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15 de Setembro: O dia seguinte!

cartaz nao pagamosValendo-se do facto de ter nas suas mãos os meios de produção audiovisual e escrita, a burguesia, a classe dominante, tenta fazer da grandiosa manifestação de 15 de Setembro um mero “exercício cívico” de cidadania onde o povo teve o seu momento “contestatário”, aliviou a bílis e a raiva incontida e que, agora, chegou o momento de Passos, Portas, Seguro e Cavaco, que nos ensombram as vidas, fazerem o que é costume.

Isto é, “amortecer” a contestação” popular ao roubo dos salários e do trabalho, à facilitação e embaratecimento dos despedimentos, ao agravamento dos impostos, à dificultação do acesso à saúde e ao ensino, ao agravamento do desemprego e da precariedade, ao aprofundamento dramático da humilhação, da fome, da miséria e do sofrimento, factores que levaram, precisamente, mais de um milhão de trabalhadores e elementos do povo a invadir as ruas e praças de cerca de 40 cidades do nosso país.

E, ao mesmo tempo, irem todos, na vassalagem que prestam à tróica germano-imperialista, cuja expulsão de Portugal era reclamada pela esmagadora maioria dos trabalhadores e populares que a 15 de Setembro se manifestavam, mendigar alternativas, não para que se deixe de aplicar medidas terroristas e fascistas sobre o povo e quem trabalha, mas para que aceitem “renegociar” os termos do saque das nossas riquezas e activos, para pagar uma dívida que continuamos sem saber a quanto monta, a quem se deve e, fundamentalmente, porque é que se deve.

Pode o Marcelo Rebelo de Sousa (e outros “comentadores” do regime) vir dar uma no cravo e outra na ferradura, fazendo crer que “vá lá, o povo tem as suas razões”, mas este é um “caminho sem outra saída”, e que, se Portas e Passos se entenderem “a questão se resolve”; pode vir o Seguro “exigir” a Cavaco que a Lei Geral do Orçamento para 2013, cuja data limite de apresentação no parlamento é o dia 15 de Outubro, deve ser apresentada mais cedo para que ele, Cavaco, possa solicitar ao Tribunal Constitucional que verifique se contém alguma inconstitucionalidade, todas elas manobras que visam “esfriar” o ânimo e a combatividade e escamotear que, mais de um milhão de razões se expressaram de forma inequívoca a 15 de Setembro e apontaram uma saída: a queda do governo e a expulsão da tróica germano-imperialista. Não passarão!

Entre os muitos cartazes que se exibiam durante a manifestação de 15 de Setembro, dois saltaram à vista pela importante síntese que encerram. No primeiro, podia-se ler: "quem te meteu no buraco nunca te tirará dele", com fotos de Soares, Cavaco e Passos, uma alusão clara de que os trabalhadores e o povo português, hoje, têm uma mais elevada consciência quanto a quem foram os responsáveis pela destruição do tecido produtivo do país, que arrastou Portugal para um endividamento sucessivo, consequência de ter de importar mais de 80% daquilo que necessita para se alimentar e gerar economia, e que nada mais podem esperar destas figuras e das políticas que sempre defenderam.

Outro dos cartazes, remete-nos para uma reflexão de fundo mais importante. Provavelmente a mais importante de todas quando fazemos o rescaldo da grandiosa manifestação de 15 de Setembro e respondemos à questão: “E agora, o que fazer?”. Dizia o cartaz em questão: “Não deixem que o cravo de ontem encrave a revolução de hoje”! Encravar a revolução, hoje, seria não perceber que é vital para os interesses dos trabalhadores e do povo português que se derrube este governo, se expulse a tróica do nosso país, como única saída para o repúdio de uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela beneficiou.

Única saída para uma economia virada para a recuperação do tecido produtivo destruído por sucessivos governos PS/PSD e CDS - para servir interesses dos grandes grupos financeiros e bancários estrangeiros -, uma saída que tem de passar pela nacionalização da banca e de todos os sectores, empresas e activos considerados estratégicos para a prossecução de uma economia baseada na soberania nacional e na satisfação das necessidades e expectativas dos trabalhadores e do povo. Uma saída que não se deixe atemorizar pela ameaça e a chantagem da “expulsão” de Portugal da “zona euro”.

A urgência da convocatória de uma nova greve geral contra a tróica, a classe capitalista e o seu governo de lacaios tornou-se muito mais evidente depois da manifestação de 15 de Setembro. As massas trabalhadoras e o povo português exigem o derrubamento imediato do governo PSD/CDS e a constituição de um novo governo democrático patriótico. Esse objectivo só pode ser alcançado através da luta organizada, nas fábricas, nos campos, nas escolas, nos serviços, nas cidades, vilas e aldeias, em toda a parte onde trabalha e vive a população trabalhadora e os seus aliados neste combate.

O povo trabalhador declarou em uníssono, no passado sábado, que está disposto a construir uma alternativa à situação presente. Há que dar agora conteúdo político e organizativo a uma tal exigência, através de uma fortíssima greve geral nacional, na qual há que envolver todos os trabalhadores e demais camadas do povo oprimidas e violentadas pelas medidas do governo e da tróica. Nos seus sindicatos, nas empresas e locais de trabalho, os trabalhadores devem pronunciar-se pela convocatória imediata da greve geral e pelo objectivo central que lhe deve ser assinalado, o derrubamento do governo Coelho/Portas e a constituição de um novo governo democrático patriótico. Assim que a greve geral seja convocada – e cada dia que passa sem o fazer representa um trunfo dado ao governo, à tróica germano-imperialista e à classe dos grandes capitalistas, e significa uma traição à luta operária e popular –, há que prepará-la e organizá-la minuciosamente para que a mesma seja o ponto de partida de uma luta imparável até que aqueles objectivos sejam alcançados.


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