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PAÍS

Pior a emenda que o Proença

A substituição de João Proença à frente da UGT promete mudar, ainda para pior, o colaboracionismo rasteiro e a estratégia de traição à luta dos trabalhadores por este prosseguida. Na sua estreia como líder desta central sindical, na comemoração do 1º de Maio, Carlos Silva fez uma triste figura ao aparecer sintonizado, e talvez com combinação prévia, com o primeiro-ministro na defesa de “um novo acordo de concertação social”. De manhã, o Coelho apelou a este novo acordo, e, à tarde, o Silva apareceu a saudar a proposta e a oferecer os bons préstimos da organização que dirige.

Foi com base num “acordo de concertação social” celebrado entre o governo e a UGT que foram desencadeados neste último ano ataques sucessivos aos trabalhadores: roubos nos salários e aumentos nos horários de trabalho, despedimentos em massa e cortes drásticos nos subsídios, enormes aumentos nos impostos e amputação de direitos na saúde e na segurança social. A cada nova investida, o governo e os capitalistas louvavam-se no “acordo de concertação” e no que este supostamente representava de aquiescência dos trabalhadores relativamente à “necessidade de sacrifícios”. Já o Proença, chorava baba e ranho pela ausência de “contrapartidas para os sacrifícios” materializados “na criação de emprego” e, acossado pelos trabalhadores, ameaçou vezes sem conta “rasgar” o acordo, coisa que nunca fez.

Saindo pela porta baixa dos lacaios por já não estar em condições de repetir a traição de um novo acordo, e confessando a sua esperança de ser recompensado no futuro com um tacho governativo, o presidente cessante da UGT passou o testemunho a outro igual a ele. Qual falsa virgem, o Silva nem sequer fala no acordo anterior e na impostura que representou, como se o mesmo nunca tivesse existido. E quando o governo e a tróica se preparam para lançar sobre os trabalhadores um novo pacote terrorista de austeridade e anunciaram já, até 2017, outros do mesmo calibre, tem o homem a suprema lata de vir candidamente mostrar-se “disponível” para o “consenso social” com tais inimigos dos trabalhadores.

Trazido ao colo pela comunicação social vendida, e servindo de câmara de eco do Seguro e companhia, Carlos Silva lá vai dizendo que não aceitará nenhum ataque aos trabalhadores nas negociações que fará com o governo e os patrões. Pura conversa fiada! O mínimo que se poderia esperar de alguém na posição que ocupa e nas circunstâncias presentes, era uma denúncia firme e uma demarcação total e completa em relação aos intentos criminosos já anunciados. Cabe aos trabalhadores associados nos sindicatos da UGT pôr rapidamente os patins a este Proença recauchutado e unir-se aos demais trabalhadores para alcançar o objectivo imediato e urgente do derrube do governo PSD/CDS e da constituição de um governo democrático patriótico.


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