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PAÍS

A Estranha Campanha Presidencial de Henrique Neto
Publicado em 03.07.2015 

Henrique Neto é um cidadão português democrata e patriota que apresentou a sua candidatura à presidência da república no passado dia 25 de Março, no Padrão dos Descobrimentos, em Belém.

A candidatura de Henrique Neto às presidenciais de 2016 deixou o Partido Socialista de cócoras, sobretudo porque o candidato foi sempre um crítico implacável de José Sócrates, a quem acusou, com bons argumentos, de ser um dos principais responsáveis pela situação actual em que se encontra a sociedade e a economia do país.

Na parte decorrida da sua campanha eleitoral, Henrique Neto não conseguiu traçar ainda uma linha de rumo para a sua actuação política, caso venha a ser eleito. Não se preocupou em definir uma clara linha de demarcação da política de extrema-direita prosseguida pelo actual inquilino de Belém. E, sobretudo, ainda não disse uma palavra relativamente à dívida e à rejeição da política de austeridade imposta pelas instituições europeias e o Fundo Monetário Internacional, ou seja, pela Tróica.

A verdade é que Henrique Neto, primeiro candidato oficial às presidenciais de 2016, não disse ainda ao que vem; e, pior, inaugurou uma campanha eleitoral pedindo – ou exigindo?! – aos partidos políticos que digam o que pensam e o que prometem ao povo português nas próximas legislativas…

Dentro desta inesperada lógica, realizou-se ontem, em Lisboa, na sede da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, agremiação vinda de velhos sonhos tecnocratas marcelistas mais conhecida por Sedes, um debate para que foram escolhidos um representante do PS (Eurico Brilhante Dias) do PSD (Luís Campos e Cunha) e da própria Sedes (João Salgueiro).

Também fui pessoalmente convidado a assistir – mas não a tomar a palavra para apresentar a linha política eleitoral do meu Partido – àquela sinistra e tenebrosa reunião.

Brilhante Dias explicou que o seu PS – que era o de Seguro e agora é o de Costa – quer um país com emprego qualificado, aparentemente não se dando conta que os sempre desejáveis empregos qualificados já se acham tomados por energúmenos como o Victor Constâncio, o Vítor Gaspar, o António Mexia, o Catroga e o Arnault, entre outros, já restando poucos desses chorudos empregos para os brilhante dias do PS.

Sobre a dívida, a crise do euro, a austeridade ou os 600 milhões de euros no corte de pensões nem uma palavra, claro está.

Luís Campos e Cunha foi mais cínico do que Brilhante Dias e resolveu lembrar que o que compete aos portugueses, seguindo a política dos partidos do arco-do-poder, é não falar nunca daquilo de que não se deve falar, porque, falando, sobem logo os juros e torna-se impossível pagá-la: a dívida.

Portanto: não falemos da dívida, nem sequer de reestruturação da dívida, muito menos do não pagamento da dívida. Só falar disso é risco de bancarrota imediata e perigo do corte de abastecimento de fundos pela Tróica.

João Salgueiro ainda disse que não deve ser proibido falar de nada, mas esqueceu rapidamente a observação e lá defendeu a mesma política reaccionária de austeridade, desde que a austeridade signifique criação de condições para o investimento no desenvolvimento económico. Bem, mas isso é o que diz a Tróica…

Henrique Neto não disse uma única palavra sobre estas matérias e, assim, não hostilizou nenhum dos partidos do chamado arco-da-governação.

Toda aquela farronca que Neto exibiu em críticas a Sócrates desapareceu afinal da noite para o dia. O primeiro candidato oficial às eleições presidenciais de 2016 é igualzinho ao analfabeto que se acoita presentemente em Belém.

Paz à sua alma. Às suas duas almas…


Arnaldo Matos




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