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Operários do Grupo Pinto & Bentes, S.A. cumprem dois dias de greve a 100%!

(trabalho de reportagem da redacção nas oficinas de Mem Martins)

2012-05-11-greve-pinto-e-bentes-01O Grupo Pinto & Bentes, S.A., que integra as sociedades Postejo, Aramus e Gasfomento, é uma empresa constituída em 1952 e que se dedica à elaboração de projectos e construção de infra-estruturas de transporte e distribuição de energia eléctrica, subestações, redes de distribuição de gás, telecomunicações, água e saneamento, ambiente, trabalhos ferroviários, energias renováveis, e ainda no campo da metalomecânica e mecânica automóvel.

Tem cerca de 250 trabalhadores espalhados pelas unidades de Mem Martins, Ponte de Sor, Gaia, Aveiro, Mação e Argélia.

Foram os operários da Pinto & Bentes que decidiram, pela primeira vez na história da empresa, realizar uma greve – com uma paralisação total de todos os trabalhadores da referida empresa – nos passados dias 10 e 11 de Maio, pelo pagamento dos salários em atraso.

A redacção do Luta Popular deslocou-se aos estaleiros de Mem Martins (sede), onde entrevistou os operários em luta, tendo conversado, entre outros, com António Bizarro (o operário mais antigo na empresa – desde 1965) José Trindade (há 25 anos na empresa), Bruno Pantaleão (com 14 anos de serviço).

A administração, cujo presidente é o também accionista Dr. Alípio Magalhães, mandatário da candidatura de Jorge Sampaio às presidenciais, tem em atraso metade do salário do mês de Março, o salário de Abril e o subsídio de férias de 2011.

Para além de a greve se dirigir à exigência do pagamento dos salários em atraso, os trabalhadores manifestam ainda a sua revolta pelo facto de a administração estar a usar de uma manobra divisionista, consistente em ter pago metade do salário de Março apenas a alguns.

Com salários baixos, que oscilam entre os 800,00 € e o salário mínimo nacional, muitos dos trabalhadores não são aumentados há mais de onze anos e a administração levou-os mesmo a trabalhar mais uma hora a troco de metade da retribuição devida, numa clara antecipação do que PSD/CDS e PS/Proença acabaram por aprovar no Parlamento.

Com o pretexto da crise – que, saliente-se, não foram os operários que a provocaram nem têm que ser vítimas da dívida que não contraíram – a administração está também a tentar rescindir contratos por mútuo acordo.

Um dos nossos interlocutores denunciava a este propósito com inteira razão – se há dinheiro para pagar indemnizações para os despedimentos, porque é que não há para pagar salários?

Os operários da Pinto & Bentes que irão em breve decidir de novas formas de luta em face da posição da administração, não podem deixar iludir-se com a conversa fiada dos patrões, os quais, em boa verdade, são os próprios a proclamar – quando se trata de propagandear a empresa junto dos clientes – que se trata de uma empresa que tem demonstrado uma constante e fundamental capacidade de adaptação para encontrar soluções adequadas, no sentido de se reinventar, de acordo com os contextos do mercado.

Sendo assim, não pode ser à custa do roubo do salário e do trabalho dos operários a quem têm explorado durante tantos anos que agora procuram manter os seus chorudos lucros.

Mas é preciso ainda que os trabalhadores se preparem para impedir na prática a aplicação das medidas terroristas do novo código do trabalho recentemente aprovadas na assembleia da República pelo PSD e o CDS e a abstenção do PS.


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