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PAÍS

E depois da tróica?!

Para aqueles incautos que julgam que vão ficar “orfãos” da tróica germano-imperialista porque ouviram Gaspar Dixit anunciar que o “regresso aos mercados” era a antecâmara da saída daquela “frente” ,ao serviço dos grandes grupos financeiros e bancários internacionais, com os alemães à cabeça, do nosso país, dizemos…desenganem-se!

Ocorra a saída da aliança FMI/BCE/FEEF mais tarde ou mais cedo, esse facto não alterará em nada, quer os objectivos de fazer o povo pagar uma dívida que não contraiu, nem dela retirou qualquer benefício, quer o instrumento que ela constitui de acelerar e reforçar o processo de acumulação capitalista.

Sejam titulados pelos “mercados”, sejam caucionados pela tróica, os “empréstimos” que visam “resgatar” a dívida soberana”, continuarão a funcionar como um instrumento de chantagem de dominação colonial e facilitadores da transferência de activos e empresas públicas estratégicas para as mãos de privados! A oeste nada de novo, portanto!

Como já o demonstrámos anteriormente, mesmo que alguns pontos percentuais – não muito significativos e manipulados de forma a criar uma ilusão de “independência” que de facto não existe – separem os juros cobrados pelo acesso directo aos “mercados” dos que são cobrados ao abrigo do “guarda-chuvas” da tróica germano-imperialista, o certo é que a dívida, e o facto de com este recurso se acrescentar dívida à dívida, permanecerá IMPAGÁVEL!

Podem vir com todas as “engenharias financeiras”, deitar a areia que quiserem nos olhos dos mais distraídos, que nunca conseguirão enfiar a Rua Augusta na Betesga! Uma economia caótica, devido à destruição do tecido produtivo que a devia animar, gera uma constante de endividamento impossível, no actual quadro político e económico, de reverter.

Não existe nenhum malabarismo que consiga alterar o facto de a nossa economia não crescer, no mínimo, à mesma taxa de juros que são cobrados pelos "beneméritos" empréstimos efectuados pela tróica. Antes pelo contrário, todas as previsões indiciam que em 2013 ela sofrerá uma recessão de 2%, e em 2014 seguirá o mesmo caminho, com mais dívida, ainda por cima!

A destruição da nossa metalurgia e metalomecânica ligeiras, da nossa siderurgia, da indústria naval, da agricultura e pescas, “negociada” por PS e PSD, com o beneplácito do CDS, nas últimas 3 décadas, a troco das 30 moedas da traição que vieram sob a forma de “subsídios” que encheram os bolsos a um batalhão de corruptos e agentes do imobilismo, da preguiça e da ganância, conduziram à condição de tornar Portugal um país fortemente dependente do exterior, com a necessidade de importar mais de 80% daquilo do que necessita para alimentar o povo e gerar economia.

Mas, os trabalhadores e o povo não se deixarão enganar! Eles sabem, perfeitamente, que, mesmo que a tróica germano-imperialista, o FMI e outros agentes da colonização germânica, abandonem físicamente o nosso país, os seus serventuários – neste momento Coelho e Portas, mas já se alinham no horizonte mais candidatos – prosseguirão as suas políticas de “austeridade”.

Os trabalhadores e o povo português sabem que, para além das consequências em matéria de venda do país, associadas ao pagamento eterno da dívida, o que está em causa é, também, a consolidação da contra-revolução e o esmagamento do movimento operário. Porque, no que respeita a liquidação das conquistas mais importantes das lutas operárias e populares e o roubo dos salários e pensões, apresentadas como temporárias para nos vermos livres da tróica, essas são para ficar, pois é através desse empobrecimento que a burguesia pretende assegurar a salvação dos capitalistas e o pagamento dos juros aos banqueiros germânicos.
As declarações de Seguro que respondeu com um lacónico “não posso prometer isso”, quando questionado pela “comunicação social” se reduziria os impostos, viesse ele a ser primeiro ministro, são paradigmáticas.

Não basta, pois, dizer que se lixe a tróica ou que queremos a tróica fora de Portugal! É decisivo que os trabalhadores e o povo se mobilizem para derrubar este governo de traição e, com a mesma determinação e firmeza, promovam a constituição de um governo democrático e patriótico que suspenda de imediato o pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, única forma de secar a “fonte” à qual a tróica e seus serventuários querem vir beber!


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