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INTERNACIONAL

O Imperialismo, a Guerra  e a Partilha do Mundo

O  imperialismo, nas suas várias  facções, desta vez, escolheu a Ucrânia para testar  a guerra inter-imperialista que se encontra em avançada preparação

Desta vez, os Estados Unidos, Inglaterra e a Nato obrigaram o imperialismo europeu, com destaque para a Alemanha e a França, a definir-se, apoiando os interesses  económicos, financeiros e militares americanos na disputa com o imperialismo Russo, mas também com o intuito de fazer saltar o seu inimigo principal - a China.

Para conseguir o seu objectivo, foi organizada e montada  uma gigantesca, histérica e frenética acção propagandística, que ainda hoje continua,  através da qual se criou o clima propício à manipulação da opinião pública, pretendendo fazer passar a ideia não de uma intervenção militar, mas de uma  ajuda desinteressada à segurança da Europa já que esta não se consegue defender dos russos!! Ao mesmo tempo, para além dos apoios financeiros e militares, acenava ao governo ucraniano com a promessa da sua integração na NATO.  

Renasceu, então, uma santa aliança, incluindo o Papa, para apoiar o governo fascista de Zelenski, aquele que chegou ao poder herdando os resultados de um golpe que depôs o presidente eleito Yanukovich e o seu governo. A sabujice e prontidão com que o governo português ofereceu a sua ajuda mostra que estará muito bem a lutar ao lado do fascista Zelenski! (Também assim foi com Guaidó).   

Os Estados Unidos e a UE sabiam perfeitamente qual seria a reacção de Putin, até porque este já a tinha expressado, quando deixou claro que a interferência da NATO nos países da ex-URSS, correspondia ao não cumprimento do compromisso estabelecido após a desagregação da URSS. Mas tudo isto estava em banho-maria desde 2014. A Ucrânia, o povo ucraniano não tem qualquer valor para o imperialismo, que faz a guerra de acordo com os seus interesses. O que está em causa é o que todos sabemos e que ficou bem claro: os recursos da Ucrânia, o gás que os Estados Unidos pretende exportar para a Europa em concorrência com o gás russo. É a crise energética, da qual também faz parte a energia nuclear de Macron.

É esse o significado das sanções económicas. Vamos ver o efeito das mesmas.


Ucrânia obrigada a engolir veneno NATO
(factos dos diversos aspectos da guerra na Ucrânia)

Logo na sua primeira ligação a partir da Ucrânia, a enviada especial da SIC e do Expresso à Ucrânia, Iryna Shev, comunicou que os ucranianos não queriam falar para a imprensa sobre a situação. Apenas constatou… não soube concluir o porquê: o clima de terror em que a generalidade dos ucranianos vive face à impunidade com que os grupos neo-nazis, seguidores do torcionário nazi Stepan Bandera responsável pelo assassinato de milhares de ucranianos durante a II guerra mundial, actuam na Ucrânia. Sabem que se disserem o que pensam e forem reconhecidos, ficam com o nome na lista negra dos neo-nazis traidores ao povo e agentes germano-ianques. Toda a gente sabe que se algum jornalista, mesmo estrangeiro,  viesse perguntar aos portugueses, durante a ditadura salazarista, sobre a guerra colonial o que o obteria era ou o não querer falar ou o apoio à guerra da parte dos mais cobardes ou dos colaboradores do regime. É isso, e só não percebe quem não quer perceber.

Não podemos deixar de apontar que a primeira resposta do sipaio Zelenski à chegada das tropas russas de “imposição da paz no Donbass” à Ucrânia foi decretar a lei marcial, ou seja, constituir o instrumento legal que dá impunidade ao assassinato frio e calculista de eventuais desertores das tropas ucranianas ou de civis que vitoriem a chegada russa. A lei marcial não é mais nada em todo o mundo que não isso.

A missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) no Donbass reportou, no início da semana, 1500 violações do cessar-fogo estabelecido nos acordos de Minsk; no mesmo período, o governo germano-americano da Ucrânia chefiado pelo sipaio Zelenski constatou 100 violações por parte das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk. Não tendo sido os números nem os tempos contestados, e até agora não foram, temos aqui um reconhecimento implícito de 1400 violações por parte do governo fantoche ucraniano desses mesmos acordos o que prefigura um ataque em força às mesmas repúblicas. Foi esse ataque em força notícia?  Não. O que apareceu foram “reportagens” montadas pretensamente junto à linha da frente do Donbass onde se ouviam tiros que viriam do lado dos russos e se dizia que os resistentes soldados ucranianos queriam que a imprensa se retirasse do local devido ao perigo.

Na preparação da guerra, os últimos dias viram chegar à Ucrânia centenas de milhar de toneladas de material bélico “defensivo” para pretensamente se poderem opor à “iminente invasão russa”. Depois da renovação total do equipamento militar ucraniano verificada nos últimos anos e do treino no uso desse novo equipamento pelas unidades militares ucranianas por “conselheiros militares” ianques e aliados da Nato, tivemos a chegada dos milhões e toneladas de munições. Está-se a ver, e na altura já se via, que não servem para se oporem à “invasão russa”. Alguém se perguntou para que serviriam? Uma pista: a carne ucraniana é uma boa carne para canhão germano-americano. A tomada hostil do Donbass por Zelenski estava na calha e para isso essas armas serviam desde que a Rússia não interviesse. A técnica de esconjurar a reacção russa pela “denúncia” de um seu iminente ataque foi levada a extremos.
O plano do ataque a Donbass iniciou-se mas a reacção não foi esconjurada! Mais um, entre muitos, falhanço da guerra ianque. 

Ucrania2010Kiev, embora tenha assinado os acordos de Minsk com a França, a Alemanha e representantes das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk que devolviam o voto aos ucranianos russófonos e davam a autonomia a Donetsk e Lugansk em contrapartida da sua reintegração na Ucrânia, em oito anos nunca os levou à execução. O mapa das últimas eleições em que todos os ucranianos puderam votar demonstram que, se o voto fosse de novo dado aos ucranianos russos, Zelenski e companhia seriam inapelavelmente corridos do poder.

Perante estes factos se ainda há quem ache que os membros de uma “aliança militar” são iguais, que uma aliança desse tipo não é a expressão da dominação dos fracos pelo forte, é porque lhe lavaram o cérebro.
Assim, que posição podem os comunistas e a classe operária portuguesa adoptarem? Só uma!

Nem um soldado português para as guerras inter-imperialistas!
NATO FORA DE PORTUGAL!
Desmantelamento total da NATO e de todas as alianças militares opressivas!

Mais um facto. Não há muitos dias a NATO realizou operações militares junto da fronteira russa onde considerou oficialmente a Rússia mais do que um adversário, um inimigo. Olhando só aos declarados inimigos que fazem fronteira ou estão muito próximos da fronteira russa (sem contar com forças armadas tão importntes como as do Reino Unido, da França ou as da Grécia) eis a situação de cerco militar à Rússia. Face a isto 0s 100 000, depois 150 000 e agora 200 000 tropas russas junto à fronteira ucraniana (e agora parte delas dentro da Ucrânia) são uma brincadeira.  
CercoARussia

Uma nota final neste artigo, sendo que, certamente, voltaremos ao tema brevemente: 5 artigos do camarada Espártaco publicados no Luta Popular em 2014, antecipando tudo o que agora vivemos.

- A Ucrânia à beira de uma guerra civil contra-revolucionária, promovida e fomentada pela União Europeia

- A União Europeia, a Ucrânia e o Espaço Vital Alemão

- As Tropas Ucranianas na Crimeia

- As Provocações Germano-Americanas Agravam a Crise Ucraniana

- Ucrânia: Independência a Leste

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