Opinião

Dois Terços do que a Câmara do Funchal Gasta é para Alimentar Uma Casta Parasitária

“Dois Terços do que a Câmara do Funchal Gasta

é para Alimentar Uma Casta Parasitária”

Entrevista com Jorge Manuel Santos,
1.º candidato à Câmara do Funchal

O Diário de Notícias da Madeira, o segundo jornal português mais antigo e, incontestavelmente, o mais lido em todo o Arquipélago, entrevistou o camarada Jorge Manuel Santos, 1.º candidato à presidência da Câmara Municipal do Funchal, a qual passamos a transcrever.



“A câmara do Funchal rouba ao povo, enchendo a barriga dos pato-bravos.”

“Cafôfo não tem génio, nem genica, para fazer do Funchal uma capital europia.”


O candidato do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses / Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (PCTP/MPP), pelo Funchal, é Jorge Manuel dos Santos, mecânico reformado, de 67 anos, natural da Sé e residente na freguesia de Santa Maria Maior. Respondeu por escrito à entrevista que o DIÁRIO faz a todos os candidatos autárquicos.

Quais as principais razões dessa candidatura à Câmara Municipal?

Propor aos funchalenses uma nova política para a cidade, capital da Região Autónoma da Madeira. Uma política que tenha por objectivo o desenvolvimento económico, social e cultural da cidade e do arquipélago. Uma política de combate ao desemprego, de apoio aos operários e demais trabalhadores, aos idosos, aos doentes e aos jovens.

Quais as principais preocupações do PCTP/MRPP para o Funchal?

Um novo Plano Director Municipal, com a municipalização dos solos municipais, de modo a impedir as negociatas dos pato-bravos e a destruição da cidade, como está a acontecer com o exemplo da construção do novo hotel Savoy. Um novo porto na baía do Funchal, aumentando a capacidade e condições de segurança para acolhimento dos navios de turismo internacional e aumento do tempo de permanência na cidade. Uma nova política de financiamento do município do Funchal, a partir dos orçamentos nacional e regional e não pela adjudicação directa de determinados impostos, sistema que tem levado à ruína dos cidadãos. A recuperação social e urbana das zonas altas da cidade. O apoio aos estudantes, filhos dos operários e trabalhadores, por forma a poderem frequentar a universidade regional ou as universidades nacionais. O tratamento solidário dos idosos. O passe social barato para todos os transportes públicos na cidade.

Como avalia a gestão autárquica do actual presidente Paulo Cafôfo?

Paulo Cafôfo talvez pudesse ter sido um razoável presidente da câmara funchalense, se não fosse a pindérica, incompetente e reaccionária coligação política em que se tem apoiado. A cidade do Funchal, sob a presidência de Cafôfo, foi atingida por catástrofes desastrosas, mas Cafôfo não mostrou ter inteligência, lucidez e competência para dirigir o município no combate a essas calamidades. Cafôfo agachou-se sempre perante os governos regionais do PSD e nacionais de Passos Coelho e António Costa. Cafôfo nunca foi capaz de mobilizar o povo do Funchal e da Madeira, para defender e promover a sua (e nossa) cidade, nem soube mobilizar o povo português no seu todo para salvar e desenvolver a primeira cidade que os europeus construíram fora da Europa. Cafôfo não tem nem génio, nem genica, nem força para fazer da cidade do Funchal uma grande capital europeia.

Quais as principais críticas que faz à Coligação Mudança (agora Confiança)?

A Coligação Mudança não tem nenhum projecto para a cidade. Como, aliás, não tem nenhum projecto para a Região Autónoma da Madeira. Como não tem nenhum projecto para os municípios pelos quais concorre. Os seus candidatos autárquicos procuram o tacho. Não há nada de novo a esperar deles.

Foi um mandato diferente dos anteriores, do PSD?

Como para tudo, aliás, a Coligação Mudança não tem um programa nem pede ao eleitorado um mandato substancialmente diferente do programa apresentado e do mandato solicitado aos eleitores. Ambas as entidades políticas – PSD e Mudança- servem a mesma classe regional, a burguesia compradora, e procuram sentar-se ao mesmo tempo em duas cadeiras: a burguesia das duas ilhas e a pequena-burguesia funchalense. Os programas e mandatos dessa canalha vão-se repetindo em todas as eleições e agora também na companhia do partido social-fascista do PCP.

O Funchal tem sido atingido por várias catástrofes nos últimos anos: que medidas defende para melhorar a segurança dos funchalenses?

As serras que rodeiam o anfiteatro do Funchal e onde nascem as ribeiras e se formam as bacias hidrográficas da cidade devem ser reflorestadas com espécies autóctones da nossa laurissilva. Devem ser limpas, todos os anos, as ribeiras no seu percurso principal. Deve ser proibida toda a construção de casas e edifícios no leito das bacias hidrográficas. Deve ser proibida a presença de gado nas serras. Deve estudar-se a maneira de restituir as fozes às ribeiras do anfiteatro do Funchal e que atravessam a cidade, pondo-se cobro aos crimes praticados por Alberto João Jardim e seus mentecaptos governos com a junção das fozes das três ribeiras. Crimes que tiveram o beneplácito de Miguel Albuquerque, actual presidente do governo regional. A pouco e pouco, devem os leitos das ribeiras do Funchal ser desimpedidos das construções aí realizadas.

A dívida da Câmara do Funchal foi o principal problema apontado pelo actual presidente como justificar o menor investimento no concelho. Concorda?

Ora, aí está! Quando os órgãos de comunicação social propagandeiam a democracia autárquica e as eleições democráticas autárquicas, esquecem de informar os seus leitores, ouvintes e telespectadores que as autarquias não só não são democráticas como são uma forma de roubar, de explorar e oprimir o povo português Desde logo, oprimem-no, cravando-o de impostos crescentes e escondendo que o dinheiro que gastam não é para servir o povo, mas para depená-lo e oprimi-lo. Com efeito, dois terços de tudo quanto o município do Funchal gasta é para alimentar uma casta parasitária que vive à custa da câmara e do dinheiro pela câmara sacado ao povo pelos órgãos autárquicos democráticos. Contudo, deve mas é desviar-se em benefício do povo pobre e trabalhador da cidade, dos idosos, dos desempregados e da juventude os dinheiros recolhidos pelo município do Funchal. Ora, a câmara do Funchal rouba ao povo, através do gasto da parte dos impostos que lhe está adjudicada, enchendo a barriga dos patos-bravos, dos Farinhas e Agrelas e de outros capitalistas.