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PAÍS

TERRORISMO NO BAIRRO DE SANTA FILOMENA (AMADORA)
Câmara do PS Despeja Moradores Ilegalmente
Publicado em 26.03.2015 

2015-03-26-sfilomena 02Invocando a execução do Plano Especial de Realojamento (PER) – o último recenseamento de identificação para realojamento é de 1993 – a câmara municipal da Amadora, do PS, com a intervenção totalmente abusiva da polícia municipal e da polícia de choque, prosseguiu hoje uma verdadeira ofensiva terrorista e ilegal de demolições no bairro de Santa Filomena, desalojando arbitrariamente famílias pobres sem qualquer aviso prévio e pondo-as literalmente na rua, depois de arrasarem as suas casas com ainda alguns haveres do respectivo recheio.

Embora a câmara se escude com o PER, ficou patente que esta actuação não tem nada a ver com um programa de realojamento, o qual está já de há muito ultrapassado, já que, em 22 anos, a população destes bairros sofreu grandes alterações.

Ao agir desta forma, a câmara do PS mostra claramente que está ao lado dos grandes interesses económicos imobiliários, abandonando os seus munícipes mais pobres e lançando-os para a situação de sem- abrigo, já que não esboçou sequer qualquer solução alternativa para um realojamento em habitações condignas.

O que está verdadeiramente em causa é a desocupação destes terrenos para os entregar aos grandes especuladores imobiliários privados: os terrenos foram recentemente comprados pelo Fundo de Investimento Imobiliário, pertencente ao Millennium BCP, no valor de mais de 40 milhões de Euros com o objectivo de ali edificar mais um condomínio de luxo.

Este processo verdadeiramente terrorista teve hoje, no seguimento das demolições efectuadas ontem, dia 25 de Março, mais um episódio, tendo o nosso jornal testemunhado a violência – com que a polícia agiu relativamente aos moradores e aos seus bens.

2015-03-26-sfilomena 01As máquinas de demolição encontraram logo resistência à entrada do bairro, onde tinha sido feita uma barricada para impedir a sua entrada, o que só foi possível sob a escolta de várias forças policiais- polícia de choque, municipal e de intervenção rápida, para além de polícias infiltrados, como, por exemplo, o que se identificou como comissário Abraúl -, que exerceram repressão, incluindo 3 detenções, sobre os que tentavam impedir a entrada das referidas máquinas ou filmar a intervenção policial. Durante esta intervenção foram gritadas de forma ininterrupta palavras de ordem como: casas sim, demolições não; queremos justiça, não à polícia; onde está o mandato para a demolição?; habitação, saúde, educação.

A forma brutal com que todo este processo decorreu ficou bem visível, quando uma moradora se viu obrigada a procurar no entulho da sua casa destruída os medicamentos que havia comprado com enorme dificuldade e que são imprescindíveis à sua sobrevivência.

Um dos moradores do bairro declarou ao Luta Popular Online que foi acordado e obrigado a sair de casa de forma súbita e sem qualquer aviso, procedendo a câmara, de imediato, à demolição da mesma.

O que está a passar-se no Bairro da Filomena é de uma enorme gravidade e não se resume apenas a uma questão humanitária, como pretende o BE. Na verdade, para além da suspeita conduta do PS - no caso, aliás, contando com todo o apoio dos seus colegas do PSD e do CDS – o que está em causa é a actuação de várias polícias que usam de toda a brutalidade na execução das demolições, invocando estar a cumprir ordens estritamente pessoais da presidente do PS da câmara da Amadora, sem disporem de nenhum mandado judicial para efeito ou mesmo de qualquer documento escrito de órgão constitucionalmente competente para o efeito.

Perante isto, o PCTP/MRPP, para além da suspensão imediata da destruição terrorista da única habitação dos moradores do Bairro de Santa Filomena exige a imediata demissão da presidente da câmara municipal da Amadora e dos comandantes das polícias que intervieram nesta operação, por evidente abuso de poder.

Refira-se finalmente que o PS, em linha com o que tem sido a violência policial fascista contra cidadãos portugueses das comunidades africanas em vários bairros suburbanos de Lisboa, defendeu abertamente a política de perseguir e expulsar destes bairros as famílias pobres, sem emprego e sem habitação condigna, vítimas do governo de traição nacional PSD/CDS, porque geradoras de intranquilidade das populações num bairro às portas de uma grande capital europeia (sic).


 




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