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PAÍS

Nada a Esperar do Costa da Câmara

No decurso da bandalheira que são as eleições primárias para primeiro-ministro do PS, Costa invocou recentemente a sua gestão na câmara e a forma como tem lidado em Lisboa com a oposição, como emblema para tentar aliciar os eleitores para uma democrática maioria absoluta do PS nas próximas eleições legislativas sob a sua direcção.

Ora, se a actuação de Costa na câmara de Lisboa tem sido exemplar, é precisamente no sentido de mostrar que a obter uma maioria absoluta ou mesmo relativa no parlamento, estaria aberto o caminho para uma aliança do PS com o PSD ou, no mínimo, a continuação do essencial da política do actual governo, por parte de alguém que vai por ora afivelando uma máscara (esburacada) de esquerda, para tornar menos difícil ao PC amanhã engolir o sapo.

É que Costa, à frente da vereação camarária, nunca se quis assumir como contrapoder de um governo de traição nacional como é o governo Coelho/Portas, designadamente, em situações de afronta e ataque aos munícipes e à autonomia da capital, como foram, entre outras, a lei dos despejos, a privatização dos transportes públicos (Metro, Carris, Transtejo, Soflusa), a reforma administrativa autárquica, as cedências relativamente à administração do porto de Lisboa.

Por outro lado, também em matéria da impagável dívida pública do Estado, Costa já mostrou na câmara não ter dúvidas quanto à política que se prepara para seguir no governo, caso venha a lá, chegar para mal dos nossos pecados: não apenas nunca denunciou ou perseguiu os responsáveis pelo endividamento do município como assumiu, sem reservas, o pagamento da dívida, recorrendo à venda por tuta e meia de precioso património da cidade, de que se foi desfazendo, em muitos casos, de forma criminosa, como sucedeu com a escandalosa venda dos terrenos do aeroporto.

Para já não falar na recente decisão de aumentar a taxa de saneamento e dos resíduos sólidos.

Aqui, Costa revelou como aprendeu bem a lição de Coelho e Portas, quando estes, sem pestanejar, aumentam os impostos, depois de, na véspera, terem prometido que não lhes tocavam: Costa, ao aceitar uma pretensa determinação da Entidade Reguladora dos Serviços das Águas e Resíduos (ERSAR) de desdobrar o imposto camarário em vigor numa taxa de saneamento e, outra, taxa dos Resíduos Sólidos Urbanos, criando esta última ex novo, defendeu-se dizendo que a factura para os munícipes sofreria um aumento líquido mínimo.

Não nos vem logo à memória a declaração de Portas - ao anunciar, em Maio último, o aumento do IVA (para 23,25%) e da TSU (para 11,02%) -, negando tratar-se de uma subida de impostos, porque ... esse aumento era insignificante e manifestamente com equilíbrio?

É por isto que Costa nunca se compromete em nada no que toca a impostos e pagamento da dívida...

Mas, com toda a desfaçatez, não deixa de ir invocando a sua bela prática na câmara de Lisboa, escamoteando o que na verdade por cá vai fazendo e não fazendo...


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