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PAÍS

Petição para a redução de deputados - Uma iniciativa reaccionária e oportunista!

cadeiras assembleia da republicaCorre pelas redes sociais – e não só – um apelo para que se assine uma petição a favor da redução do número de deputados na Assembleia da República de 230 para 180 deputados.

Esta que foi desde sempre uma bandeira do PSD, foi recentemente empunhada por António Seguro, mas rapidamente abandonada pelo próprio quando se deparou com um autêntico motim a bordo da nau “socialista”.

Primeiro classificada como ingénua, depois como estúpida, corresponde, de facto, a um programa ideológico de direita que visa calar a voz daqueles partidos com menor representação parlamentar ou impedir que vozes que começam a ter maior expressão política na sociedade portuguesa não venham a ter, sequer, qualquer hipótese de se fazer ouvir na casa da democracia.

Para além de tudo o que de reaccionário esta proposta contém e que adiante se refere, o momento escolhido para a trazer à liça revela desde logo a tentativa de o PS de Seguro querer desviar a atenção da gravidade da situação política actual, para a qual Seguro já mostrou não ter qualquer alternativa que defenda minimamente a independência nacional e os interesses de quem trabalha.

Apoiando-se num pressuposto populista, demagógico e basista, que é o de que “é muita gente” e “maior despesa”, o que os que defendem a redução do número de deputados visam é escamotear uma outra questão política de fundo: ao serviço de que classes, de que interesses de classe é que cada um dos eleitos e dos grupos parlamentares que se constituiem após as eleições, está ao serviço.

Mas, acima de tudo o que PS e PSD visam com esta proposta – viesse ela a ser aprovada – é reforçar o efeito incompleto que o método antidemocrático de Hondt já produz nos países onde tal método foi aprovado, isto é, a “bipolarização partidária”, isto é, a garantia de que a dança de cadeiras no poder se perpetuaria entre PS e PSD.

Foi por isso que Seguro, cada vez mais ciente de que, quer o PS quer o PSD, serão justamente penalizados pelo povo em próximos actos eleitorais, começa desde já a procurar garantir a vidinha, mobilizando a opinião pública para a “justeza” da redução de deputados e dando força a uma perigosa corrente – surgida e alimentada, ainda assim, pelos partidos do poder - que começa a ancorar na dita “opinião pública” de que os “políticos são todos iguais”, são todos uns bandidos, o tipo de demagogia prenunciador dos regimes mais fascistas que a história da humanidade já conheceu.

Mas, os trabalhadores e o povo não se deixarão iludir por este tipo de demagogias e populismos e o tango que PS e PSD estão habituados a dançar a dois tem os dias contados.


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