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Partido

Estes 40 anos, Juventude, deram-te a liberdade de caixote de areia, a democracia de hora marcada e a propriedade a crédito. Afeiçoaste-te à culpa que os teus pais te ensinaram por terem adormecido a más horas em cima dos carris da alta velocidade especulativa.

Hoje, a cor da Revolução está comida pelo sol das alvoradas de leste mas lembra-te que aqui o sol se põe no Atlântico de onde nem o peixe é teu.

Por isso, hoje, vira as costas à União Europeia que a Europa continua cá amanhã.

Hoje pensa no amanhã em que a tua casa será para ti e menos para o aluguer aos turistas que aumenta a renda que deverias conseguir pagar sozinha. Quiçá possas pôr os teus filhos, se os puderes ter portugueses, a dormir na vertical alinhados com o poder.

A Juventude que conheci sonhava com a mudança que supunha trazer, ainda que imperfeita e devagar, a igualdade de circunstância social. Desconheço revolução que tenha avançado sem essa tua força, Juventude.

Amanhã poderias ter tudo o que tens hoje e melhor. Não percebo porque recuas, porque baixas os braços e partes antes que o tempo acabe. Ao menos não te faças provinciana nas capitais do mundo e usa o voto que chega aqui.

A idade tira-me o sono, nunca o sonho. Quero paz, pão, habitação, saúde, educação e tudo o mais que precisemos juntos para sermos livres. Um projecto de emancipação individual apoiado no conjunto, a ressoar movimentos populares que cismam crescer noutras nações contra o capitalismo, como o que pratica a U.E., que vai amordaçando os ventos contrários à sua palavra.

Dou-me por Virgínia Valente, sou activista política independente, sem horários nem honorários.

Luto por medidas de alteridade contra a austeridade que nada cria. Quero manter e ampliar as conquistas de Estado que fizeram de mim pessoa sem ter quase nada com que pagá-las, nem que para isso tenha de rejeitar a União Europeia. Não admito a ideia de pobreza na era das máquinas nem tolero a espoliação dos recursos naturais do meu país.

Tentaram apagar as classes e continuo proletariado. Tentaram apagar o género e continuo mulher. Tentaram dilatar a juventude porém o tempo é padrasto e tornei-me adulta.

As classes, o género e juventude extinguir-se-ão muito depois de mim.

Preciso de um partido para participar na democracia, um que defenda abertamente a liberdade, a participação popular e a independência nacional como degraus necessários à construção de uma nação global.

Hoje, ao deixar a minha juventude de cartão de cidadão, apelo pelo apoio ao Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses. O voto no PCTP-MRPP é um voto por ti, de um partido que não conhece os vícios do poder a não ser de os reconhecer de fora. É também um voto contra os governos de maioria. Venham eles a ser de que partido forem, uma maioria parlamentar é a porta de entrada das medidas que dificultarão ainda mais as condições da tua vida, Juventude.

Devolve-te o futuro hoje. Ainda não estás velha para isso.



Virgínia Valente

Mandatária Nacional do PCTP/MRPP para a Juventude






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