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Partido

25 de Abril

As minhas saudações a todos os presentes e uma saudação especial a todos os trabalhadores, democratas, revolucionários e verdadeiros comunistas que, neste concelho e no país, travaram um duro combate e, muitos deles, sacrificaram as suas próprias vidas, pelo derrube do regime fascista e a todos os que, após a queda da ditadura colonial-fascista de Salazar e Caetano, nunca guardaram ilusões sobre o novo regime pseudo-democrático surgido após o golpe de estado de 25 de abril de 1974, nem sobre a patranha traidora da aliança povo-mfa, e prosseguiram até hoje incansavelmente a luta pela emancipação dos explorados e oprimidos, pelo socialismo e pelo comunismo.

A questão que os operários e trabalhadores sempre colocam nesta data é sobre o significado e utilidade para eles de celebrar o dia 25 de abril de 1974 como algo de decisivo para a sua emancipação da escravidão assalariada.

É que, a este respeito, cada classe tem a sua posição.

Para os trabalhadores, para a classe operária e mesmo para todos os verdadeiros patriotas e democratas, se bem que a ditadura fascista tenha caído naquele dia mas ainda assim por força do movimento operário revolucionário, não há ou melhor não continua a haver motivos para festejar ou comemorar o 25 de abril.

Já para a burguesia, o 25 de abril e a derrota do movimento revolucionário que se lhe seguiu serviram para reforçar o seu poder e, sob um manto de ilusões numa pseudo-democracia, abrir caminho à entrada e domínio do nosso país pelo imperialismo europeu, em particular do hegemónico imperialismo alemão.

Hoje é claro para os trabalhadores que os diversos partidos que nos têm governado, agem todos de forma idêntica.

Só aparentemente surgindo como rivais, todos eles se comportam como apêndices e defensores do capitalismo explorador e do seu poder nos diversos órgãos do aparelho do estado.

Depois da queda do governo de traição nacional PSD/CDS, foi constituído um novo governo PS/PCP/BE com base num acordo do BE e do PCP com o PS.

Acordo esse que Catarina Martins definia há pouco tempo com esta pérola: um compromisso político para dar conteúdo político a uma expectativa de mudança à esquerda.

É isto que leva esta esquerda a garantir uma legislatura ao governo de António Costa, independentemente das promessas não cumpridas, dos constrangimentos (como o PCP é suave a tratar os imperialistas...) da União Europeia por ele aceites e dos roubos e assaltos aos contribuintes a que esse governo vai dando cobertura, designadamente, no campo das gigantescas burlas no sector bancário e financeiro (Novo Banco, BPN, BPP, BANIF, Caixa Geral de Depósitos...)

O que é que um acordo destes tem a ver com a classe operária e os trabalhadores e a sua luta pela saída do euro, pelo não pagamento da dívida pública, pela independência nacional e contra o imperialismo, pela semana das 35 horas, por melhores salários, pela revogação do contrato de trabalho, e, acima de tudo, por uma sociedade sem exploração do homem pelo homem?

Tem precisamente a ver o mesmo que o PCP e o BE têm a ver com a classe operária e os trabalhadores - absolutamente nada!

Para estes partidos que se reclamam de esquerda e um deles de comunista, a aliança que firmaram com o PS para este governar pelo menos por quatro anos (já falam num governo para uma década) – contra tudo, aliás, o que enganosamente defenderam na última campanha eleitoral para caçarem o voto aos operários – baseia-se no argumento sumamente oportunista de que, sem esta coligação, não seria possível parar o empobrecimento do país, reverter as medidas tomadas pelo governo de traição nacional Coelho/Portas e recuperar o rendimento das famílias (incluindo, senão principalmente, as dos burgueses).

E tudo isso – mesmo que se viesse a realizar – mais do que justifica para estes oportunistas mandar às urtigas a saída de Portugal da zona euro que continua a materializar a dominação do nosso país pelos interesses hegemónicos do imperialismo germânico, a enterrar-se qualquer oposição ao tratado orçamental e ao garrote dos limites do défice impostos por Bruxelas, passando até esta nova esquerda a louvar a grande vitória do défice abaixo dos 3 %, e pactuar sem rebuço com o envio de tropas portuguesas para o Mali e a República Centro-Africana ao serviço dos imperialistas franceses.

Ao fim de mais de um ano do governo de António Costa, ficou inequivocamente comprovada a conclusão expressa no editorial do camarada Arnaldo Matos no Luta Popular, a classe operária e o novo governo, acerca da natureza da coligação PCP/BE/PEV/PS: a coligação parlamentar que suporta o governo de António Costa é uma união de facto dos partidos da esquerda da assembleia, mas não de esquerda no panorama da luta de classes actual em Portugal, gizada com os mesmos objectivos, embora não com os mesmíssimos métodos, da coligação fascista de direita, para explorar e oprimir até ao tutano a classe operária portuguesa e uma parte substancial da classe média pequeno-burguesa.

Operários, trabalhadores e assalariados rurais com salários de miséria (mais de um milhão de trabalhadores com salário mínimo) e ritmos brutais de trabalho, aumento do trabalho precário, milhares de desempregados que continuam sem subsídio de desemprego ou com cortes nessa prestação social, reformados e pensionistas com reformas e pensões de fome, tudo isso são realidades que deixaram há muito de pertencer às preocupações e de entrar no vocabulário daqueles partidos ditos comunista e de esquerda.

Mas é este o país de abril que estes e o PSD e CDS agora mais uma vez comemoram verdadeiramente unidos no objectivo fundamental de salvar o capitalismo e tentar a todo o custo que a classe operária e os povos de todo o mundo se unam na luta contra o imperialismo.

No fundo, os partidos parlamentares estão hoje tal como se encontravam na madrugada no 25 de abril de 1974 – sob a capa da queda do regime fascista pelo golpe do MFA e da instauração da democracia burguesa todos eles se uniram para salvar o capitalismo.

Os trabalhadores portugueses precisam de uma oposição e de um partido que se erga contra a sujeição de Portugal aos ditames de Bruxelas e da Alemanha e combata com firmeza e sem tréguas a submissão ao imperialismo que, a continuar, arrastará o nosso país para a guerra.

O único partido que logo na madrugada se ergueu contra as ilusões abrilistas foi o PCTP/MRPP que, como se sabe, comemorou o 1º de maio de forma autónoma com as bandeiras da revolução proletária.

Desde o tempo da ditadura fascista, o MRPP e agora o PCTP/MRPP tem vindo a denunciar a política dos capitalistas e dos seus partidos, e apelar á luta dos trabalhadores com o objectivo de unir como um só homem o proletariado revolucionário e todos os homens e mulheres que vivem da venda da única mercadoria de que são proprietários: a sua força de trabalho, para derrubar este sistema capitalista e instaurar uma o comunismo, uma sociedade sem classes e sem exploração do homem pelo homem.

É isso que nos continuará a guiar contra todas as ilusões e mascaradas abrilistas.

Viva o povo português!

Viva o comunismo!

 

 

 

 

 

 


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