PAÍS

No Minho - Trabalhadores do Transporte Colectivo Pesado em Greve

Actualizado em 04.11.2014 às 19H20

Está convocada para os próximos dias 3 e 4 de Novembro, entre as 3 e as 10 da manhã, uma greve dos trabalhadores das empresas de transporte colectivo pesado de passageiros do Minho (Rodoviária de Entre Douro e Minho – REDM -, MinhoBus, Caima Transportes , Arriva, Transportes Urbanos de Guimarães – TUG, actualmente concessionados à empresa alemã ARRIVA -, Transportes Urbanos de Famalicão – TUF, também concessionados à mesma empresa ARRIVA -, Esteves Braga e Andreia, TranscoVizela, AutoMondinense, Salvador Alves Pereira e António dos Prazeres e Filho).

Esta paralisação está integrada num processo de luta iniciado com uma greve em moldes idênticos realizada nos passados dias 9 e 10 de Outubro, a qual registou uma elevada adesão, que chegou a atingir os 100% em muitos dos locais de trabalho, sendo que se seguirá uma nova greve, já marcada para os próximos dias 3 e 4 de Dezembro.

Entre os objectivos desta luta, uns são transversais a todas as empresas e, outros, específicos de algumas.

Assim, quanto aos primeiros, destacam-se os da exigência de aumentos salariais reportáveis a Janeiro de 2014 e pela fiscalização do trabalho ilegal e contra o aumento do horário de trabalho através da forma de “tempo de disponibilidade” ; sendo os específicos: contra a imposição do pagamento do subsídio de refeição por cartão (na Arriva) (e pela reposição dos 0,5€ diários que esta empresa provocatoriamente vai retirar a quem se opuser àquela imposição); Contra o roubo de 5 dias de férias (Arriva); Contra a imposição do carregamento dos passes no veículo (Arriva, Transdev entre outras); contra o despedimento s/justa causa de um motorista da Caima (grupo Transdev); contra a destruição dos Transportes Urbanos de Guimarães (concessionados ao grupo Arriva); contra a existência de inúmeros locais de trabalho (Arriva).

Torna-se cada vez maior e mais expressivo o apoio popular às greves operárias, responsabilizando o governo e as administrações das empresas pelo ataque aos trabalhadores a que estes têm de responder. Isto sucede, apesar do forte investimento em propaganda reaccionária anti-greve por parte do governo e seus lacaios nas administrações e comunicação social, baseada num populismo da pior espécie. A essa propaganda nauseabunda, o povo, nomeadamente o povo servido por estas transportadoras, deve responder com a defesa firme dos trabalhadores em greve.

Viva a justa luta dos trabalhadores das empresas privadas de transporte colectivo pesado do Minho!

A greve parcial dos transportes no Minho registou, no primeiro dos dois dias, uma elevada, ainda que desigual, adesão dos trabalhadores nas diversas empresas.

No grupo Arriva, a paralisação foi forte tendo atingido 100% nalguns locais – Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Guilhabreu, Fafe – e, noutros, níveis aproximados – caso de Guimarães e Famalicão.

De acordo com informações recolhidas pelo correspondente do Luta Popular Online, nos Transportes Urbanos de Famalicão (TUF), de 24 autocarros, só 4 circularam.

No conjunto dos dois dias de greve que hoje se completaram, e para além do que foi referido na informação de ontem, há assinalar em particular que, nas duas principais empresas/grupos transportadoras de passageiros em luta, a greve atingiu 96% de adesão nos Transportes Urbanos de Guimarães (TUG) e 98% na Arriva.

Sucede ainda que alguns motoristas destas e de outras empresas só não fizeram também greve porque estavam a trabalhar no turno da tarde e, por isso, não se achavam abrangidos pelo pré-aviso de greve.

Impõe-se tirar ensinamentos desta greve e, acima de tudo, impor aos dirigentes sindicais a realização de uma greve geral nacional pelo período de, pelo menos, 48 horas, que congregue e unifique o grande número de greves que se desenvolvem por todo o país, convergindo essa determinação, vigor e revolta para o objectivo político imediato e central do derrubamento do governo.