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PAÍS

Pela boca morre o peixe

Em entrevista recente ao Diário de Notícias e à TSF, quando perguntado se, enquanto eventual primeiro-ministro, diminuiria os impostos sobre o trabalho, António José Seguro respondeu: “Não estou em condições de prometer isso aos portugueses”.

Com uma só frase, Seguro arrumou de vez com qualquer pretensão do PS a afirmar-se como alternativa ao actual governo PSD/CDS. Ele que se armou em oposição votando contra um Orçamento de Estado cuja principal característica é a de um aumento brutal e assassino nos impostos sobre o trabalho, vem agora dizer, com uma simples frase, que afinal concorda com o Orçamento e com o genocídio fiscal que ele representa.

Com aquele seu ar de seminarista, o secretário-geral do PS dirá que é uma pessoa séria e responsável e que, por isso, não pode nesta altura comprometer-se com uma questão que requer ainda uma análise séria e profunda. Mas na mesma entrevista, Seguro diz que o PS está pronto para assumir as suas responsabilidades como governo alternativo, se for caso disso. Não há portanto volta a dar.

Será esta uma gaffe de um oportunista, que ele gostaria de corrigir se pudesse? Evidentemente que não. Seguro sabe ao que vem. Antes que possa tomar posse de um eventual cargo de primeiro-ministro ou vice ou lá o que seja, ele precisa de prestar juramento ao patrão, neste caso à patroa. Quando Seguro ostenta aquela expressão de meio-aflito que o caracteriza, ele estará sempre a pensar no que dirão os da tróica. E aquela pergunta foi tão directa que o homem não arranjou maneira de se escapulir.

Está feito, está feito. Agora o PS que desfaça o nó. Afinal o Seguro é igual ao Sócrates – tudo para os capitalistas, nada para os trabalhadores. E ainda por cima não tem a destreza do turista de Paris a safar-se de embrulhadas. Com este não vão lá. Nem com este nem com outro da mesma igualha. Os trabalhadores e o povo português já os conhecem de ginjeira e reservam-lhes um lindo enterro em futuras eleições.

Talvez seja esta uma boa ocasião para que os trabalhadores que se mantêm fiéis ao PS se interroguem sobre o que querem do partido em que militam ou que apoiam. Já viram que, por detrás dos discursos vagos e vazios do seu chefe e restante equipa dirigente, o que há é um apoio cerrado às políticas da tróica, aos roubos sucessivos do seu trabalho e do seu rendimento e à liquidação impiedosa das suas condições de vida.

Vivemos uma época em que não são admissíveis hesitações ou meios termos. A hora é a do derrube do governo de traição nacional PSD/CDS e da expulsão da tróica. E os Seguros não têm lugar na alternativa que é preciso construir.


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