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PAÍS

Rua com a Procuradora-Geral da República!

pgr 01Num estudo aqui publicado na primeira semana de Agosto, vai já para dois meses, denunciei a quadrilha de bandidos da família Espírito Santo, dirigida pelo banqueiro e gatuno do regime Ricardo Espírito Santo Silva Salgado, de ter cometido uma panóplia inumerável de crimes públicos de natureza económica, nomeadamente os crimes de corrupção perpetrados no negócio da aquisição de submarinos, de carros de combate, de aviões e de munições para apetrechamento das forças armadas.

Em declarações recentes feitas chegar aos órgãos da comunicação social, o gatuno-mor Ricardo Salgado esclarece que, só no caso dos submarinos, a corrupção com luvas à família Espírito Santo e a uma das suas empresas – a Escomatingiu os vinte milhões de euros!...

Embora sem conhecer na altura os montantes com que foram corrompidos o primeiro-ministro da época, José Manuel Durão Barroso, o ministro da defesa, Paulo Portas, e os membros da família de bandidos Espírito Santo, esse e outros crimes estão denunciados no meu escrito dos começos de Agosto.

Já antes, no escrito de Abril em que denunciei, com quatro meses de antecedência, a falência do Banco Espírito Santo, me questionava sobre os motivos por que os deputados da esquerda parlamentar – PS, PCP, BE e Verdes – não convocavam potestativamente a secção de economia e finanças da Assembleia para examinar a situação de insolvência do banco e do grupo Espírito Santo. Hoje, sabe-se que a reunião daquela secção nunca foi agendada, porque todos os partidos da esquerda no parlamento recebiam dinheiro da família Espírito Santo ou tinham militantes seus empregados, em altos tachos, nas empresas da referida família.

A falência do grupo e dos bancos Espírito Santo é o maior conjunto de crimes económicos praticado em Portugal e na Europa nos séculos XX e XXI.

É claro que uma panóplia de crimes dessa envergadura jamais teria sido cometida se não se tivessem reunido as circunstâncias que, a seguir, vão sumariamente enumeradas:

• A família Espírito Santo comprou todos os partidos parlamentares, com dinheiro ou com empregos aos seus militantes;

• A família Espírito Santo financiou as campanhas eleitorais de todos os presidentes da República, eleitos e não só;

• A família Espírito Santo corrompeu os governadores do Banco de Portugal, supervisores do sistema bancário, pelo menos desde Constâncio a Carlos Costa;

• A família Espírito Santo teve sempre na mão, à rédea curta, o presidente Carlos Tavares, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários;

• E, finalmente mas não menos decisivos, a família Espírito Santo lucrou com a incompetência e aproveitou-se do desinteresse da Procuradora-Geral da República e do Conselho Superior do Ministério Público, que nunca tiveram olhos para o que se estava a passar, à vista de toda a gente, no grupo e nos bancos Espírito Santo.

A conclusão a extrair desta realidade é tão simples quanto assustadora: nenhuma instituição pública, nenhum magistrado ou alto funcionário do Estado, nenhuma entidade, incluindo o governo, os deputados e o presidente da República, nenhum dos que a constituição e as leis encarregam de lutar contra os gatunos, defendeu contra eles o País, mexeu uma palha, exerceu um poder, adoptou uma medida que salvasse o povo da banditagem da família Espírito Santo.

Nesse estudo publicado no começo de Agosto, denunciei implacavelmente os supervisores Carlos Costa, do Banco de Portugal, e Carlos Tavares, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, exigindo as respectivas demissões, nos termos que o leitor pode rever e confirmar, consultando aquele escrito nas páginas do Luta Popular Online.

Mas também não deixei de denunciar a conduta escandalosa do Ministério Público e da Procuradora-Geral da República, que deixavam passear-se pelas avenidas do País a corja da família Espírito Santo, denúncia de que aqui se transcrevem os passos mais significativos:

 

 

O próprio Ministério Público já deveria ter submetido à mais apertada investigação e vigilância a conduta dos dois supervisores, pois não se compreende, a não ser por corrupção, que tenham estado até ao último momento ao lado da quadrilha Espírito Santo, ajudando-a com toda a espécie de mentiras e de golpes.

