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INTERNACIONAL

As Lições Portuguesas do Desastre de François Hollande

bandeira franca 01As eleições municipais de ontem, em França, esmagaram François Hollande e o partido socialista francês.

Com uma abstenção recorde de 38% - mais 4% do que nas municipais de 2008 – e uma altíssima taxa de votos nulos, Hollande e o PS perderam 159 cidades, com mais de 9.000 habitantes cada uma, para a UMP (União para o Movimento Popular), partido de direita populista, de Jean-François Copé, e para a FN (Frente Nacional), partido xenófobo da extrema-direita, de Marine Le Pen.

Entre as cidades perdidas pelos socialistas franceses estão todas as grandes cidades operárias – com excepção de Paris, ganha por Ana Hidalgo, filha de refugiados republicanos da guerra civil de Espanha (1936-39) e que se havia recusado a aceitar uma pasta ministerial no governo francês saído da vitória de Hollande nas presidenciais francesas de 2012.

Bastiões operários do partido socialista francês, tais como Toulouse, Roubaix, Angers, Saint-Etienne, Reims, Marselha e Limoges, esta com câmara municipal socialista desde 1912 (há mais de um século), afundaram-se num abrir e fechar de olhos, desenhando bem a imagem do afundamento de Hollande e do seu partido.

Cor-de-rosa em 2012, a França ficou eleitoralmente pintada de azul, após dois anos de traição da presidência e do governo de François Hollande.

François Hollande é aquele charlatão oportunista que, em 2012, ficou muito conhecido em Portugal por ser o grande amigo de António José Seguro, secretário-geral do partido socialista português.

Durante a campanha para as eleições presidenciais francesas daquele ano, Seguro deslocou-se várias vezes a França para incensar Hollande. E, no dia seguinte à vitória de Hollande por larguíssima maioria, Seguro batia à porta do Eliseu para turibular Hollande como o homem providencial que haveria de salvar a União Europeia e, de passagem, salvar também Portugal...

Porém, no dia seguinte ao da sua eleição, Hollande tomou o avião de Berlim para prestar vassalagem à chancelerina Merkel. Os milhões de franceses que tinham então votado num programa de esquerda, ficaram em pânico, pois a viagem a Berlim mostrava claramente que haviam perdido o seu voto, quando este ainda se achava quente na urna.

Em Janeiro de 2013, logo na elaboração do primeiro orçamento pelo seu primeiro governo – o governo do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault – Hollande abandonou totalmente o discurso e a estratégia que o haviam eleito presidente da república francesa e substituiu-os, sem pudor nem vergonha, pelo discurso e pela estratégia neo-liberais de Merkel: ofereceu ao patronato francês um pacto para o desemprego e redução de salários e um corte nas despesas públicas no montante de 50 mil milhões de euros em três anos. Os impostos sobre os salários e pensões aumentaram dramaticamente. Os salários e os rendimentos disponíveis desapareceram dos bolsos dos trabalhadores. O desemprego trepou a pique.

A França ficou a saber o que era a austeridade imposta pela redução da dívida externa e pelo tratado orçamental, mesmo sem Tróica.

E os franceses ficaram também a saber qual a natureza do verdadeiro bandido que tinham eleito para o Eliseu.

Este bandido foi agora esmagado pelo voto dos franceses. Mas atenção: foi esmagado por um voto da direita e da extrema-direita, não por um voto de esquerda.

A mesma coisa já tinha acontecido com o partido socialista grego.

E a mesma coisa vai acontecer com Portugal, se os portugueses derem o seu voto ao partido socialista de Seguro nas próximas eleições para o Parlamento Europeu e se lhe derem a maioria nas próximas eleições legislativas.

Os portugueses devem dar o seu voto à esquerda, e Seguro não é esquerda; Seguro é o François Hollande português. É também um charlatão como o seu amigo François Hollande, levará ao desespero o povo trabalhador português e poderá criar o ambiente propício à ascensão da direita e da extrema-direita.

Como aconteceu ontem na França!

Como aconteceu há dois anos na Grécia!

Pela vossa saúde, não votem em Seguro nem no PSD/CDS; votem na esquerda e, aí, não esqueçam o PCTP/MRPP! Quem vos avisa, vosso amigo é. Para não virem a arrepender-se, como se arrependeram os franceses que em 2012 deram uma maioria absoluta a Hollande.

E.


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