PAÍS

Gaspar Dixit: Oásis ou luz ao fundo do túnel? Quais as diferenças?

Naquilo que podemos considerar uma reedição da teoria do oásis anunciada pelo anterior governo burguês liderado por Sócrates, quando este, depois de ter dirigido os trabalhadores e o povo português para a aridez do deserto do desemprego, da depreciação acentuada das condições de vida, da recessão e da perda de soberania, anunciava a chegada à terra do leite e do mel, vem agora, e uma vez mais, Gaspar dixit negar a espiral incontrolável da recessão, ao mesmo tempo que, prosseguindo as visões bíblicas do anterior governo, anunciar que já se vislumbra a luz ao fundo do túnel!

Num quadro em que a execução orçamental indica uma notória descida das receitas, o desemprego a aumentar para níveis muito superiores aos esperados pela própria tróica germano-imperialista, os indicadores de pobreza a disparar e a recessão, que se desejava não atingisse em 2012 sequer os 3%, a poder atingir taxas entre os 5 e os 6%, onde estará essa luz que, pelos vistos, só Gaspar vislumbra? Não sendo a do fundo do túnel só se for a do avistamento da estrela que o conduziu, e aos outros reis magos, ao presépio?

Aqui, uma vez mais, é aplicada a teoria da dor/alívio tão cara à burguesia e aos sucessivos governos PS e PSD, por vezes acolitados pelo CDS, que tão bem têm representado e defendido os seus interesses. Dói-te a cabeça? Parece-te que ela vai estoirar? Então, pega num martelo, dá uma forte martelada na mão e vais ver! Para além da luz, passa-te logo a dor de cabeça! Não dizem, ou seja, escamoteiam, é que passamos a sofrer de uma terrível, persistente e aguda dor…na mão! Mas que, e a quem, importam esses detalhes?

O princípio é exactamente o mesmo. Reconhecemos que é ridículo, mas ainda que de forma dramática, ele é de facto aplicado à realidade quando, a mando da Tróica germano-imperialista, este governo vende pátrias PSD/CDS trata de implementar todas as medidas terroristas e fascistas para que sejam os trabalhadores e o povo português – e tão só – a pagar uma dívida que, para além de ninguém saber a quanto monta, porque se deve e a quem se deve, já se compreendeu que não foi o povo que a contraiu nem dela beneficiou.

Com a dor sofrida por tão massivo ataque infeccioso à cabeça do movimento operário e dos trabalhadores, do movimento popular, e quando este começa a organizar os anticorpos necessários para debelar a infecção, isto é, derrubar este governo de traidores e expulsar a tróica germano-imperialista do nosso país, vem o executivo, através do seu mais imaginativo quão patético dos ministros – Gaspar dixit – com mais um paliativo, um placebo, afirmar que não existe nenhuma espiral descendente e que a experiência refuta essa ideia, estando Portugal a atingir o ponto de viragem que é indesmentível pelos factos (???), no que respeita à retoma da confiança dos mercados.

Pois é, Gaspar dixit, o que é indesmentível é o que sempre afirmámos. Esta dívida, para além de ilegítima, ilegal e odiosa, é impagável! Com uma recessão económica sem precedentes, com o tecido produtivo destruído, bem como os sectores da agricultura e pescas, todos os dias virá o Gaspar dixit afirmar que, afinal, as medidas de austeridade – leia-se, terroristas e fascistas – que tem aplicado não foram as suficientes e se torna necessário aplicar outras mais. O remédio será sempre mais do mesmo e em doses cada vez maiores!

Indesmentível é o que sempre afirmámos! Não pagar a dívida implica, em absoluto, a necessidade de derrubar este governo serventuário dos interesses da Tróica germano-imperialista. Para tal é necessária e urgente a unidade entre todas as camadas populares que, para além de cumprirem este objectivo, dêem lugar a um Governo Democrático Patriótico, de esquerda, que implemente um programa que sirva e seja controlado pelos trabalhadores e pelo povo português.