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- Publicado em 07.07.2017
Acidentes de Trabalho Mortais
Nos primeiros seis meses deste ano de 2017, a Autoridade para as Condições do Trabalho registou um total de 54 mortos em acidentes de trabalho, o que dá uma média de nove acidentes de trabalho mortais por mês.
O número de mortos em acidentes de trabalho é superior ao número verificado no primeiro semestre de 2014, que foi de 48 mortos, mas inferior ao do primeiro semestre de 2015 (75) e ao primeiro de 2016 (74).
Na primeira metade do ano em curso, o número de acidentes de trabalho graves foi de 129, de 214 nos primeiros seis meses de 2014, de 312 nos primeiros seis meses de 2015, e de 225 na primeira metade de 2016.
Entre mortos e acidentes graves, o meio ano de 2017 já transcorrido saldou-se por 259 trabalhadores inutilizados por acidentes de trabalho em todo o país.
Os distritos onde este ano ocorreu até agora maior número de acidentes de trabalho mortais foram o Porto (11) Braga (8) e Vila Real (8).
Os acidentes mortais no primeiro semestre deste ano vitimaram 47 homens e sete mulheres, e ocorreram predominantemente em grandes fábricas e empresas.
Os processos instaurados pela Autoridade para as Condições do Trabalho revelaram muitas insuficiências, nomeadamente quanto ao tipo de contrato de trabalho em causa, sobre a situação de emprego do trabalhador e o tipo do local de trabalho.
É inadmissível o número de acidentes mortais e graves registados em Portugal e inaceitável a falta de eficácia da Autoridade para as Condições do Trabalho na respectiva fiscalização.
Num país como o nosso, onde a produção industrial é ainda escassa, é inadmissível a quantidade de operários e operárias que perdem a vida a trabalhar em locais infectos, com contratos a termo e sem a devida fiscalização da segurança.
As operárias e os operários portugueses devem denunciar a falta de condições de segurança no trabalho e exigir um reforço contínuo e crescente dessas condições no seu trabalho diário.
Lx. 07Jul17
Arnaldo Matos