Partido
- Publicado em 29.03.2016
Manifesto do Partido Comunista
Notas de Estudo
XV
Em que consiste então essa lei do desenvolvimento da história humana, a que se reportava Engels no seu discurso fúnebre em Highgate?
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A resposta está no primeiro parágrafo do primeiro capítulo do Manifesto do Partido Comunista, na página 49 da publicação da Editora
Bandeira Vermelha: “A história de todas as sociedades que existiram até aos nossos dias é a história da luta de classes”.
Como se sabe, esta fórmula concisa e lapidar com que no Manifesto se define a teoria da luta de classes foi mais tarde corrigida por
Engels, em nota para a edição inglesa de 1888. Com base nessa correcção, a teoria da luta de classes deve ser reformulada
nos seguintes termos: “com excepção da história da comunidade primitiva, a história de todas as sociedades até aos nossos dias é a história da
luta de classes”.
Esta fórmula foi redigida por Lenine, em 1913, no artigo que escreveu sobre Karl Marx para o Dicionário Granat, dicionário
enciclopédico alemão.
Quando foi escrito o Manifesto do Partido Comunista – de Novembro de 1847 a Fevereiro de 1848, como já se sabe –, a história da organização social que precedeu toda a história escrita era praticamente desconhecida. Porém, na segunda metade do século XIX, assistiu-se a um notável desenvolvimento dos estudos da pré-história e das sociedades primitivas, tendo-se então descoberto a propriedade comum da terra na Rússia, na origem das tribos germânicas, nas comunidades rurais da India e na América.
Uma plêiade de autores, entre os quais sobressaiu o antropólogo americano Lewis Morgan, com o seu livro Ancient Society (A Sociedade Antiga), publicado em 1877, deu a conhecer os traços fundamentais das sociedades comunitárias rurais primitivas, que precederam as sociedades de classes.
Marx deixou no seu espólio um exemplar do livro de Morgan, abundantemente comentado, e que serviu de base aos estudos de Engels nessas matérias especializadas.
Em 1884, um ano depois da morte de Marx, Engels publicou A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, livro que repõe, desde o início dos tempos, a análise materialista do desenvolvimento da sociedade humana, e, nomeadamente, o processo da divisão do trabalho na sociedade comunitária rural primitiva, que levou ao aparecimento das classes e da luta de classes, bem como à origem da família, da propriedade privada, do Estado e da guerra.
Na próxima nota, falaremos um pouco sobre a teoria marxista da luta de classes e a concepção materialista da história.
29.03.2016
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