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PAÍS

Já falta a paciência para tanto oportunismo!...

O Secretário-geral da CGTP-Intersindical vestiu hoje mais uma vez a sua farpela de dirigente “responsável”, ao vir avisar o governo e a tróica do que é que devem fazer para que não aconteça em Portugal o que os acontecimentos recentes na Grécia fazem adivinhar, isto é, para que não se arrisquem a ser corridos pela luta revolucionária das massas trabalhadoras. Assim, aludindo aos resultados eleitorais naquele país, Arménio Carlos veio alertar para a necessidade de “renegociar” os prazos de pagamento da dívida pública e, de caminho, apelou a que fossem alargados os prazos de redução do défice orçamental público.

Insistindo em posições que já havia expresso aquando da grande manifestação de 11 de Fevereiro, em Lisboa, e que aqui foram então oportunamente denunciadas, o Secretário-geral da CGTP procurou mais uma vez significar que “Portugal não é a Grécia”, isto é, que a maior central sindical portuguesa se limita a reivindicar mais tempo para pagar a dívida – o pagamento, esse, não se discute! – e que, já agora, o governo e a tróica que procurem ampliar o prazo da redução do défice para 3%: em vez de ser 2013, podia ser “2016 ou 2017”. Uma posição construtiva, como se vê – até se propõem datas… Melhor que isto, nem o Seguro ou mesmo o Proença.

Questionado pelo jornalista se estão previstas “novas greves”, Arménio Carlos respondeu que haverá “mais luta” e que o conselho nacional da CGTP se irá reunir para discutir o assunto. Pelo que se vê, não são de esperar grandes notícias desse fórum no que diz respeito ao prosseguimento da luta das massas trabalhadoras no sentido de aprofundar o êxito da greve geral de 22 de Março, que o mesmo é dizer, de reforçar o combate pela expulsão da tróica e pelo derrubamento do governo Coelho/Portas.

Como é sabido, a CGTP transformou a importante jornada de luta contra o novo Código de Trabalho e contra o governo de traição nacional PSD/CDS, que foi a greve geral de 22 de Março, numa mera reivindicação ao governo de aumento do salário mínimo em um euro por dia. Uma traição sem nome à luta dos trabalhadores, como o nosso Partido então denunciou; um reconhecimento da “situação difícil” em que o país se encontra, segundo a perspectiva da Intersindical. Ora, uma tal posição “construtiva” só poderia merecer idêntica posição por parte do governo. E lá veio o ministro “Álvaro”, há dias, dizer que o governo está aberto a negociar, na concertação social, a dita proposta de aumento do salário mínimo. Ora toma! Há “consenso social” ou não há?

Não há que ter ilusões. Sem derrotar este tipo de oportunismo, que é o que impera na maioria das suas organizações sindicais, os trabalhadores nunca poderão alcançar os seus objectivos. Estas organizações têm de ser instrumentos de vitória e não instrumentos de derrota da luta pelo objectivo central que, por muito que custe a Arménio Carlos e à Intersindical aceitar, é o derrubamento do governo Coelho/Portas e a formação de um novo governo, democrático patriótico.


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