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PAÍS

Mais uma grosseira manipulação da história

A propósito da morte do coronel/general Jaime Neves, mais uma vez se assiste a uma inadmissível manipulação da história, feita de acordo e ao serviço da ideologia dominante.

O serviço público de televisão chegou mesmo a dizer que, por este motivo, o dia de hoje é um dia triste para a democracia (sic!).

Ao contrário do que se tenta fazer passar, Jaime Neves sempre foi, e nunca deixou de o assumir até ao fim, um militar colonialista e assassino dos povos das ex-colónias e profundamente anti-comunista.

Não foi o facto de ter participado, sob o comando do General Ramalho Eanes, na reacção ao golpe social-fascista de 25 de Novembro, que o tornou um democrata que nunca foi.

No que toca ao Partido, importa não esquecer que foi ele, à frente dos comandos, que encabeçou, às ordens do Copcon de Otelo Saraiva de Carvalho, em 28 de Maio de 1975, o assalto à sede nacional e outras dezenas de sedes do MRPP, prendendo o camarada Arnaldo Matos e centenas de militantes do Partido, e reprimindo a tiro os comunistas e democratas que em Caxias se manifestavam contra essas prisões.

E foi o mesmo Jaime Neves que, mais tarde, como capanga recrutado pelo banqueiro Jorge Brito para este reaver o que lhe havia sido expropriado, interveio na desocupação da sede regional de Lisboa do Partido, na Travessa André Valente.

Se há alguma coisa de triste a propósito da morte de Jaime Neves é a desfaçatez e a ligeireza com que os ideólogos e historiadores burgueses tentam branquear e manipular a história da luta política no nosso país que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, apresentando como heróis quem nunca deixou de se vangloriar do seu passado de carrasco dos povos das ex-colónias.

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