira linha deste combate e de pronto marcaram greves e outras formas de luta.

Nos maquinistas da CP a luta começou logo por ser de recusa a trabalho com mais de 5 horas consecutivas sem pausa para descanso, a trabalho extraordinário, em dia de descanso, em dias feriados e, talvez o mais importante a de não fazer mais de 8 horas diárias. Ou seja, a Administração, por ordem governamental, passou a roubar-nos parte do salário, com a percentagem para o Orçamento Geral do Estado, preparava-se para nos roubar no trabalho efectuado, através do não pagamento do que estava acordado para os dias de descanso e feriados, mas a resposta foi a da recusa a trabalhar nessas condições, e a fazer apenas as 8 horas diárias como forma de compensar o que nos estava a ser roubado. Em Julho o SMAQ deu uma "benesse" ao governo, ao aliviar as formas de luta, mas desde logo se sabia que "a boa vontade" demonstrada pela Secretaria de Estado dos Transportes era apenas um engodo para nos enganar se fossemos tolos.

Durante todo este ano a relação de forças manteve-se, não havendo por parte dos maquinistas qualquer quebra na sua determinação, ainda que uma dezena de elementos se tenha bandeado para o lado do inimigo, o que é natural, pois o prolongamento e intensificação da luta exigem sacrifícios e determinação e há sempre quem consiga disfarçar uma ou duas vezes a sua má consciência, mas não consegue disfarçar sempre, principalmente quando a luta é diária, e permanente ao longo do dia.

Esta luta tem por fim conseguir que sejam repostos os acordos existentes à altura da assinatura do acordo de ingerência com a Tróica. Até agora nada ficou ainda decidido, encontrando-se a situação num impasse, e se não perdemos nada, ainda nada ganhámos, a não ser uma unidade férrea para continuar a lutar.

As verbas que nos são devidas desde 1996, e que todos os tribunais, até ao último recurso possível, nos deram razão, têm-nos sido recusadas num claro atropelo à lei e decisões judiciais, pelo que podemos entender que se a luta no campo judicial é importante, ela não é suficiente para que se imponha o que é justo, por isso teremos de continuar a lutar no campo estritamente sindical. Mas aqui não basta exigir o que nos é devido e ficar à espera que a coisa aconteça, nem tão-pouco cingirmo-nos à luta económica, que apesar de importantes, não são suficientes para o alcance de vitórias precisas. É preciso que se ponha uma ideologia, com objectivos precisos, na direcção da luta, é preciso saber qual é o fim último que pode emancipar os trabalhadores da canga da exploração e de mais e mais acordos com as tróicas e seus sequazes no governo de Portugal. O primeiro passo deve ser o da exigência da reposição de todos aqueles acordos que foram assinados de livre vontade com a Administração da CP e do mesmo passo, exigir a demissão deste governo de traição e a constituição de um Governo Democrático Patriótico que tenha como primeira medida a recusa de pagamento de uma dívida impagável, injusta e ilegal, que não foi contraída por nós, nem em nosso benefício, que apenas serve para subjugar o país aos ditames do imperialismo germânico.

A resposta que os maquinistas têm vindo a dar ao longo deste ano ininterrupto de greve, ainda que não de uma forma explícita, é nesse sentido: contra o roubo do salário e do trabalho, contra este governo de traição nacional e por um outro que esteja do lado do Trabalho. É preciso no entanto ganhar esta consciência e avançar para formas de luta mais agudizadas.

A paralisação total do passado dia 1 de Dezembro, mostrou isso, a dos próximos dias 8 e 25 de Dezembro e 1 de Janeiro, irão mostrar isso, apesar de meia dúzia de furas, a carreira está unida e determinada, só precisa que haja uma nova orientação para se alcançarem vitórias efectivas.


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