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PAÍS

Roma não paga a traidores

A recente manobra do desmascarado traidor João Proença de aparentar demarcar-se do acordo contra os trabalhadores que subscreveu com o governo, para além de estar condenada ao fracasso, merece as seguintes considerações:

1. O secretário-geral da UGT João Proença tornou-se um especialista em traições. O seu percurso revela que conhece e domina bem a táctica da traição. Com efeito, em matéria dos chamados acordos no conselho permanente de concertação social ele não ignora que até agora nunca foi celebrado um acordo naquele concelho em que uma única das suas medidas fosse aplicada em favor dos trabalhadores – só foi aplicado tudo o que é contra os trabalhadores e a única nesga favorável a eles nunca foi aplicado – como é o caso do salário mínimo.

Como já aqui se denunciou, o conselho de concertação social é uma das singularidades do 25 de Abril – corresponde à câmara corporativa salazarista, sendo pois uma verdadeira repescagem de estruturas fascistas.
Sendo como é, para os trabalhadores, um instrumento de traição, nunca dali saiu um acordo que trouxesse vantagem para os trabalhadores, e as únicas medidas que porventura pudessem parecer sê-lo, serviram apenas para dourar a pílula.
Por exemplo, o montante do salário mínimo nacional acordado em 2010 nunca foi aplicado até hoje.


2. Proença sabe disso, porque participou em todos esses acordos de traição, mas, mesmo assim ainda tem o supremo descaramento de aceitar como cumprimento desse acordo a promessa do seu comparsa Coelho de que lá para 2013 o governo está a pensar aumentar o salário mínimo!
Proença tenta continuar a vender como bom um acordo em que não há um único benefício para os operários, um acordo que os operários já mandaram para o caixote do lixo da história com a última greve geral. Proença reúne com o primeiro ministro e sai a tentar reactivar um acordo de traição junto dos operários que já o rejeitaram e estão a rejeitar, designadamente, na luta contra o roubo do trabalho e do salário e contra o novo código do trabalho.

3. Se fosse um homem sério e uma vez que entendia que o governo não estaria a cumprir a tal parte boa que ele já sabia que não existia, então a sua única atitude era a de romper esse acordo e de chamar os deputados do seu partido a votar contra as novas leis do trabalho e a oporem-se às restantes medidas até que a tal parte boa que ninguém sabe qual é fosse cumprida.


4. Finalmente, em nome de quem é que este traidor se arroga dar mais tempo – uns dias – ao governo para cumprir?
Desde quando é que o traidor Proença dispõe de autoridade para fornecer ao governo mais tempo para o acordo de traição ser cumprido?
Proença sabe bem que não há nada mais para cumprir no acordo de traição, para além das medidas – todas elas – terroristas contra os trabalhadores.
Se os trabalhadores estão mal com o acordo que o traidor Proença subscreveu, ainda estará pior se esse acordo for cumprido, como pretende Proença.
Proença é um traidor e nunca deixará de o ser.

Não haja ilusões - Proença é um mero lacaio do patronato e, em matéria de traições, não há portas abertas para futuras participações em lutas por parte dele e da actual direcção da UGT.
Aliás, se amanhã Proença viesse a ensaiar alguma ténue demarcação em relação ao governo e à política da Tróica seria apenas para tentar recuperar legitimidade para voltar a trair.


Ler mais sobre este tema:
A Greve Geral e a UGT
As lições da Greve Geral

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