INTERNACIONAL
Eleições presidenciais em França – nada de ilusões!
- Criado em 07.05.2012
Sem prejuízo de voltarmos ao assunto, os resultados das eleições presidenciais realizadas ontem em França, ganhas pelo candidato do PSF, François Hollande, merecem-nos de imediato os seguintes comentários:
1. Em primeiro lugar, há que registar como um facto positivo, quer para o povo francês como para os povos da Europa, a derrota e queda desse sinistro salta pocinhas que dá pelo nome de Sarkozy, autêntico valet de chambre da chancelerina Merkel, que desde sempre serviu de capacho às ambições hegemónicas da Alemanha e que até ao fim da campanha se esforçou por captar o apoio dos sectores da direita francesa mais retrógrada.
2. Por outro lado, a vitória de Hollande, enganosamente apresentada como uma vitória da esquerda, que não foi, muito menos constitui motivo para embandeirar em arco, como se apressaram a fazê-lo o PS e BE, quanto ao futuro dos trabalhadores europeus, em particular, dos países, como Portugal, alvo de um ataque sem precedentes por parte da Tróica germano-imperialista, onde também pontifica a família europeia, a que Seguro tão orgulhosamente faz questão de invocar pertencer. Por outro lado, convém referir que Hollande deveu uma parte da sua votação – e, por conseguinte, da sua vitória - a um sector do eleitorado do partido da extrema direita de Marine Le Pen.
3. Para além de algumas promessas, à Sócrates, manifestamente demagógicas, o presidente francês recém-eleito não mostra dar garantias, nem pode, de levar a uma inversão radical da política até agora seguida pela UE, sob a hegemonia germânica, sendo que, mesmo no que respeita ao chamado tratado orçamental imposto pela Sra. Merkel – que, curiosamente, abriu logo os braços a Hollande - este não fala de uma revisão e, muito menos, da sua revogação, mas da elaboração de uma adenda que contemple medidas para o crescimento, aliás, também recentemente desejadas pela própria Alemanha. E, mesmo na própria França, se verá do alcance real destas eleições para o PSF, aquando das eleições legislativas do próximo mês de Junho, tendo, designadamente, em conta os resultados globais da direita na primeira volta das presidenciais (mais de 30%).
4. No que toca aos efeitos do resultado destas eleições em Portugal, não haja ilusões – nada de essencial se modificará relativamente às medidas terroristas adoptadas pelo governo PSD/CDS para, através de uma brutal exploração e enorme empobrecimento de quem trabalha, tentar fazer os trabalhadores portugueses pagar uma dívida que eles não contraíram. Neste campo, é manifesto que a solidariedade dos capitalistas franceses, seja com Sarkozy ou com Hollande, não se modificará. Pode este falar em crescimento – no que até Coelho e Cavaco se revêem -, mas não para quem se recuse a pagar a dívida e assim perturbar a estabilidade das economias do eixo franco-germânico.
5. E quanto a Seguro, como é possível vitoriar a eleição de Hollande pelo facto de este aparentemente se mostrar discordante do tratado orçamental, quando o PS, ao contrário do que sucedeu com o seu colega espanhol, votou favoravelmente a ratificação desse tratado em Portugal, ao lado do PSD e CDS?
Dar Voz a Quem Não Tem Voz
Oeste
Um exemplo de liquidação do SNS
Recebemos de um nosso leitor a carta que expressa a preocupação quanto ao previsível encerramento do hospital de Torres Vedras e que, abaixo, transcrevemos na íntegra
Exmos Srs,
Meu nome é Patrick Francisco, tenho 46 anos, e sou residente em Torres Vedras.
Tomei a liberdade de deixar aqui uma reflexão sobre uma questão fundamental para os cuidados de saúde na Região Oeste de Portugal.
Um dos temas que tem suscitado grande preocupação entre os torrienses e em toda a Região Oeste, está relacionado com o acesso aos serviços hospitalares. Até agora, a Região Oeste tem sido servida por 3 Hospitais, nomeadamente em Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche.