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Falido: Novo Banco, antes de o ser...já era!

Um dos temas chave do debate quinzenal que ocorreu esta 5ª feira, dia 7 de Março, na Assembleia da República, prendeu-se com a decisão do governo Costa/Centeno em levar a cabo uma nova injecção de capital – 1,2 mil milhões de euros – no Novo Banco, a segunda no espaço de 2 anos.

Argumentaram Costa e Centeno que a primeira injecção – de 3,9 mil milhões de euros - foi efectuada 1ao abrigo do Fundo de Resolução , instituto previsto no Tratado da União Bancária, sendo que a segunda foi um empréstimo do estado, a juros praticados normalmente pelo mercado. Convém , aliás, relembrar que este Fundo de Resolução e este Tratado da União Bancária foram propostos pela deputada europeia, designada pelo PS, Elisa Ferreira – hoje vice-presidente do Banco de Portugal –, no Parlamento Europeu, precisamente no último dia do mandato da anterior legislatura europeia – para que não pudesse ser discutido ampla e democraticamente pelo povo português -, corria o ano de 2014.

Alegadamente preocupados com a possibilidade de que esta nova injecção de capital pudesse vir a sair dos bolsos dos portugueses, de todas as bancadas parlamentares – salvo a do PS e o próprio governo – levantaram-se clamores de condenação, primeiro porque, garantiam, constituia uma forma de beneficiar uma entidade privada, a americana LONE STAR, a quem Centeno e o governo PS venderam o Novo Banco, o suposto banco bom, resultante da divisão entre bom e mau do falido BES.

preocupação que viria a unir a direita e a extrema direita paralamentar – PSD/CDS-PP – a parte da alegada esquerda – PCP/BE/Verdes, muletas do governo de direita do PS -, assentou na suspeita manifestada pelos partidos que integram tais bancadas de que a verba em questão iria ser, uma vez mais, suportada pelos contribuintes portugueses – leia-se, pelos operários, pelos trabalhadores, pelo povo - , como sucedeu num passado recente em relação a outras injecções de capital.

A hipocrisia de uns e de outros – governo e conjuntural oposição – assenta numa enorme falácia e manipulação. Seja alegando ser um empréstimo, seja alegando tratar-se de uma operação de crédito, seja considerando constituir um financiamento do Fundo de Resolução Bancária ou uma obrigação contratual resultante da operação de venda do Novo Banco, a realidade é que o estado não possui dinheiro próprio, nem pode dar garantias próprias sobre empréstimos que decida efectuar.

Todo o dinheiro que o estado investe, utiliza para despesas ou para dar suporte a garantias, resulta da cobrança de impostos. Logo, e como tem acontecido, se as expectativas criadas sairem goradas – como tem acontecido recorrentemente -, isto é, se as panaceias usadas sairem frustradas, TODO o dinheiro que se escoar no sorvedouro da dívida impagável, é dinheiro desviado de programas de educação, saúde, habitação, transportes, segurança social e financiamento à actividade produtiva, ao serviço da classe operária, do povo e de quem trabalha.

No fundo, ao que hoje se assistiu foi a um enorme jogo do polícia bom e do polícia mau. A intenção era a de que, naquele parlamento, se teriam confrontado 2 campos, absolutamente antagónicos. Mas não, todos eles, directa ou indirectamente, explícita ou implicitamente, estiveram de acordo com o Tratado da União Bancária, do qual resultou o Fundo de Resolução – que Centeno e Costa se dispuseram a ser os primeiros a aplicar em toda a Europa, para demonstrarem quão bons alunos do imperialimo germânico são.

Instrumentos que permitem mascarar o facto de estar a ser imposto aos trabalhadores o pagamento de dívidas que não contraiu,, e das quais não resultou qualquer benefício para eles, incluindo o pagamento das falências de bancos privados como é o caso do BES/NOVO BANCO.

De todos os hipócritas que hoje se manifestaram no hemiciclo de S. Bento, os piores são, seguramente, PCP/BE/Verdes, as muletas do governo Costa/Centeno, do PS. Escamoteiam que, com esta oposição pífia, com esta oposição de treta, que funciona como gato escondido com o rabo de fora, tem providenciado ao governo de Costa/Centeno e ao PS a aprovação de TODAS as Leis Gerais do Orçamento de Estado da legislatura de 4 anos que este ano termina.

O PCTP/MRPP e, sobretudo o seu querido e saudoso dirigente e fundador, falecido recentemente, o camarada Arnaldo Matos, foi o primeiro a denunciar a falência do Grupo BES e os crimes que ela configurava, bem como a revelar quem eram os responsáveis, muitos meses antes do Banco de Portugal ter sido empurrado para o anunciar.

É por isso que exortamos todos aqueles democratas e patriotas que não aceitam que lhes vendam gato por lebre a consultar, ler, discutir e divulgar o Dossier BES, cujo link se anexa,

http://www.lutapopularonline.org/index.php/using-joomla/extensions/components/content-component/article-categories/1679-dossier-bes

onde poderão vislumbrar a verdadeira operação de manipulação e mentira contra a classe operária, os trabalhadores e o povo portugês que constitui a saga BES/Novo Banco.

LJ