Diga-se, aliás de passagem, que também não se compreende por que é que o Ministério Público nunca submeteu as actividades mais que duvidosas da família e do grupo Espírito Santo à devida e necessária investigação criminal. É que, no mínimo, o Ministério Público e a Procuradora-Geral da República devem uma explicação ao País: será que, até agora, nunca repararam nas similitudes de actuação das três famílias de banqueiros: a família Espírito Santo, a família João Rendeiro e a família política cavaquista, esta encabeçada por Oliveira e Costa e Dias Loureiro? Nunca repararam que essas famílias enriqueciam, na exacta medida e ao mesmo ritmo em que os seus bancos faliam?

De que é que o Ministério Público então está à espera para levar ao juiz de instrução e deter a família Espírito Santo e os seus capangas? Está à espera de que fujam? Ou que façam desaparecer o dinheiro com que se têm impunemente locupletado?

 

 

Foi só depois desta firme denúncia da inacção da Procuradora-Geral da República e do Ministério Público que a Senhora P-GR fez publicar um curto comunicado a esclarecer que tinha designado uma equipa de agentes do Ministério Público para averiguar o Caso Espírito Santo.

Finalmente, a Procuradora-Geral da República tinha conseguido acordar para o facto de que o Espírito Santo era um caso

Um caso todavia tão tardiamente aberto que os bandidos da família Espírito Santo já tinham logrado esconder em seguros offshores in partibus, todo o dinheiro que nos haviam roubado.

Ora, com a Procuradora-Geral da República, o caldo entornou-se ontem e definitivamente, quando o quadrilheiro-mor Ricardo Salgado se gabou à imprensa de que a família Espírito Santo e três dos administradores de uma das suas empresas (Helder Bataglia, Pedro Ferreira Neto e Luís Horta e Costa, directores da Escom) haviam recebido da German Submarine Consortium a quantia de vinte milhões de euros, em luvas, pela venda dos dois submarinos que impingiram à marinha de guerra portuguesa.

Desta vez o gatuno Ricardo Salgado ainda não disse quanto receberam Durão Barroso e Paulo Portas pelo seu submarino amarelo.

Está claro que, depois das declarações públicas de Salgado, a Procuradora-Geral da República, na falta de acção da equipa do Ministério Público que averigua o Caso Espírito Santo, deveria avocar imediatamente a si o processo e levar o bandido Ricardo Salgado e os outros denunciados ao juiz da instância criminal, requerendo a prisão preventiva dos suspeitos ligados ao negócio fraudulento e corrupto dos submarinos.

Sem esquecer que os dois principais responsáveis pelo negócio são Durão Barroso e Paulo Portas, que até parece que já andam a monte.

Ora, nem a Procuradora-Geral da República nem as alegadas equipas que têm em mãos o Caso Espírito Santo e o Caso dos Submarinos mexeram um dedo que fosse. Os gatunos, desde que não sejam pilha-galinhas, andam por Portugal à solta.

Até agora, a Procuradora-Geral da República revelou-se totalmente incompetente para dirigir a averiguação do maior conjunto de crimes económicos praticados em Portugal até hoje.

E o pior é que, interrogada ontem por jornalistas sobre as últimas declarações provocatórias de Ricardo Salgado, a Procuradora-Geral limitou-se a isto: “os inquéritos relacionados com o denominado universo Espírito Santo encontram-se em segredo de justiça.”

Ora, há milhares e milhares de portugueses que ficaram na mais extrema miséria por causa da quadrilha de bandidos da família Espírito Santo. O chefe da quadrilha fala quando quer, onde quer e sobre tudo quanto entende. Mas a Procuradora-Geral da República, que acordou tarde e a más horas para o Universo Espírito Santo – vá-se lá saber porquê – não tem uma palavra para dizer aos portugueses, fazendo do velho e roto segredo de justiça um estratagema para defender bandidos e enganar pessoas sérias.

A Procuradora já disse tudo o que tinha a dizer. A Procuradora deve-se ir embora. A Procuradora é incompetente. A Procuradora não merece a confiança do povo português. Rua com a Procuradora-Geral da República!


Espártaco


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Comentários   

 
# Ernesto Reis 02-10-2014 20:03
Não restam dúvidas que PGR (Procuradora-Ge ral do Ricardo), só fala e canta a música que o chefe da quadrilha Ricardo Corleone gosta e quer ouvir e, por isso, e por genéticamente ser de uma incompetência confrangedora, deve ser posta no "olho da rua", sem mais, isto é, sem indemnizações pois sobre ela impende o opróbrio do desleixo ignóbil dos deveres básicos do funcionalismo público. O nosso aplauso para o texto supra de Espártaco.
 

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