INTERNACIONAL
Falência do Deutsche Bank foi denunciada há mais de 3 anos!
A imprensa burguesa tem destas coisas. Entretida em servir de correia de transmissão dos pontos de vista da burguesia, do grande capital e do imperialismo, vai fazendo o seu papel de amplificação das mentiras que mais convém aos seus donos divulgar.
E, fazem-no sempre com uma convicção que até impressiona e parece espantar os especialistas de tudo e de coisíssima nenhuma. Uma das notícias mais paradigmáticas do que se acaba de dizer, respeita à situação desse império bancário que dá pelo nome de Deutsche Bank.
Quem, desprevenido, ler o artigo publicado na edição do jornal Expresso deste fim de semana, poderá acreditar que tal facto constitui uma surpresa e os factos relatados só agora é que teriam vindo a público.
Mas, não! A 15 Janeiro de 2016, o nosso querido e saudoso camarada Arnaldo Matos, nas páginas do Órgão Central do PCTP/MRPP, o Luta Popular online, afirmava sem qualquer margem para dúvida que:
“ Para todos os devidos e legais efeitos, o Deutsche Bank está falido. Pois é a mais pura das verdades: o maior banco alemão, aquele que era tão grande que jamais poderia falir, como então se dizia, afinal faliu mesmo. E a maior prova de que está falido é dada pelo próprio ministro das finanças da Alemanha, aquele odioso Wolfgang Schäuble que abomina os povos do Sul da Europa, quando corre a garantir que o Banco Alemão “é forte e tem capital suficiente.”
Um banco na falência, sujeito a um programa de reestruturação que redundará a médio prazo no despedimento de mais de 18 mil trabalhadores e num downsizing (processo de ” emagrecimento” para reduzir custos operacionais) das suas operações, desde o sector imobiliário ao casino da especulação financeira.
Estes jornalistas de merda, que praticam um jornalismo de merda, foram os mesmos que quiseram fazer crer à classe operária e ao povo português que Portugal deveria ser um país honesto – seja isso o que for – e pagar as suas dívidas. Escamotearam de forma criminosa o facto de que as ditas dívidas tinham sido contraídas pela banca para alimentar a especulação financeira e providenciar chorudos dividendos aos seus accionistas, favorecendo assim a ideia de que deveria ser o povo a chegar-se à frente no seu pagamento.
E está a ser. As cativações de Centeno e outras operações de contabilidade nacional estão aí para provar que, no essencial, Costa prossegue as mesmas políticas orçamentais que já haviam sido impostas por Passos e Portas aos trabalhadores portugueses, a mando da tróica germano-imperialista.
O que o Expresso não divulga, porém, nem nenhum outro órgão de (des)informação burguês, é o facto de, tal como aconteceu com a falência da banca portuguesa, o povo português, ao abrigo do mecanismo da resolução bancária – um dos pilares do Tratado da União Bancária acima referida - poder vir a ser chamado a pagar uma parte da falência do Deutsche Bank ou de qualquer outro banco da chamada zona euro. Era precisamente para isso que o camarada Arnaldo Matos, no supracitado artigo, cuja releitura se impõe, apontava quando afirmava:
“No caso de resolução, não se esqueçam que, em virtude do diploma em vigor sobre resolução bancária europeia, aprovado pela dedicada fidelidade canina da euro-deputada do PS Elisa Ferreira, os bancos portugueses podem ser obrigados a contribuir com dinheiro do povo português para resolver a falência do Deutsche Bank…”
É cada vez mais claro que, enquanto uma recessão corresponde a uma destruição total do capital, uma crise corresponde a uma impossibilidade de sustentar o crescimento. Na realidade, o que está a voltar é a recessão, pois a crise, ao contrário do que os arautos da convergência europeia querem fazer crer, não acabou!
12JUL19 LJ