CampanhaFundos202206

IBAN PT50003502020003702663054   NIB 003502020003702663054

PAÍS

As perspectivas dos aldrabões em fim de ano

O primeiro-ministro dirigiu ontem ao país, como se sabe, uma mensagem natalícia e de fim de ano, em que mais uma vez fez questão de tentar iludir uma situação inultrapassável que advém do pagamento de uma dívida pública impagável e de procurar obter para ela a passividade e resignação das vítimas da sua política.

Apesar de desmascarado quanto às suas sucessivas aldrabices a respeito do chamado ano de viragem – final de 2012, durante 2013... -, Passos Coelho não só não fez obviamente qualquer referência aos contínuos desmentidos feitos por ele próprio das suas previsões, como provocatoriamente veio anunciar o que ele sempre repudiou: que 2013 vai ser ainda um ano muito difícil, mas que, em todo o caso, estamos melhor do que já estivemos.

Contudo, acrescentou mais uma estrofe à sua já estafada canção do bandido: a de que os que agora são as vítimas da sua política serão amanhã os que estarão na primeira linha das novas (?!) oportunidades que irão surgir.

Isto, depois de já ter admitido que o problema da dívida, e da política que envolve o respectivo pagamento, só estaria ultrapassado, na melhor das hipóteses, dentro de 20 a 30 anos.

No fundo, é claro o objectivo deste tipo de discurso – ganhar a colaboração da classe operária, dos trabalhadores em geral, dos reformados, da pequena e média burguesia, alvo das medidas terroristas do governo e que têm espalhado a miséria, a fome e o desemprego, para a imposição de um conjunto de reformas que, a pretexto de uma crise dita temporária, a contra-revolução pretende tornar definitivas.

Reformas essas que se traduzem, como se sabe, na liquidação de direitos elementares conquistados pelos trabalhadores e que constituem um descarado roubo do trabalho e do salário, com que se visa, não apenas pagar uma dívida que não foi o povo português que contraiu, mas cujo pagamento se destina exclusivamente aos bolsos da banca germânica, como a instituir um modelo económico e social adequado a estabilizar a brutal exploração da classe operária portuguesa pelo grande capital europeu, encabeçado pelo imperialismo germânico, à custa de salários de miséria, de desemprego e redução de prestações sociais.

O paleio de fim de ano de Passos Coelho só mostra quão urgente e indispensável se torna derrubar quanto antes e por qualquer meio este governo de traição nacional – essa será a resposta corajosa com que a coligação PSD/CDS deverá contar aos seus apelos de resignação.

Quem não assumir resoluta e claramente esta posição e não aceitar a ideia de que o governo que se torna imperioso constituir para substituir o actual terá de sair fora de qualquer arranjo parlamentar e ter a abrangência de um governo democrático patriótico, torna-se cúmplice das consequências dramáticas e do inaudito sofrimento que resultam para o povo trabalhador português da continuação deste governo no poder e a vergonhosa sujeição do país aos ditames da Tróica.


Partilhar

Adicionar comentário


Código de segurança
Actualizar

Está em... Home País POLÍTICA GERAL As perspectivas dos aldrabões em fim de ano