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13 de Março de 2024

Os governos são títeres e até podem ser dispensados! 

Os resultados das eleições antecipadas de 10 de Março deixaram muito claro  o repúdio  do povo português às políticas que  conduziram as suas vidas a uma degradação crescente, que se traduz na inexistência dos direitos mais básicos, como a saúde, a habitação e mesmo, o não acesso a bens alimentares, obrigando a escolhas cada vez mais apertadas.

E esta é a realidade que os partidos que estiveram até hoje no poder criaram, pela qual são responsáveis.

A verdade é que após quatro meses de campanha eleitoral contínua, cheia de promessas que supostamente seriam a resposta  às  sucessivas crises dos governos nacional e regionais e que os próprios criaram, da devassa de milhões de euros em campanhas de propaganda  e manipulação, de autênticas feiras de ofertas, a instabilidade governativa vai continuar, com o anúncio antecipado de uma nova crise!

Nem o PS nem a AD venceram estas eleições (talvez o Costa seja efectivamente, o vencedor)! Ambos ficaram reféns das promessas que fizeram, sendo obrigados a estabelecer um pacto: eu não faço alianças e tu também não fazes, pensando que, para já, este contrato lhes salva a pele e a face. Neste contexto, as muletas do PS que se preparavam para, mais uma vez, se sentarem à mesa do orçamento, negociando com o PS, manietando os trabalhadores, ficaram sem o pouco chão que tinham e o mais que se verá.

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Opinião

O voto (f)útil!

O voto (f)útil!

Bem se podem esforçar Costa e Centeno, com a prestimosa ajuda das suas muletas do PCP, BE e Verdes, em apresentar um quadro de optimismo, de evolução positiva e riqueza para o povo e o país, que aí estão os mais recentes dados do eurobarómetro para deitar por terra as ilusões criadas.

Apesar das abundantes declarações de melhoras na qualidade de vida para quem trabalha:

  • o desemprego e, sobretudo, a precariedade mantêm-se,

  • o roubo do trabalho imposto pela tróica durante o governo de coligação da direita com a extrema direita, de Passos e Portas – tutelado pelo palermóide de Boliqueime, à época presidente da república – persiste no essencial, não se vislumbrando para quando a retoma das 35 horas de trabalho em muitos sectores do trabalho – professores, médicos, enfermeiros, etc. -, que viram aumentadas as suas cargas horárias sem qualquer contrapartida,

  • o tão elogiado anúncio de passes sociais acessíveis, tem como contraponto, a realidade de um sistema de transportes obsoleto, inseguro, decadente e inoperacional,

  • os incêndios sucedem-se, bem como a acumulação capitalista nos campos que eles favorecem, demonstrando que a Protecção Cívil nada proteje – muito menos as populações pobres – e continua a favorecer a corrupção, o compadrio e o nepotismo,

  • o governo Costa/Centeno continua a desferir sucessivos ataques à contratação colectiva e já começa a anunciar – através de um mentecapto cooptado para ministro, um tal Siza Vieira – que defende a necessidade de se alterar a Constituição, mormente no Capítulo que se refere ao “Direito à Greve”, tanto mais que largos sectores de trabalhadores começam a sacudir das suas costas o peso de direcções sindicais traidoras (tanto da CGTP, como da UGT) e começam a advogar um sindicalismo mais combativo, que não se deixa capturar pelas algemas da “concertação social”,

  • Costa e Centeno persistem na política de liquidação do Serviço Nacional de Saúde, prosseguindo a criação das condições para a privatização do sector que havia sido exponenciada por Passos e Portas, a mando da tróica germano-imperialista, na sua histeria neo-liberal privatizadora. A admissão dos cerca de 1.400 profissionais da saúde agora anunciados pelo governo não servem minimamente para satisfazer a necessidade de contratação de mais de 7.500 médicos, enfermeiros, auxiliares e outros profissionais, que o SNS há muito exige para poder prestar serviços condignos e eficientes aos trabalhadores e suas famílias,

  • Quatro Leis Gerais do Orçamento volvidas, aprovadas com o beneplácito do PCP, BE e Verdes, Costa e Centeno – em nome dos compromissos europeus que as muletas não se cansam de afirmar respeitar - , persistem em impor ao povo português o pagamento de uma dívida que ele não contraiu e da qual não retirou qualquer benefício,

  • O garrote do euro e a pertença à união Europeu, que retiraram ao país e ao povo português toda a sua soberania, continua a capturar a nossa capacidade de determinar quais os sectores industriais, agrícolas, comerciais e outros, que melhor serviriam as necessidades do nosso povo, já que, sem moeda, sem a possibilidade de ter uma política cambial, económica e financeira, aduaneira, independentes, tal nunca será possível.

E o rol poderia ser multiplicado vezes sem conta!

O inquérito a que acima fazemos teve lugar entre 8 e 18 de Junho passados, e os dados recolhidos são bem demonstrativos de que os trabalhadores começam a dar-se conta do êngodo para o qual Costa e Centeno, com a prestimosa colaboração de PCP, BE e Verdes, os quiseram arrastar:

  • Sobre a situação económica do país, 61% dos inquiridos classificou-a como má, contribuindo para esta percepção factores como a situação do respectivo agregado familiar ou a respectiva situação laboral, a situação económica e o desemprego;

  • Quanto à confiança nas instituições, 55% dos inquiridos afirma não ter qualquer confiança no governo, números que se agravam quando questionados sobre o parlamento, com 59% a dizer que não confia na Assembleia da República.

Por tudo isto, no próximo dia 6 de Outubro, quando forem colocar o seu voto na urna, os operários e os trabalhadores portugueses devem questionar-se sobre se estão dispostos a, uma vez mais, colocar no poder, através do voto útil, aqueles partidos que há mais de 40 anos nada mais têm para lhes oferecer do que aquilo que os levou ao descontentamento e revolta enunciadas no inquérito a que se dispuseram responder, ou se, de uma vez por todas, entendem que foi (f)útil votar neles e têm a coragem de enveredar por outro caminho, abraçando uma opção verdadeiramente ao serviço dos seus interesses.

Votar no PCTP/MRPP será certamente uma manifestação do elevar da consciência de operários e trabalhadores de que não será com reformas que os seus interesses serão acautelados, mas sim com a ruptura com o modo de produção capitalista.

L.J.

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